Orações

Pelos Falecidos.

"Panihida"

 

Bispo Alexander (Mileant).

Traduzido por Olga Dandolo

 


Conteúdo: O destino do homem após a morte. A necessidade de rezar pelos falecidos. O consolo cristão para os que estão tristes. A "Panihida" (ofício memorial) em português. Os dias em que se deve rezar pelos falecidos.

"Humilhações" ("toll houses").


 

 

O destino do homem

após a morte

A morte é o fim inevitável de toda e qualquer vida orgânica na terra, inclusive a humana. Mas do ponto de vista cristão, a morte de uma pessoa não é um fenômeno normal ou necessário. Por exemplo, a morte humana surge como resultado da desobediência dos nossos antepassados. Deus prevenia Adão a respeito dos frutos da árvore do conhecimento do bem e do mal, dizendo: "Não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitàvelmente" (Gen. 2:17). De Adão a morte passou para seus descendentes.

A morte do ser humano, porém, não significa a aniquilação de sua identidade, e sim apenas a destruição de seu corpo físico. As palavras "porque és pó, e em pó hás de tornar," referem-se ao corpo humano. No entanto a alma humana, como carrega dentro de sí a imagem e semelhança do Criador, é eterna: "e a poeira retorna à terra, para se tornar o que era e o sôpro de vida retorna a Deus, Que o deu" (Ecle. 12:7). Após a separação do corpo, a alma continua pensando, sentindo e agindo, porém já no outro mundo, o qual não se assemelha ao nosso mundo material.

Então o que acontece com a alma humana após a separação do corpo? A vida é dada ao ser humano para que ele aprenda a crer, a fazer o bem e desenvolver seus talentos. Isto tudo compõe sua riqueza espiritual, ou, conforme as palavras do Salvador, "tesouro no céu." A morte totaliza a vida do homem, e então sua alma deverá se apresentar diante de Deus para prestar contas e receber recompensas ou punições. Porém este julgamento logo após a morte ainda não é o julgamento final, pois, apenas a alma é julgada, sem o corpo. A respeito da existência deste julgamento preliminar, o Apóstolo Paulo escreveu: "como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo" (Heb. 9:27). Diante do fim do mundo, depois da ressurreição universal dos mortos, haverá o Terrível Julgamento Universal, no qual Deus irá julgar todas as pessoas simultâneamente. Aí então, cada pessoa, já com seu corpo ressuscitado, ou receberá a eterna recompensa ou a eterna punição.

Com relação ao julgamento individual, a Igreja Ortodoxa ensina o seguinte:

"Nós cremos que as almas dos mortos gozam de felicidade plena ou sofrem, de acordo com seus atos. Separando-se dos corpos, elas imediatamente passam ou para a alegria, ou para a tristeza e aflições: no entanto elas não sentem nem felicidade completa, nem completa tortura, pois, a felicidade ou tortura completas, cada um irá receber após a ressurreição geral, quando a alma se juntar ao corpo no qual viveu virtuosamente ou depravadamente. (Epístola dos Patriarcas Orientais sobre a fé ortodoxa, artigo 18).

Assim sendo, existem duas situações após a morte: uma - no paraíso, para as almas virtuosas; outra, para as almas pecadoras - no inferno. (A Igreja Ortodoxa não reconhece os ensinamentos católicos-romanos a respeito estado intermediário, o purgatório. Os pais da Igreja habitualmente atribuem a palavra "gehena" ao estado após o Julgamento Final, quando a morte e o inferno serão lançados no lago de fogo; Apo. 20:14).

Enquanto a pessoa vive, Deus lhe dá a chance de se arrepender e corrigir suas falhas. Após a morte, a possibilidade de arrependimento é removida. Entretanto, se a pessoa morreu sem merecer o paraíso, isto não significa que esteja condenado aos tormentos eternos. Até o Julgamento Final os tormentos dos pecadores no inferno são temporários e podem ser atenuados e até retirados pelas orações dos fiéis e da Igreja (Epístola dos Patriarcas Orientais, art. 18). As orações pelos falecidos sempre lhes trazem benefícios. Caso eles não tenham merecido o paraíso, estas preces aliviam seu destino no além-túmulo, e se eles se encontram no paraíso, estas preces os alegram e iluminam. Iremos explicar agora porque as preces pelos falecidos possuem tamanho poder.

 

A necessidade

de rezar pelos falecidos

Para podermos avaliar o poder das preces pelos falecidos, é necessário entender que a morte interrompe apenas o contato físico entre as pessoas, mas o contato espiritual continua. Este contato é realizado através da oração. O Evangelho nos ensina, que a oração, unida com a fé, tem um grande poder. Nas palavras do Senhor, ela pode mover montanhas. O Senhor Jesus Cristo e Seus Apóstolos ensinavam aos cristãos a rezarem um pelo outro.

Os Evangelhos e outros livros do Novo Testamento contêem numerosos exemplos de como a oração de uns ajudava aos outros. Assim, pela fé do cortesão, o Senhor curou seu filho (Joã. 4:46-53); pela fé da mulher cananéia sua filha foi curada da possessão (Mat. 15:21-28); pela fé do pai seu filho possesso, que era surdo-mudo foi curado (Mar. 9:17-27); pelo pedido dos amigos, o Senhor perdoou e curou o paralítico, o qual eles desceram do teto, preso à cordas (Mar. 2:2-12); e pela fé do centurião romano, seu servo foi curado (Mat. 8:5-13). Outrossim, o Senhor realizava a maioria dessas curas milagrosas à distância, em ausência. O Santo Evangelista João o Teólogo nos convence a nos dirigirmos a Deus com preces, crendo que Deus realizará nosso pedido, dizendo: "A confiança que depositamos Nele é esta: em tudo quanto Lhe pedirmos, se fôr conforme a Sua vontade, Ele nos atenderá" (1 Joã. 5:14).

Tendo o poder da graça, a prece não conhece barreiras e não enfraquece com a distância. Sendo o resultado do amor, ela, como um raio do sol, penetra na alma das pessoas, unindo os que rezam a Deus e uns aos outros. Neste sentido, segue abaixo uma antiga história que ensina uma boa lição. Certa vez São Macarius do Egito, caminhando pelo deserto, encontrou um crânio humano. Quando o Abade Macarius tocou o crânio com um ramo de palma, veio uma voz do crânio! O ancião perguntou: "Quem é você?," e o crânio respondeu: "Eu era um sacerdote pagão e viví neste lugar. Tu, Abade Macarius, tem piedade de nós, que estamos em eternos tormentos e reza por nós, pois a tua oração nos traz conforto." O ancião perguntou: "Em que consiste o conforto das minhas orações?" O crânio respondeu: "Quando tu rezas por nós, surge uma luz e nós começamos a ver uma ao outro."

Deste modo, a prece unifica o nosso mundo com o outro mundo, onde os anjos, os santos e nossos parentes e amigos habitam. Do momento da ressurreição de Cristo a morte perdeu sua fatalidade formal e tornou-se o início de uma nova vida. Agora, conforme ensina o Apóstolo Paulo: "Nem a morte, nem a vida... nem a altura, nem os abismos, poderão nos apartar do amor de Deus... Vivemos para o Senhor; se morrermos, morreremos para o Senhor. Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor. Para isso é que morreu Cristo e retornou à vida: para ser o Senhor tanto dos mortos como dos vivos" (Rom. 8:38; Rom. 14:8-9). Por esta razão não é apenas possível, mas sim também necessário rezar tanto pelos vivos como pelos mortos, pois, pela palavra do Salvador, para Deus TODOS ESTÃO VIVOS (Luc. 20:38).

Os cristãos que partiram desta vida, não interrompem sua união com a Igreja à qual pertenceram durante sua vida. Se eles são virtuosos, têem a permissão para rezarem por nós diante do trono de Deus; se são imperfeitos, eles necessitam das nossas preces. O Apóstolo Paulo compara a Igreja a uma montanha alta, a qual em sua base se apoia na terra, e seu pico penetra no céu. "Vós, ao contrário, vos aproximastes da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de Anjos, da assembléia dos primeiros inscritos no livro dos céus, e de Deus, Juiz universal e das almas dos justos que chegaram à perfeição, enfim, de Jesus, o Mediador da nova aliança" (Heb. 12:22-24). Em outras palavras, de acordo com os Apóstolos, existe uma relação próxima e viva entre a Igreja terrena e a celeste. A fé nesta unidade e no poder das preces serve como base para a prática que volta aos tempos apostólicos, para manter a ligação com os mortos: para pedir ajuda dirigir-se em preces aos santos mártires e aos Santos de Deus, e também lembrar dos falecidos na Proskomídia e em orações pelo seu repouso eterno.

 

O consôlo cristão

para os que estão tristes

Quando um ente querido e próximo parte para o outro mundo, como é possível não ficar triste? Pois se até o próprio Senhor Jesus Cristo Se entristeceu e até chorou quando morreu Seu amigo Lázaro. Porém, a tristeza natural pelo falecido não deve levar o cristão ao desconsôlo ou às lamentações e murmúrios contra Deus. Pois a morte não significa a aniquilação da pessoa, e sim apenas a separação temporária da alma de seu corpo. Sendo uma separação temporária, as Sagradas Escrituras do Novo Testamento e os escritores cristãos primitivos denominam a morte como "sono" - "adormecimento" (Ato. 13:36; por exemplo o nome da celebração do Adormecimento da Mãe de Deus). A morte é chamada de sono com relação ao corpo; a alma do falecido continua sua vida consciente. Suas faculdades intelectuais e outras capacidades não enfraquecem após a morte, mas, ao contrário, recebem uma grande leveza e mobilidade, não tendo mais as restrições corporais.

Para não se afligir excessivamente pela perda de um ente querido, devemos pensar que a morte física também tem seu lado positivo. Ela proporciona à pessoa alívio dos esforços de todos os dias e de todo tipo de aflições, doenças e medos, os quais preenchem nossa existência terrestre. Ela é a passagem para um mundo melhor, onde brilha a luz eterna, onde reina a verdade de Deus, onde não existe tristeza, onde as almas dos fiéis encontram paz e felicidade eternas.

Como principal fonte para o consôlo do cristão deve ser a certeza de que todos nós iremos ressuscitar dos mortos, nos encontraremos com pessoas queridas e viveremos pela eternidade. O Filho de Deus veio ao mundo justamente para devolver à humanidade a vida imortal, a qual foi perdida devido ao pecado. A Ressurreição do Senhor Jesus Cristo dos mortos é o início da nossa ressurreição. Nós celebramos a festa da Páscoa com imensa alegria justamente porque "celebramos a aniquilação da morte, a destruição do inferno, o início de outra vida, que é eterna"!

O Apóstolo Paulo conforta os cristãos que perderam seus entes queridos com as seguintes palavras: "Irmãos, não queremos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais, como os outros homens que não têem esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que Nele morreram." Diante disto, mais adiante o Apóstolo explica que nós que permanecemos entre os vivos não receberemos recompensas antes de morrermos, pois a recompensa total virá para todos os justos simultâneamente: "Por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos, não precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1 Tess. 4-15-18).

Mais adiante, o Apóstolo expões a visão cristã sobre vida e morte:

"Sabemos, com efeito, que ao se desfazer a tenda que habitamos

neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus e não por mãos

humanas, uma habitação eterna no céu. E por isto,

suspiramos e anelamos ser sobrevestidos

da nossa habitação celeste; contanto que

sejamos achados vestidos e não despidos. Pois, enquanto permanecemos

nesta tenda, gememos oprimidos:

desejamos ser não despojados, mas revestidos com uma veste nova por

cima da outra, de modo que o que há de mortal em nós seja absorvido pela vida. Aquele que nos formou para este destino é Deus Mesmo,

que nos deu por penhor

o Seu Espírito. Por isso estamos sempre cheios de

confiança. Sabemos que todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor. Andamos na fé e não na visão. Estamos,

repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo,

para ir habitar junto do Senhor" (2 Cor. 5:1-15).

Com estas idéias e similares, vamos nos consolar diante da perda de pessoas queridas. Sua transferência para o outro mundo nos faz lembrar de que nosso próprio fim se aproxima. Por isso, rezando por eles estaremos rezando por nós, para que possamos ser dignos de um fim cristão, sem doenças, sem culpas e em paz, e que possamos receber um veredicto favorável durante o julgamento de Cristo!

 

Panihida (Réquiem)

Sacerdote: Abençoado é nosso Deus, agora e sempre, e pelos séculos dos séculos.

Côro: Amém. Santo Deus, Santo Poderoso, Santo Imortal, tem piedade de nós (3 vezes).

Diácono: Em paz rezemos ao Senhor.

Côro: Senhor, tem piedade (a cada pedido).

Diácono: Oremos ao Senhor pela paz celestial e pela salvação de nossas almas.

- Oremos ao Senhor pela remissão dos pecados; que a lembrança deles, os falecidos, seja inesquecível.

- Oremos ao Senhor pelo repouso, paz e boa memória dos eternamente inesquecíveis servos de Deus: (os nomes).

- Oremos ao Senhor, para que Ele perdoe qualquer pecado voluntário ou involuntário deles.

- Oremos ao Senhor, para que eles se apresentem diante do terrível altar da graça do Senhor, sem condenação.

- Oremos ao Senhor pelos que choram, se afligem e esperam o consôlo de Cristo.

- Oremos ao Senhor, para que os falecidos estejam livres de tormentos, tristezas e sofrimentos da alma e que sejam hospedados alí, onde tudo é repleto pela luz da face de Deus.

- Oremos, para que o Senhor nosso Deus conceda às suas almas repouso em um lugar iluminado, alegre, pacífico - lá onde os justos se encontram.

- Oremos ao Senhor, para que eles ingressem no meio de Abraão, Isaac e Jacó.

- Oremos ao Senhor, para que nos livremos de qualquer tristeza, ódio e necessidade.

- Defende, salva, tem piedade e nos conserva, Deus, com Tua benção.

- Rogando a graça de Deus, o Reino do Céu e a remissão dos pecados daqueles e dos nossos, nos entregamos uns aos outros ao Senhor Deus, e toda nossa vida.

Côro: A Tí, ó Senhor.

Sacerdote: Porque Tu, Cristo Deus nosso, és a ressurreição, vida e repouso dos Teus servos (nomes): Cristo Deus nosso: a Tí glorificamos com Teu Pai eterno e Teu Santíssimo, bom e vivificante Espírito, agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Côro: Amém.

Diácono: Aleluia, 8o tom. Benditos aqueles que Tu, Senhor, escolheste e recebeste.

Verso: A memória deles de geração em geração.

Verso: As almas deles habitarão entre boas coisas.

Côro: Aleluia (3 vezes para cada verso).

 

Troparion, 8o Tom

Com profunda sabedoria e amor pelas pessoas tudo organiza e dá tudo de útil a todos, ó único Organizador! Concede repouso, Senhor, às almas dos Teus servos, pois, eles tiveram esperanças em Tí, nosso Criador, Autor e Deus nosso.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre, e pelos séculos dos séculos, Amém. Em Tí nós temos proteção e refúgio e a prece da intercessora agradável a Deus, a Quem Tu, Ó Virgem Santa, deste a luz, para a salvação dos justos.

 

Troparion, 5o tom

Côro Refrão: Bendito és Tu, Senhor, ensina-me com Teu mandamento.

O côro dos santos encontrou a fonte da vida e a porta do paraíso; que eu também encontre o caminho através do arrependimento. Eu sou um cordeiro perdido; me chama, Ó Salvador e me salva!

Refrão: Bendito és Tu, Senhor ...

Ó Santos e mártires que propagavam o Cordeiro de Deus, e como cordeiros foram mortos, e trasladados à vida imortal que não envelhece; rezem fervorosamente para que Ele perdoe nossos pecados.

Refrão: Bendito és Tu, Senhor...

Andando por um caminho estreito, deplorável, todos, que tomaram a cruz na vida como submissão, e Me seguiram com fé, venham e deitem-se com as honras e auréolas celestes, as quais Eu lhes preparei,

Refrão: Bendito és Tu, Senhor...

Eu sou a Tua glória indescritível, embora carregue marcas podres de pecados. Tem compaixão de Tua criação, Ó Reverendíssimo, purifica com Tua misericórdia e me concede a pátria desejada, tornando-me novamente habitante do paraíso.

Refrão: Bendito és Tu, Senhor...

Tendo me criado na antigüidade do nada à Tua divina imagem, mas pela transgressão do mandamento novamente me devolveste à terra, da qual fui pego - eleva-me conforme Tua semelhança para que eu volte à beleza primordial.

Refrão: Bendito és Tu, Senhor...

Concede, Ó Deus, o repouso às almas de Teus servos, e dá-lhes um lugar no paraíso, onde bandos de santos, Senhor, e de justos brilham como as estrelas. Concede repouso aos Teus servos falecidos, sem olhar para todos os pecados deles.

Glória: Com veneração glorifiquemos um só Deus, iluminado pelo brilho triplo, exclamando: Tu és Santo, Ó Pai imortal, igualmente Filho imortal e Divino Espírito! Ilumina a nós que com fé Te servimos e liberta do fogo eterno.

Agora e sempre: Alegra-Te, Ó Pura, que deste a luz a Deus para a salvação de todos! Através de Tí a humanidade obteve a salvação, e nós poderemos encontrar o paraíso, Ó Virgem Imaculada e Bendita.

Aleluia, Aleluia, Aleluia, Glória a Tí, Ó Deus (3 vezes).

Pequena Ladainha

Diácono: Mais e mais oremos em paz ao Senhor.

Côro: Senhor, tem piedade. (a cada pedido).

Diácono: Oremos ainda pelo repouso dos falecidos servos de Deus: (nomes) e que eles sejam perdoados de todos os pecados, voluntários e involuntários.

- Para que o Senhor acolha suas almas lá, onde repousam todos os justos.

- Pedimos a Cristo, Rei imortal e nosso Deus, a misericórdia de Deus, o Reino dos Céus e perdão para os pecados deles.

Côro: Concede-nos, Senhor.

Diácono: Oremos ao Senhor.

Côro: Senhor, tem piedade.

Sacerdote: Tu, Cristo nosso Deus, és a ressurreição, vida e repouso dos Teus servos: (nomes) e a Tí glorificamos, junto com Teu Pai imortal, e Teu Santíssimo, bom e vivificante Espírito, agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Côro: Amém.

 

Cântico, 5o tom

Côro: Concede repouso, Ó nosso Salvador, aos Teus servos com os virtuosos, e acolhe-os em Tua morada conforme está escrito nas Escrituras, não olhando para os pecados deles, voluntários e involuntários, e para tudo que eles cometeram consciente ou inconscientemente, Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito, agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém. Ó Cristo nosso Deus, Que brilhaste no mundo da Virgem e Que por intermédio Dela, nos fizeste filhos da Luz, tem piedade de nós.

Sacerdote Refrão: Concede repouso, Senhor, às almas dos Teus servos falecidos.

(o côro repete este refrão).

Sacerdote: Glória ao Pai, e ao Filho, e aos Espírito Santo:

Côro: Agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.

 

Eirmos do 6o tom

3o Ode

Côro: Não existe ninguém tão santo como Tu, Senhor nosso Deus, Que ergueste a força dos que crêem em Tí, Ó Misericordioso, e Que nos afirmaste na pedra da fé em Tí.

Sacerdote Refrão: Concede repouso, Senhor, às almas dos Teus servos falecidos.

(o côro repete este refrão).

Sacerdote: Glória ao Pai, e ao Filho, e aos Espírito Santo:

Côro: Agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.

6o Ode

Côro: Olhando o mar da vida, ondulado pela tempestade das tentações, e me abrigando em Teu ancoradouro tranqüilo eu clamo a Tí: "Salva minha vida da corrupção, Ó Misericordioso!"

 

Pequena Ladainha

(a mesma que acima).

 

Kondaquion, no 8o tom

Côro: Concede repouso, junto aos santos, Ó Cristo, às almas dos Teus servos, onde não existe doenças, nem tristezas, nem gemidos, mas vida eterna,

Tu sòzinho, o único imortal, criaste e formaste o homem. Nós, porém, mortais, criados da terra e iremos para a mesma terra, como Tu, tendo me criado, ordenaste me dizendo: "Tu - és pós e ao pó retornarás!" Para lá iremos todos nós mortais, cantando com o pranto sepulcral: "Aleluia, Aleluia, Aleluia."

Sacerdote Refrão: Concede repouso, Senhor, às almas dos Teus servos falecidos.

(o côro repete este refrão).

Sacerdote: Glória ao Pai, e ao Filho, e aos Espírito Santo:

Côro: Agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.

Diácono: Mãe de Deus, e Mãe da Luz glorificamos em cantos.

Côro: Os espíritos e as almas dos justos Te glorificam, Ó Senhor.

 

9o Ode

Côro: É impossível para os homens de verem Deus, a Quem bandos de anjos não ousam contemplar; mas através de Tí, Puríssima, a Palavra encarnada Se faz visível aos mortais. Louvando-O, com exércitos celestiais nós Te glorificamos.

Leitor: Pai nosso, Que estás nos céus, santificado seja o Teu Nome, venha a nós o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores, e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do maligno.

Sacerdote: Pois Teu é o reino, o poder e a glória, Pai, Filho e Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Côro: Amém.

 

Troparion 4o tom

Côro: Ó Salvador, com os espíritos dos justos que alcançaram a perfeição, concede repouso às almas dos Teus servos, guarda-os na vida abençoada Contigo, Que amas a humanidade. No lugar do Teu repouso, Senhor, onde repousam todos os Teus santos, concede repouso também aos Teus servos, pois Tu és o único Que ama a humanidade.

Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo: Tu és o Deus, Que desceste ao inferno e cessaste o sofrimento dos cativos. Sòmente Tu também concede repouso às almas dos Teus servos!

Agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém: Puríssima e Imaculada Virgem que deste nascimento a Deus, sem mácula, suplica pela salvação das almas deles.

 

Ladainha Insistente

Diácono: Tem piedade de nós, Ó Deus, pela Tua imensa misericórdia, oramos a Tí, ouve e tem piedade.

Côro: Senhor, tem piedade (3 vezes).

(Seguem adiante os pedidos da pequena ladainha; veja acima. Após "A Tí, Ó Senhor."

Sacerdote: Deus dos espíritos e dos corpos, Tu que esmagaste a morte, debelaste o domínio do demônio e Que doaste a vida ao Teu mundo, só Tu, Senhor, concede repouso às almas dos Teus servos falecidos (nomes), num lugar de luz, de felicidade, paz, onde não existem tormentos, tristezas e sofrimentos da alma. Tu Que és bom e amas a humanidade, perdoa-lhes todos os pecados, cometidos por eles em palavras, ações ou pensamentos; porque não há ninguém, que tenha passado por esta vida terrestre, que não tenha pecados - Tu és o único sem pecado; Tua justiça é eterna e Tua palavra é a verdade.

Assim, como Tu, Cristo Deus nosso és a ressurreição, a vida e o repouso dos Teus servos que partiram (nomes); Te glorificamos juntamente com Teu eterno Pai e Teu Santíssimo Espírito, agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Côro: Amém.

 

Oração Final

Diácono: Sabedoria!

Sacerdote: Santíssima e Gloriosa Virgem, salva-nos!

Côro: Mais honorável que os Querubins e incomparávelmente mais gloriosa que os Serafins, que ao Verbo de Deus deste nascimento sem mácula; és verdadeiramente a Mãe de Deus, e nós Te exaltamos.

Sacerdote: Glória a Tí, Ó Cristo nosso Deus e nossa esperança, glória a Tí.

Côro: Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém. Senhor tem piedade (3 vezes). Pai abençoa.

Sacerdote: Ele que domina os vivos e os mortos, tendo ressuscitado dos mortos, Cristo nosso Deus verdadeiro, através das preces de Sua Puríssima Mãe, dos Santos gloriosos e todos benditos Apóstolos e Pai nosso e de todos os Santos, deposita as almas de Seus servos falecidos (nomes) na morada dos virtuosos; concede-lhes repouso no seio de Abraão e acolhe-os entre os justos e Que tem piedade de nós; pois Ele é bom e ama a humanidade.

Côro: Amém.

 

Eterna Lembrança

Diácono: Concede descanso eterno, Senhor, repouso tranqüilo às almas dos Teus servos que partiram (nomes), e concede a eterna lembrança deles.

Côro: Eterna Lembrança (3 vezes).

 

Suplemento:

Ladainha de Paz

Diácono: Em paz, oremos ao Senhor.

Côro: Senhor, tem piedade. (a cada pedido)

Diácono: Pela paz celestial e salvação de nossas almas, oremos ao Senhor

- Pela remissão dos pecados dos que partiram desta vida em eterna lembrança, oremos ao Senhor.

- Pelo eterno descanso dos servos de Deus, falecidos (nomes), tranqüilidade e bendita lembrança, oremos ao Senhor.

- Pelo perdão de todos os pecados deles, voluntários e involuntários, oremos ao Senhor.

- Que eles não sejam condenados perante o temível tribunal do Senhor da Glória, oremos ao Senhor.

- Pelos que choram e sofrem, na esperança do consôlo de Cristo, oremos ao Senhor.

- Pela introdução deles no seio de Abraão, Isaac e Jacó, oremos ao Senhor.

- Para que sejamos livres de toda aflição, ira e necessidade, oremos ao Senhor.

- Protege-nos, salva-nos, tem misericórdia de nós e guarda-nos, Ó Deus, pela Tua graça.

- Tendo pedido a misericórdia de Deus, o reino celeste e a remissão dos pecados para eles, depositemos nós mesmos e os outros e toda nossa vida a Cristo nosso Deus.

Côro: A Tí, Ó Senhor.

Sacerdote: Pois Tu és, Ó Deus nosso Senhor Jesus Cristo, a ressurreição, o descanso e a vida de Teus servos falecidos (nomes) e Te glorificamos juntamente com Teu eterno Pai e Teu Santíssimo, bom e vivificante Espírito, agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Côro: Amém.

 

Os dias em que se deve

rezar pelos falecidos

Desde os tempos antigos estabeleceu-se o costume de lembrar dos mortos no 3o, 9o e 40o dias após seu falecimento; assim também no aniversário da morte ou no dia do onomástico. A Igreja dedica alguns dias do ano à memória de todos os falecidos - são chamados de: "Sábados Memoriais." Assim, no Sábado (durante o carnaval que precede a Quaresma, por ocasião da lembrança do próximo temível Julgamento) a Igreja reza por todos os falecidos através dos séculos. Também nos sábados da 2a, 3a e 4a semanas de Quaresma e no Sábado véspera de Pentecostes. A Igreja ora por todos os falecidos sem um preparo ou morte repentina, pelos criminosos condenados, pelos desabrigados, por aqueles que não tiveram um funeral cristão, pelos dilacerados por animais, pelos tragados pelo mar e etc., e finalmente por todos os pais e antepassados desde as primeiras pessoas.

Além disto, desde a antigüidade criou-se o costume de apresentar livretos com os nomes dos vivos e dos mortos. Durante a Quaresma, após o ofício diário, são realizados ofícios memoriais. Costuma-se também visitar os túmulos dos parentes na segunda terça-feira após a Páscoa, dia chamado de "RADONITSA," onde são feitos ofícios com o cântico "Cristo Ressuscitou."

Na Rússia ainda são considerados os dias de memórias pelos soldados ortodoxos, mortos na guerra: 11 de setembro, dia da comemoração da decapitação do profeta São João Batista; e o Sábado de São Demétrio; um sábado antes da festa de São Demétrio Megalomártir (dia 8 de novembro - pelo novo calendário). O Sábado de São Demétrio foi instituído por Dimitri Donskoy após a batalha de Kulikov em 1380.

Deste modo, a Igreja se preocupa constantemente com a salvação de seus filhos. Mesmo depois que eles deixam este mundo físico, a Igreja suplica a Deus por eles. Os santos que alcançaram a Igreja Triunfante, por sua vez, oram por seus irmãos mais novos da Igreja Militante. O Apóstolo São João o Teólogo escreve a este respeito no livro do Apocalipse (Apo. 8:4). Assim, vamos seguir os mandamentos de nosso Salvador e rezar uns pelos outros, inclusive pelos que partiram com a convicção de que estas orações trazem grandes benefícios para nós e para eles.

 

Memorial De Páscoa

Ofícios Na "Radonitsa"

Após a exclamação do sacerdote, o côro responde: Cristo ressuscitou dos mortos, repara a morte com a morte, e àqueles que estão no túmulo a vida é dada (três vezes).

É o dia da Ressurreição! Fiquemos radiantes, homens! Páscoa! A Páscoa do Senhor!

Pois Cristo Deus nos trouxe da morte para a vida e da terra para o Céu, enquanto cantamos hinos de triunfo!

Refrão: Cristo ressuscitou dos mortos (antes de cada eirmos).

3) Venham, bebamos da nova bebida, que não brotou milagrosamente de uma pedra

árida, mas da fonte incorruptível - o Túmulo de Cristo, em Quem nos sustentamos.

Refrão: Cristo...

6) Tu desceste, Ó Cristo, às profundezas ocultas da terra e destruíste as eternas barreiras que mantinham os prisioneiros cativos, e no terceiro dia, tal qual Jonas saiu do ventre da baleia, saíste do Túmulo.

7) O Anjo gritou Àquela que é cheia de graça: alegra-Te, Ó Virgem Pura! E de novo digo: alegra-Te! Teu Filho ressuscitou do Túmulo no 3o dia e ressuscitou os mortos, alegrem-se povos.

9) Brilha, brilha, nova Jerusalém; pois a Glória do Senhor brilhou sobre Tí; exulta e se alegre agora, Ó Sion. E Tu, a Pura Mãe de Jesus, alegra-Te pela ascensão Dele, a Quem deste a Luz.

O Sacerdote proclama a ladainha fervorosa e diz: Eterna memória.

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"Humilhações"

(The "toll houses")

As Sagradas Escrituras não nos dão conhecimento de como ocorre o julgamento individual após a morte do ser humano. Nós apenas podemos Ter um entendimento parcial a esse respeito, através de algumas frases encontradas na palavra de Deus. Assim, é natural se pensar que no julgamento individual os anjos bons e maus teêm grande participação na decisão do destino do homem após sua morte. Os anjos bons são os instrumentos da graça de Deus, enquanto que os anjos maus, com a permissão de Deus, são os instrumentos da justiça Dele. Na parábola do homem rico e de Lázaro está dito que Lázaro "foi levado pelos anjos ao seio de Abraão" (Luc. 16:22). Na parábola do rico insensato está escrito: "insensato! Nesta noite ainda exigirão de tí a tua alma" (Luc. 12:20). De acordo com São João Crisóstomo, evidentemente o poder do mal será arrancado. Embora, por um lado os anjos dos pequeninos, pelas palavras do Senhor, contemplam sem cessar a face do Pai Celestial, no final do mundo o Senhor enviará Seus anjos, os quais irão separar os maus dos justos e os arrojarão na fornalha (Mat. 13:49). Por outro lado - nosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar (1 Ped. 5:8); e as forças espirituais do mal estarão espalhadas nos ares (Efé. 6:12; 2:2). Baseando-se nestas indicações da Sagrada Escritura, os Pais da Igreja dos tempos antigos descreviam o caminho da alma que se separou do corpo como um caminho através do espaço espiritual onde as forças obscuras procuram consumir os fracos de espírito e onde por isso é necessária a defesa dos anjos celestes e o apoio das orações dos membros vivos da Igreja. Entre os Pais da antigüidade, santos Efrem o Sírio, Atanásius o Grande, Macarius o Grande, Basílio o Grande, João Crisóstomo e outros falam a esse respeito.

Essas idéias são desenvolvidas com mais detalhes por São Cyrilo de Alexandria no "Sermão na Partida da Alma," o qual habitualmente é publicado no saltério. A representação pictória da jornada da alma é apresentada na vida de São Basílio o Novo, onde a abençoada Teodora, após a sua morte aparece em sonho a um discípulo de São Basílio e conta aquilo que ela viu e experimentou após a separação de sua alma do corpo, e durante a ascensão de sua alma à morada celestial. A jornada da alma após sua separação do corpo, habitualmente é chamada "humilhações." O Metropolita Makarius de Moscou faz a seguinte nota a respeito da natureza figurativa dessas "humilhações: "Contudo, nós devemos ter em mente, com firmeza, as instruções que o anjo forneceu a São Macarius de Alexandria, quando ele apenas começava a falar a respeito das humilhações: "Aceite as coisas terrestres aqui como a mais frágil imagem dos céus"; devemos imaginar o máximo possível que as humilhações no sentido espiritual, escondidas sob mais ou menos detalhes humanos.

(From Orthodox Dogmatic Theology by Protopresbyrer Michael Pomazansky).

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Missionary Leaflet # P17

Copyright © 2001 Holy Trinity Orthodox Mission

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Editor: Bishop Alexander (Mileant)

 

(panihida_p.doc, 01-23-2001)

 

Edited by

Date

Fr. Constantine Moor

01/22/20001