Santo Germano

do Alasca

 

 

"Deixe que sua luz brilhe diante dos homens."

Traduzido com muito amor e carinho por Wladimir Iakimoff e Christina Iakimoff que agradecem ao querido Bispo D. Alexandre Mileant por tê-los incumbido de tão gratificante tarefa.

 

 

Vida de Santo Germano do Alasca Do tesouro da Espiritualidade de São Germano (uma compilação de seus ensinamentos sobre vida espiritual extraídos de suas cartas e conversas).

 

Vida de Santo Germano.

SANTO GERMANO DO ALASCA, o primeiro santo "americano," foi o primeiro a trazer Ortodoxia a esse continente. Ele era um jovem monge quando chegou à América em 1794 como integrante da missão original russa Ortodoxa ao Alasca. Ele viveu lá até sua morte, e, por mais de quatro décadas ensinou aos nativos pela palavra e exemplo. Sua memória é preservada até hoje, de forma muito presente pelos seus descendentes. Entretanto, ironicamente ele é desconhecido entre muitos outros americanos. Através de suas orações nós também podemos seguramente nos basear nos ensinamentos que trouxe, e seguir o caminho que ele ensinou.

 

 

EM 1793 UMA MISSÃO ECLESIÁSTICA foi composta no Mosteiro de Valaam e enviada para pregar a Palavra de Deus aos nativos do Noroeste da América, que dez anos antes havia se subordinado às regras russas. Dentre os membros dessa missão estava o Monge Herman (Germano), o futuro "Staretz" (designação russa para determinados monges eremitas, que dão orientação espiritual que vão à procura de conselho).Após a partida do Mosteiro de Valaam, os missionários informaram a seus irmãos em Cristo sobre as suas atividades. Apesar de essas cartas provavelmente terem continuado a permanecer no Mosteiro Valaam na América, as mesmas não foram preservadas nos arquivos do Mosteiro. Assim o Mosteiro Valaam tomou conhecimento dos trabalhos e do destino dos confrades inicialmente através das escritas do Sr. Sturdza. Essas escrituras descreviam o progresso geral da pregação do missionário no território russo americano, destacando os principais acontecimentos nas vidas desses pregadores, todavia faltando informações sobre o Monge Germano. Essas informações sobre o Padre Germano foram trazidas para Valaam apenas em 1864, por um peregrino. Esse peregrino viveu cerca de dez anos na América como um homem de negócios autônomo, e que conheceu pessoalmente o mais próximo discípulo do padre Germano. Esta é a prestação de contas que esse discípulo, Gersim Ivanova-Zyrianov, deu ao Abade do Mosteiro de Valaam.

O Abade foi movido pelo desejo de receber mais informações detalhadas sobre o Ancião,e confirmar as informações já existentes. Naquele mesmo ano, ele pediu uma investigação ao Hierarch Innocent, Arcebispo de Kamchatka e os Aleutas (habitante local) e ao Bispo Peter, que havia previamente residido na Nova Archangelsk e que era o vigário da diocese de Kamchatka; e ao discípulo do Monge Germano, Gerasim Zyrianov.

Em 1865, enquanto essas investigações estavam em transito, o Abade do Mosteiro de Valaam recebeu uma carta de Simeon Ivanovich Yanovsky em Kalunga. O Sr. Yanovsky explicou na sua carta que ele pessoalmente "conheceu" o antigo monge do mosteiro de Valaam, o estimado santo homem e grande asceta. Ele preservou duas dessas cartas, como um tesouro do santo Ancião, cuja memória é sagrada para ele, e se ofereceu para doar essas cartas ao Abade, assim como algumas outras informações interessantes concernentes à vida do Ancião. A partir daí se iniciou a correspondência através da qual se obtiveram muitas informações sobre o Ancião. As cartas foram "escritas do fundo do coração com a intenção de torná-las cada vez melhores e mais autênticas."

Ficou evidente que o homem que providenciou isso, S. I. Yanovsky foi o principal governador de todas as colônias russo americanas, de 1817 a 1821, e que agora de acordo com sua expressão ele era "um velho homem doente de 77 anos... próximo da morte; e, quem sabe talvez Deus prolongou sua vida para que ele pudesse passar adiante as informações sobre o santo Ancião."

Em 1867 foram recebidas informações adicionais em resposta às cartas do Abade de Valaam (Abade Damasceno). O Bispo Inocêncio confirmou a autenticidade da sua miraculosa salvação do afogamento através da intercessão pelas orações do Padre Germano, o qual foi previamente informado pelo peregrino acima citado. O Bispo Peter escreveu ao Abade Damasceno: "Eu não sei se o Kodiak Creole Gerasim Zyrianov irá enviar-lhe alguma informação sobre o Padre Germano, mas eu tenho, de minha parte, autorizado a um padre de Kodiak e a um cidadão de Kodiak, Constantine Larionov, a escrever tudo o que ele sabe ou ouviu de outros sobre o Padre Germano. Eu juntei tudo o que pude e estou anexando à presente."

Assim, informações fidedignas sobre a vida do Padre Germano foram coletadas em Valaan. Essa inesperada coleção de informações ocorreu exatamente trinta anos após a morte do Ancião, o qual havia profetizado que precisamente dentro desse prazo as pessoas iriam lembrar-se dele, como se ouvissem seu testamento, aos seus amados parentes espirituais, os habitantes da sua amada Valaam. Nós vamos agora nos concentrar nas bases dessas fontes, para descrever os eventos de sua vida como um memorial do nosso abençoado Pai.

O Monge Germano era de uma família de comerciantes da cidade de Serpukhov da diocese de Moscou. Não sabemos o que ele fazia antes de sua ordenação monástica, nem sabemos qual era seu sobrenome. Desde de sua juventude ele já demonstrava um grande zelo por viver um modo de vida piedoso, e se transformou em monge dezesseis anos após seu nascimento. Inicialmente ele ingressou no "Holy Trinity Sergius Hermitage," localizada em uma baia finlandesa na estrada Peterchoff cerca de doze milhas distante de Petersburg. Naquela época "St. Sergius Hermitage" foi anexada a St. Sergius Lavra (perto de Moscou) e foi dirigida por superiores enviados de Lavra. Supõe-se que o Padre Germano, um nativo do território de Moscou, teria visitado Moscou e feito peregrinações a St. Sergius Moscou Lavra. Lá ele teria tido a ocasião de providenciar uma abençoada filial do abençoado Lavra, "Holy Trinity-St. Sergius Petersburg Hermitage" (Eremitério).

Quando o monge Germano vivia em St.Sergius, de repente, apareceu um tumor do lado direito do pescoço do Padre Germano, debaixo de sua barba. A dor era horrível. O mesmo cresceu rapidamente e desfigurou toda a sua face; era muito difícil para ele engolir, além de exalar um odor intolerável. Diante de tal situação de perigo, esperando morrer, Padre Germano não recorreu a um médico terrestre, mas, olhando-se no espelho, fez uma calorosa oração, e, com lágrimas ele se dirigiu ao Ícone, da Rainha Celeste, implorando a interseção para a sua cura. Ele rezou a noite inteira, então passou a toalha molhada na face da Imaculada Virgem Maria, e amarrou a toalha em volta do tumor no seu pescoço.

Continuando as orações entre lágrimas, exausto, ele adormeceu no chão e sonhou que ele foi curado pela Santíssima Virgem. Ao acordar de manhã ele se levantou e, para sua grande surpresa, se viu completamente curado. O tumor havia desaparecido sem estourar, deixando apenas uma pequena marca como se fosse uma lembrança do milagre. Os médicos que foram informados sobre essa cura não acreditaram, insistindo que o tumor teria sido cortado ou estourado por si mesmo. Mas as palavras dos médicos foram as palavras da fraqueza e inexperiência do homem diante da graça de Deus superando a ordem da natureza. Este tipo de incidentes torna a mente humana humilde diante da infinita misericórdia de Deus!

O Padre Germano viveu St. SH por cinco ou seis anos. Então ele mudou-se para o mosteiro de Valaam, o qual situa-se no arquipélago de majestosas ilhas entre as águas do lago de Ladoga. Com toda a sua alma ele chegou para amar o mosteiro Valaam, seu inesquecível Abade, o grande Ancião Nazarius, e todos os seus irmãos de fé. "Sua gentileza paternal para a minha pequenez," ele escreveu mais tarde ao Abade Nazarius da América, "não será apagada do meu coração, nem o impenetrável e selvagem território siberiano, nem suas florestas escuras, nem os grandes rios lavarão de minha memória; nem os bravos mares extinguirão esses sentimentos. Dentro de minha mente eu imagino minha amada Valaam e olho sempre para ela através do grande oceano." Em suas cartas ele se refere ao Ancião Nazarius como "o mais sagrado, meu amado Padre," e no que toca a toda irmandade de Valaam, ele chamou "bem amada e a mais caridosa." Ele chamou sua desertada ilha de Spruce, o lugar de sua casa na América, "Nova Valaam." E, como mostram as evidencias, ele mantinha sempre contato com sua pátria espiritual. Por volta do 1823, trinta anos de sua estada na América, ele escreveu cartas ao sucessor do padre Nazarius Abade Inocêncio.

Ai está o que foi dito com relação à vida do Padre Germano pelo seu contemporâneo (o qual também foi ordenado pelo Abade Nazarius e que foi o futuro Abade de Valaam), padre Balaam. Padre Germano passou por varias subordinações, e estava sempre pronto para qualquer trabalho; ele foi entre outras coisas, enviado à cidade de Serdobol para supervisionar uma pedreira de mármore naquele local. A irmandade amava o Padre Germano e esperava impacientemente dia a dia pelo seu retorno de Serdobol para o mosteiro. Tendo testado o zelo do jovem asceta, o sábio Ancião padre Nazarius abençoou-o para ir morar sozinho no deserto. Esse deserto estava localizado numa densa floresta, cerca de uma milha distante do mosteiro e até hoje conservou o nome: Hermanova — posteriormente conhecido como o campo de Germano. Nos dias festivos Padre Germano vinha de seu deserto ao mosteiro. Nas vigílias ele se prostrava em pé no clíros e cantava com sua agradável voz de tenor o refrão do Cânon "amado Jesus salve a nós os pecadores," "Ó Santíssima Mãe de Deus, salve-nos," e as lágrimas escorriam de seus olhos como a água que transborda de um balde.

Na segunda metade do século retrasado as fronteiras da Santa Rússia ao norte foram ampliadas com as atividades dos "promyshlenniki" russos (escoteiros e pioneiros). As ilhas Aleutianas foram descobertas. As Aleutianas são uma corrente de ilhas que se alongam desde o extremo leste de Kamchatka até a costa oeste da América do norte. Tendo sido descobertas essas ilhas, percebeu-se que havia uma necessidade Santa para a iluminação evangélica dos habitantes nativos locais. O Metropolita Gabriel, com a benção do Synod,confiou ao Ancião Nazarius a abençoada tarefa de selecionar homens capazes dentre a irmandade de Valaam. Dez homens foram escolhidos e um deles era o padre Germano. Em 1794 os homens escolhidos deixaram o mosteiro de Valaam para o destino apontado. Os evangelizadores espalharam rapidamente a luz evangélica com Santo zelo entre esses novíssimos filhos da Rússia. Milhares de pessoas aceitaram o Cristianismo. Uma escola foi fundada para educar as recém batizadas crianças. Uma igreja foi construída no local onde os missionários viviam. Todavia pelos caminhos de Deus impenetráveis a nós o total sucesso dessa missão não durou muito. Depois de cinco anos de atividades muito proveitosas o dirigente da missão e toda a sua comitiva se afogaram (o chefe dessa missão era o Archimandrita Iosaph, o que foi elevado à posição de bispo). Antes dele o zeloso monge Juvenaly foi agraciado com a coroa do martírio. Os outros, um após outro, abandonaram a missão. Finalmente, apenas o Padre Germano permaneceu. A graça de Deus foi dada a ele para trabalhar mais do que todos seus irmãos, na missão de iluminar os Aleutas.

Nós mencionamos antes que o lugar que o Padre Germano viveu na América teria sido a ilha de Spruce, denominada por ele "Nova Valaam." Esta ilha é separada da ilha Kodiak por um estreito de duas milhas de largura. Um mosteiro de madeira está localizado em Kodiak para acomodar os membros da missão e uma grande igreja de madeira foi construída em nome da Ressurreição de Cristo. A ilha de Spruce por si não é muito grande e é toda coberta por floresta. Um pequeno rio corre do meio da ilha e desemboca no mar. Padre Germano escolheu essa pitoresca ilha por si mesmo como local de sua reclusão. Ele cavou uma caverna no solo com suas próprias mãos e passou seu primeiro verão inteiramente lá. Com a chegada do inverno a Companhia Russo Americana construiu uma cela para ele, próxima a sua caverna. Ele viveu nessa cela até sua morte e pediu que a caverna fosse sua sepultura. Não longe da cela foi construída uma capela de madeira e uma pequena casa que servia de escola e abrigo para visitantes. Esse foi o local de grandes trabalhos ascéticos feitos pelo Padre Germano durante quatro décadas de sua vida. No jardim, ele mesmo cavou os canteiros, plantou batatas, repolho e outros vegetais. Ele possuía um cesto enorme para trazer algas marinhas da praia a fim de fertilizar a terra; ele era tão grande que as pessoas dificilmente acreditavam que apenas um homem pudesse levanta-lo. Entretanto para a surpresa de todos o Padre Germano carregava-o cheio de algas sem nenhuma ajuda externa, por grandes distancias. Numa noite de inverno seu discípulo, Gerasim, casualmente viu-o na floresta caminhando descalço carregando um enorme cepo que dificilmente seria carregado por quatro homens. Assim trabalhava o Ancião. Tudo que ele fazia para conseguir comida, roupa e livro para seus órfãos era preenchido com labor imensurável.

Suas roupas eram as mesmas no inverno e no verão. Ele não vestia camisa. Ao invés disso ele usava uma colete de pele de veado, o qual, por mais de oito anos ele não tirava e não trocava. Consequentemente, todo o pêlo gastou e ficou sujo. Usava também, sapatos, sotaina, um manto desbotado e com remendos e seu chapéu de monge (klobuk). Ele ia a todos os lugares com essas roupas em qualquer tempo: na chuva, na neve, nas tempestades de inverno e mesmo nas mais baixas temperaturas.

Sua cama era um banco de tamanho médio coberto com peles de veado cujo o pêlo se gastou todo com o tempo. Como travesseiro ele usava dois tijolos que ficavam escondidos debaixo da pele de veado e desta forma não eram notados pelos visitantes. Ele não possuía cobertor, uma tábua de madeira, lhe servia como aquecedor. O Padre Germano chamava essa tábua de seu cobertor e gostaria que ela cobrisse o seu corpo quando morresse. Ela era exatamente do seu tamanho. "Quando eu visitei a cela do Padre Germano," afirmou Constantino Larionov, "eu, o pecaminoso, sentei nessa cama e senti-me no topo da minha felicidade."

Quando o Padre Germano era apenas um visitante entre o pessoal da companhia ele poderia falar sobre assuntos pertinentes à salvação da alma até alta madrugada. Ele nunca varava uma noite. Independentemente das condições do tempo ele sempre retornava para o seu eremitério no deserto. Se por alguma razão ele fosse forçado a passar a noite fora da sua cela, as pessoas sempre encontrariam sua cama intacta evidenciando que o Ancião não havia dormido depois de tudo. A mesma coisa estaria acontecendo no seu eremitério no deserto. Lá ele teria passado toda noite em conversação, demonstrando assim sua total despreocupação com o descanso.

O Ancião comia muito pouco. Quando visitava alguém ele apenas experimentava a comida que lhe serviam e voltava para sua cela onde comia ima pequena porção de peixe, nisso consistindo, pois, suas refeições.

Seu corpo esgotado pelo trabalho, jejum, e vigílias, ainda era oprimido pelas correntes de quase dez quilos que ele usava nas suas venerações diárias na capela onde, como dito por alguém ele foi encontrado morto atrás do ícone da Santíssima Mãe de Deus; outra explicação seria que as correntes teriam caído da parte traseira do ícone no momento de sua morte.

Descrevendo os trabalhos ascéticos do Padre Germano, seu discípulo, o Aleuta Inácio Aliaga acrescenta "Sim, Apa conduziu uma vida muito dura, e ninguém poderia imita-lo." Ele estava se referindo apenas às atividades externas do Ancião. "Entretanto, sua principal atividade," disse o Bispo Peter, "foi exercida no isolamento de sua cela onde ninguém podia vê-lo; somente fora de sua cela eles ouviam-no cantando e executando as tarefas de acordo com as regras monásticas." Tal testemunho do Bispo é confirmado pela seguinte resposta do próprio Padre Germano. Foi perguntado ao Ancião "Como o senhor Padre Germano consegue viver sozinho na floresta e não se sente enfadado? "Ele respondeu "não, eu não estou sozinho lá! Lá está Deus, e Deus está em toda a parte! Lá estão os santos anjos! Como pode alguém ficar entediado estando junto com eles? Com quem é mais agradável e melhor conversar, anjos ou pessoas? Anjos, é claro!"

Como o Padre Germano saudava os habitantes nativos da América, como ele entendia seu relacionamento com eles, e como ele tinha compaixão das suas necessidades, ele mesmo expressa em uma carta endereçada ao antigo governador das colônias Yanovsky. "O Criador deu à nossa amada terra natal está região. Assim como um bebe recém nascido, a mesma ainda está sem força de qualquer espécie nem senso. Ela requer não apenas proteção, mas também, devido à sua fraca e tenra idade, ela requer apoio. Mas ainda nem é possível pedir a alguém para fazer isso. A dependência desse povo é uma benção da Santa Providência, dada como se fosse nas mãos das autoridades russas aqui, por indeterminado período de tempo, e é agora dada na suas mãos."

"Por essa razão eu, o mais humilde criado da população local e seu enfermeiro, venho a sua presença com uma torrente de lágrimas, registrando minha solicitação para que o senhor seja nosso pai e protetor! Nós, certamente, não sabemos nada sobre eloqüência, mas pedimos na ingênua linguagem de criança, enxugue as lágrimas dos órfãos indefesos, esfrie o calor das tristezas nos corações derretidos, ensine-nos o significado da consolação."

Como o Ancião sentiu, assim ele agiu. Ele sempre intercedeu junto às autoridades em nome dos transgressores, defendendo aqueles que eram feridos, ajudando os necessitados da forma que podia. Os Aleutas de ambos os sexos, assim como suas crianças, visitavam-no com freqüência. Alguns pediam conselhos, outros reclamavam que eram pressionados, outros procuravam por defesa, ou pediam ajuda: todos obtinham respostas na medida que era possível ao Ancião dá-las. Ele analisava suas queixas, e tentava para que tudo se resolvesse em paz, tendo trabalhado especialmente para restabelecer a harmonia nas famílias. Se não era possível apaziguar marido e mulher, o Ancião sugeria que se separassem por um certo tempo. A necessidade dessa medida ele assim explicava: "melhor que eles vivam separados sem brigarem e discutirem. Acreditem-me, mantendo-os juntos poderia ser muito assustador. Haviam casos onde o marido poderia matar a esposa ou a esposa poderia conduzir o marido à loucura, através de um comportamento inexplicável!" O Padre Germano amava especialmente as crianças. Ele sempre dava bolachinhas bolos e doces a eles. Os pequeninos sentiam-se especialmente atraídos pela sua gentileza. O amor do Padre Germano pelos Aleutas muitas vezes chegava ao ponto de auto-sacrifício.

Um surto de doença mortal com feridas doloridas foi trazido pelos navios provindos dos Estados Unidos para a ilha de Sitka, e de lá, para a ilha de Kodiak. Essa doença se iniciava com uma febre, o nariz escorrendo sem parar seguindo-se dificuldade na respiração, terminando em espasmos, vindo a vítima a falecer no terceiro dia. Como não havia médicos e remédios na ilha, a doença se espalhou pelos vilarejos, tomando conta rapidamente de toda a região. Ela afetou a todos, inclusive bebês. A mortalidade foi tão grande que, durante três dias não havia ninguém para cavar sepulturas e os corpos insepultos jaziam por toda a parte! Uma testemunha ocular disse, "não posso imaginar nada mais triste e horrível do que a visão que me imobilizou quando visitei uma habitação Aleuta, Kazhim! Era um imenso celeiro ou um quartel com camas beliche, que podia hospedar cerca de 100 pessoas, onde todas as famílias Aleutas estavam vivendo. Alguns dos mortos que já estavam gelados estavam estirados próximos da habitação; outros morriam aos gemidos e grunhidos que cortavam sua almas despedaçadas! Quem via isso sentia seu coração sangrar de dó vendo mães mortas, sobre cujos peitos frios engatinhavam pequenas crianças que inutilmente chorando de fome e angustiadas procuravam comida onde nunca mais iram encontrá-la! Imaginem se fosse pintado um quadro representando todo o horror dessa triste cena com um pincel realista, mesmo a alma mais endurecida temeria a morte. O Padre Germano, incansavelmente visitava os doentes durante todo o tempo em que a doença perdurou, ou seja um mês inteiro com um declínio gradual; ele implorava a todos que fossem pacientes, que rezassem, que se arrependessem ou ainda os preparava para a morte."

O Ancião se preocupava especialmente em dar esclarecimentos morais aos Aleutas. Com esse objetivo em mente ele organizou uma escola para as crianças Aleutas órfãs. Ele próprio ensinou-lhes a Lei de Deus e os cânticos sacros. Ele reunia os Aleutas para rezar na capela próxima à sua cela, em dias festivos e domingos. Ali seus discípulos liam as Horas e outras orações, e o próprio lia as Epístolas e Evangelhos, e ensinava-os com suas palavras, enquanto as estudantes moças cantavam. Os Aleutas gostavam muito de ouvir os ensinamentos do Padre Germano: essas palestras do Ancião eram muito interessantes, e exerciam uma espantosa força de influência sobre seus ouvintes. Numa dessas palestras cheia de graça ele diz: "Glória ao santos caminhos nosso Deus misericordioso! Ele, na Sua impenetrável providência mostrou-me um novo fenômeno que eu nunca tinha visto antes nos 20 anos de minha vida aqui. Agora após a Páscoa uma jovem de aproximadamente 20 anos que falava russo muito bem que nunca havia me visto anteriormente e tão pouco havido falar de mim, veio a mim, e, após ter ouvido sobre a Encarnação do filho de Deus, e sobre a vida eterna, ficou tão inflamada de amor por Jesus Cristo que ela não queria mais se separar de mim. Após ter me suplicado por muito tempo, conseguiu persuadir-me contra minha própria inclinação, e meu amor ao silêncio e reclusão, a aceitá-la. Não fazendo conta de todos os obstáculos e dificuldades dos quais a adverti, ela viveu comigo por mais de um mês e não se sentiu enfadada. Eu, sentindo grande surpresa ao ver isso, lembrei-me das palavras do Salvador "Deus apressou-se em esconder essas coisas dos sábios e prudentes, e apressou-se em revela-las até aos pequenos" (Mat. 11.25). Essa mulher viveu perto do Ancião até sua morte; ela cuidava do bom comportamento das crianças que estudavam na sua escola; e no seu leito de morte ele desejou que ela vivesse na ilha de Spruce e, quando ela morresse, que fosse enterrada a seus pés. Ela se chamava Sofia Vlasov."

Yanovosky, o governador, conta que muitas vezes o Padre Germano aqueceu os corações não apenas dos nativos, mas também dos russos. Yanovosky era um homem altamente educado mas um cristão superficial, na realidade era um "livre pensador" até que conheceu o Padre Germano. "Para minha surpresa ela falava tão fortemente, tão sensivelmente, e argumentava tão convincentemente parecendo que nenhuma sabedoria ou educação terrestre poderia opor-se a suas palavras. Conversávamos diariamente até meia noite e as vezes, sobre o amor de Deus, sobre a salvação da alma e sobre vida Cristã. Sua doce fala parecia se derramar de seus lábios numa incessante torrente... com este tipo de constantes conversas e graças às orações do santo Ancião, Deus converteu-me totalmente ao caminho da verdade, e me transformei num verdadeiro Cristão. Por tudo isso eu fico grato ao Padre Germano. Ele é meu verdadeiro benfeitor."

"A muitos anos atrás," continua Yanovosky, "Padre Germano converteu um capitão naval, G., da fé luterana para a Ortodoxia. O capitão era plenamente educado. Além de conhecer muitas ciências, ele falava russo, francês, italiano, inglês e um pouco de espanhol. A despeito disso, não resistiu aos argumentos e provas do Padre Germano: ele modificou suas crenças e foi recebido na Igreja através da Crisma. Quando deixou a América, o Ancião disse-lhe na partida, "se Deus levar a tua mulher, de forma nenhuma não se case com uma mulher alemã; se você casar com uma mulher alemã ela inevitavelmente ferirá sua ortodoxia." O capitão deu sua palavra, mas não a manteve. A advertência do Ancião tornou-se uma profecia. Após alguns anos a mulher do capitão morreu, e ele quebrou a promessa casando-se com uma alemã: evidentemente ele ou abandonou sua fé ou ela enfraqueceu, e morreu de repente sem arrependimento."

Talvez a melhor citação de São Germano foi dada a seus companheiros russos. "A descrição original é mencionada na totalidade abaixo. Numa conversação com um grupo de marinheiros, ele interrogou-os sobre o amor a Deus. Quando eles loucamente afirmaram amar a Deus ele respondeu: "e eu, um pecador, tenho tentado amar a Deus por mais de quarenta anos, e não sei dizer se O amo perfeitamente." Mais tarde acrescentou, "ao menos vamos fazer uma promessa a nós mesmos, que deste dia em diante, desta hora, deste exato momento, iremos nos esforçar acima de tudo para amar a Deus e cumprir Sua Santa Vontade!"

Geralmente, o Padre Germano gostava de aconselhar as pessoas nas suas dificuldades: ele falava com sabedoria, direto no assunto, e instrutivamente; principalmente no que tocava à eternidade, salvação, a vida futura, e os caminhos de Deus. Ele relatava muito sobre as vidas de santos e de Profetas, mas nunca falava sobre assuntos triviais. Constantine Larinov foi testemunha de que todos que conversaram com ele acharam que era muito agradável ouvi-lo que mesmo os Aleutas e suas mulheres se deliciavam com sua fala, e que não era incomum para eles passarem com ele sem perceber até ao raiar de um novo dia.

Yanovosky descreve as características externas do Padre Germano detalhadamente. "Eu me lembro nitidamente," ele diz, "todos os traços da face do Ancião; ela brilhava graciosamente; seu agradável sorriso; sua aparência atrativa e mansa; sua simples, e discreta maneira; suas palavras agradáveis. Ele não tinha alta estatura, sua face era pálida coberta de rugas, seus olhos eram de um azul acinzentado e cheios de brilho, e em sua cabeça ele tinha alguns cabelos grisalhos. Sua fala não era alta, mas muito agradável." De suas falas com o Ancião, Yanovosky lembra de dois incidentes. "Certa vez," ele escreve, "eu li para o Padre Germano um trecho de "Derzhvins Ode God." O Ancião ficou surpreso, estático e pediu-me que lesse mais uma vez, o que fiz. "É possível que isso foi escrito por um simples e aplicado poeta?" ele perguntou. "Sim, ele era um poeta instruído." Eu respondi. "ele foi inspirado por Deus," disse o Ancião.

"Numa outra ocasião eu lhe contei como os espanhóis haviam capturado 40 Aleutas e os jesuítas (franciscanos) pressionavam a todos eles para que aceitassem a fé católica, o que os Aleutas não aceitavam de forma alguma. Nós somos Cristãos." Não é verdade vocês são heréticos e cismáticos, "argumentavam os jesuítas," e se vocês não se submeterem e não aceitarem nossa fé, iremos torturá-los até a morte. "Então os aleutas foram colocados dois a dois nas prisões. Os jesuítas iam às prisões a noite com velas, e começavam outra vez a persuadir dois aleutas a aceitarem a fé católica. Nós somos cristãos, era a resposta dos aleutas, e não iremos mudar de fé! Então os jesuítas começavam a torturá-los, primeiro a um, enquanto o outro testemunhava. Eles cortavam a junta do pé do aleuta e em seguida a segunda junta, então a junta do dedo e a segunda. Então eles cortavam com um machado os pés e as mãos; o sangue jorrava, o mártir resistia e firmemente repetia a mesma coisa, "eu sou um cristão." "Em decorrência de tal sofrimento ele morria de hemorragia. No dia seguinte os jesuítas prometiam torturar seu amigo da mesma maneira, mas a noite eles receberam uma ordem de Monterey que todos os aleutas capturados deveriam ser levados lá imediatamente com uma escolta. Pela manhã todos foram enviados exceto os aleutas mortos. Isso me foi contado por uma testemunha aleuta, que tinha sido amigo de um martirizado, e que escapara à tortura. Então eu reportei tudo isso ao quartel general em Petersburgo. Quando terminei minha descrição, o Padre Germano perguntou: "e qual era o nome do aleuta?" Eu respondi, "Peter, mas eu não me lembro do seu segundo nome," então o Ancião se prostrou diante de um Ícone, fazendo piedosamente o sinal da cruz e pronunciou; "Santo novo mártir Peter, reze a Deus por nós!"

Afim de dar-lhes uma indicação sobre o espírito dos ensinamentos do Padre Germano, citaremos algumas palavras de suas cartas.

Suas cartas refletem um homem de paciência, e amor "nossos pecados não impedem o exercício da nossa cristandade... Pecado para quem ama a Deus, é nada mais do que uma flechada do inimigo na batalha. "Os vãos desejos deste mundo separam-nos do nosso lar celestial; o apego a eles vestem nossa alma com uma vestimenta repugnante. Nós que viajamos na jornada desta vida e pedimos a Deus que nos ajude, deveríamos nos despojar destas vestimentas, vestindo-nos de novos desejos, de novo amor para o futuro, e desta forma recebermos o conhecimento de quão perto ou quão longe estamos do nosso lar celestial.

Ele nunca quis nada para si em vida. Durante muito tempo após sua chegada na América, revestido de humildade ele recusou o posto de (hieromong) ou Arquimandrita, e permaneceu para sempre um simples monge. Padre Germano, sem um mínimo medo dos que estavam no poder trabalhou para Deus com todo o seu zelo. Com a mansidão do seu amor, ele reencaminhou muitos de suas de suas vidas devassas. O ódio auto condenador de muitas pessoas cresceu contra ele, criou-lhe todos os tipos de dificuldades, e caluniou-os caluniadores eram tão poderosos que muitas vezes pessoas de boa fé não conseguiam detectar as mentiras nas suas acusações contra o padre Germano, de tão bem arquitetadas que eram essas acusações. Era como se o próprio Senhor estivesse preservando o Ancião. Mesmo Yanovosky, antes de ter conhecido o Padre Germano, escreveu a St. Petersburgo sobre a necessidade de remover o Ancião: um falso relatório foi escrito a ele, dizendo que estaria agitando os Aleutas contra sua autoridade. Um padre de Irkutsk causou muitos aborrecimentos ao Padre Germano, e quis expulsa-lo de lá, mas o governador das colônias, Muraviev, defendeu o Ancião. Outro padre chegou a ilha de Spruce com o governador das colônias e funcionários da companhia para inspecionarem a cela do Padre Germano, presumindo que lá iriam encontrar ricas possessões. Como não encontraram nada de valor, o funcionário Ponomarkov, evidentemente com a permissão de superiores começaram a arrebentar o assoalho com um machado. "Meu amigo," Padre Germano disse-lhe então, "em vão vocês se apressam em tomar este machado, pois esta mesma ferramenta irá privá-los da própria vida!" Após um certo período de tempo foram necessários homens para o "Mikolaev redobt"e muitos empregados russos foram enviados para lá provenientes de Kodiak. Dentre eles estava Ponomarkov e lá, os nativos de Kenai deceparam sua cabeça com um machado quando estava dormindo.

Padre Germano também suportou muitos ataques dos demônios. Isso foi revelado ao seu discípulo Gerasim quando o mesmo, ao entrar na cela sem a costumeira oração, não recebeu respostas a nenhuma de suas questões. No dia seguinte ele perguntou pela causa do silêncio do dia anterior. "Desde que eu vim para esta ilha e me fixei neste deserto," Padre germano disse-lhe, "muitas vezes os demônios vem à mim às vezes em forma de uma necessidade, na forma de pessoas e na forma de animais. Eu suportei várias destas investidas: todo tipo de aborrecimentos e tentações, e, desta forma, eu não falo com ninguém que vem a minha cela sem oração."

Tendo se dedicado inteiramente à vontade de deus enquanto zelosamente trabalhava só para glorificar Seu Santíssimo Nome, longe de sua pátria em meio de muitos aborrecimentos e privações, e, tendo trabalhado durante muitas décadas com sublime auto negação, Padre Germano foi agraciado com muitas dádivas sobrenaturais de Deus.

No meio da Ilha de Spruce há um pequeno rio que corre das montanhas para o mar. Lá haviam sempre grandes toras de madeira trazidas por tempestades. Na primavera quando pela primeira vez apareciam os peixes, o Ancião cavava a areia de forma que o rio pudesse passar e os peixes do mar pudessem subir o rio. O discípulo do Padre Germano, Ignatius Aliaga, disse, "está acontecendo o que Apa diria. "Vá e pegue o peixe do rio," e eu também pegarei um. Ele costumava alimentar os pássaros com peixe seco e um grande número deles fazia seus ninhos perto de sua cela. Alguns arminhos viviam em baixo de sua cela. Esse pequeno animal, após nascerem seus filhotes torna-se inaproximável, mas o Ancião alimentava-os com suas mãos. — Não era isso realmente um milagre que estávamos vendo? — perguntou seu discípulo Ignatius. Padre Germano foi também visto alimentando ursos. Com a morte do Ancião tanto os pássaros como os animais desapareceram: mesmo que alguém cuidasse com toda dedicação o jardim e as plantações, nada ia para frente, após a morte do Ancião. Houve uma vez uma inundação na ilha de Spruce. Seus habitantes correram amedrontados ao Ancião, onde foi tomado um Ícone da Mãe de Deus da casa onde os estudantes moravam, levado para fora e colocado na parte seca da terra. Ele começou a rezar. Depois da oração ele dirigiu-se aos que lá estavam e disse: "não tenham medo, a água não irá além do ponto em que está o Ícone!" fiel a essa profecia, a água não passou do ponto em que o Ícone estava colocado. Ele prometeu-lhes que o Ícone da Santíssima Virgem iria protege-los no futuro em situações similares. Ele designou à sua aluna Sofia a tarefa de colocar o Ícone na "laida" — solo plano — em caso de inundação.Este Ícone está até hoje preservado na Ilha de Spruce.

Uma vez, atendendo a uma solicitação doAncião, o barão F.P.Wrangell escreveu uma carta como ditada pelo Padre Germano ao Metropolita. Quando a carta foi finalizada, o Ancião congratulou o Barão com o título de Almirante. O barão ficou surpreso. Essa notícia foi confirmada a ele somente após um longo período de sua partida de Persburgo.

"Eu tenho muita pena de você meu querido parente," disse o Padre Germano ao seu administrador Kashevarov, cujo filho era seu afilhado, "Eu tenho pena de você; esta mudança para você será desagradável!" Cerca de dois anos mais tarde, quando certas mudanças aconteceram, ele foi enviado algemado à ilha de Sitka.

Certa vez aconteceu um incêndio na floresta da Ilha de Spruce. O Ancião junto com seu discípulo Ignatius abriu uma clareira cerca de uma jarda de largura em direção ao pé da montanha, acumulando o musgo e disse: fique em paz, o fogo não cruzará está linha." No dia seguinte quando, de acordo com o Ignatius, parecia não haver esperanças para salvação, o fogo veio com grande força para o musgo que o Ancião havia acumulado e parou, não tocando a floresta do outro lado da linha.

Um ano antes de chegarem a Kodiak notícias sobre a morte do Metropolita, Padre Germano disse aos Aleutas que seu grande líder espiritual havia morrido.

De acordo com o Bispo Peter, o Ancião costumava dizer que na América eles haveriam de ter seu próprio Bispo, e que nunca aconteceria de a América ficar desprovida de Bispo. Sua profecia se realizou em tempo.

"Depois de minha morte," Padre Germano costumava dizer, "surgirá uma peste e muitas pessoas morrera em decorrência dela, e os russos irão se juntar aos Aleutas." Realmente, seis meses após a morte do Ancião surgiu uma epidemia no Alasca que causou um enorme número de mortes a tal ponto que em muitos lugarejos apenas poucas pessoas sobreviveram. Isto compeliu as autoridades coloniais a consolidar os Aleutas: assim de vinte lugarejos sobraram apenas sete.

"Ainda que muito tempo passe após minha morte," Padre Germano costumava dizer aos seus discípulos, "Minha memória não será esquecida e o local de minha morada não ficará vazio. Um monge similar a mim, fugindo da glória dos homens, virá e irá viver na Ilha de Spruce. E a Ilha de Spruce estará sempre povoada."

"Meu pequenino," Padre Germano uma vez perguntou a Constantine Larionov, quando ele não tinha mais do que doze anos de idade, "o que você pensa? Está capela que está sendo agora construída será um dia abandonada?" "Eu não sei Apa." Respondeu o menino. "e realmente," disser Constantine, "eu não entendi a questão naquela ocasião, no entanto toda a conversação permanece viva na minha memória." O Ancião, permanecendo em silêncio por certo tempo disse "minha criança, lembre-se que em um certo momento haverá um mosteiro aqui."

"Trinta anos irão passar depois de minha morte, todos aqueles que hoje vivem na Ilha de Spruce estarão mortos, apenas você restará vivo, e você será um velho e pobre; então irão se lembrar de mim," Padre Germano costumava dizer isso a seu discípulo, o Aleuta Ignatius Aliaga. "Isto é notável," explica Ignatius, "como um homem similar a nós podia saber tudo sobre estas coisas tão antes do tempo! Ele não era um simples homem! Ele enxergava nossos pensamentos e podia fazer que involuntariamente nos abríssemos com ele e recebêssemos instruções."

"Quando eu morrer," o Ancião dizia aos seus discípulos, "vocês me enterrem perto do Padre Ioasaph. Matem imediatamente meu boizinho, pois ele já me serviu suficientemente. Enterrem-me vocês mesmos e não falem sobre minha morte no porto. Os habitantes do porto Kodiak não deverão ver meu rosto. Não mandem buscar um padre e tampouco esperem que venha algum: sua espera será em vão! Não lavem meu corpo, coloquem-me na mesa, dobrem meus braços em cruz, envolvam-me em meu manto e com seus cantos cubram minha face e minha cabeça com meu "Klobuk." Se alguém desejar dizer-me adeus, permitam-lhe beijar a cruz (nas minhas mãos) ; não mostrem meu rosto a ninguém. Após me colocarem na terra, cubram-me com meu cobertor." Este cobertor como já mencionamos anteriormente era a tábua que permanecia na sua cela.

O tempo aproximava a partida do Ancião. Certo dia ele chamou seu discípulo Gerasim à sua cela para acender as velas diante dos Ícones e ler o Atos dos Apóstolos. Após algum tempo sua face se iluminou e ele exclamou em voz alta "Glória a ti Senhor Deus nosso" então, ordenando que Gerasim parasse a leitura ele disse que se fosse agradável a Deus que prolongasse sua vida por uma semana a mais. Após uma semana, outra vez de acordo com sua ordem, as velas foram acesas e os Atos dos Apóstolos foram lidos; o Ancião silenciosamente debruçou sua cabeça no peito de Gerasim. Um perfume celestial exalava na cela, sua face brilhava — então o Padre Germano não estava mais! Portanto, ele repousou com o sono dos justos no 81º ano da sua longa vida sofrida, No dia treze de dezembro de mil oitocentos e trinta e sete.

A despeito do desejo do Padre Germano expressado antes de sua morte, seus discípulos decidiram não enterra-lo sem avisar ninguém da área portuária sobre sua morte. Eles ficaram com medo dos russos, segundo os Aleutas.

Um mensageiro foi enviado com a triste noticia ao porto. Ao retornar o mensageiro informou que o gerente das colônias Kashevarov proibiu-os de enterrar o Ancião até sua chegada, ele encomendara um bom caixão o qual ele próprio traria sem demora. Entretanto, tais instruções contrariavam ao desejo do falecido. E então um amedrontante vento assoprou a chuva começou a cair, desenvolvendo-se uma terrível tempestade. A distância do porto à Ilha de Spruce não era grande talvez duas horas, mais ninguém poderia se aventurar a entrar no mar com tal tempo. A tempestade continuou com a mesma intensidade durante um mês inteiro; o corpo do Padre Germano permaneceu na casa aquecida de seus discípulos. Nenhuma mudança se observou na sua face e tampouco seu corpo exalava um mínimo cheiro. Finalmente o caixão foi entregue pelo experiente velho homem, Cosmas Uchilisschev. Ninguém do porto veio e os habitantes da Ilha de Spruce prestaram as últimas homenagens ao Ancião. Assim foram atendido o último desejo do Padre Germano — e o vento acalmou-se e a superfície do mar ficou lisa como um espelho.

Também por alguma razão desconhecida eles não mataram o boizinho mas no dia após sua morte seu boi aparentemente começou a se perder e numa disparada bateu a sua cabeça em uma árvore e caiu morto por terra.

Num entardecer foi visto no vilarejo de Katari (na ilha Afognak) um incomum facho de luz sobre a Ilha de Spruce que chegava ao céu. Pasmados por esse fenômeno miraculoso, os anciãos Creole Gerasim Vologdin e sua esposa Ana disseram para si mesmos: "isto parece como se o Padre Germano tivesse nos deixado !" e começaram a rezar: em seguida eles foram informados que exatamente naquele momento o Ancião havia falecido. Esse pilar luminoso foi visto em outros lugares por outros povos. Naquela mesma noite em outro lugarejo da ilha Afognak, as pessoas viram um homem sendo erguido da ilha de Spruce em direção as nuvens. Após enterrado seu Pai, os discípulos do Ancião ergueram um memorial de madeira sobre sua cova.

Vendo a gloriosa vida do Padre Germano, seus milagres, vendo a realização de suas profecias e finalmente seu abençoado adormecimento, "geralmente todos os habitantes locais tem uma admiração e respeito especiais como a um santo ascético, e totalmente convencidos de que ele agradou a Deus" (Bispo Peter). Em 1842, cinco anos após o repouso do Ancião, enquanto viajava por mar a Kodiak e encontrando-se em extremo perigo, o Arcebispo Inocêncio de Kamchatka, das ilhas Aleutianas, olhou para ilha de Spruce e disse na sua mente: "se você ó Padre Germano, agradou a Deus, então faça com que o vento mude!" e realmente, não tendo passado nem um quarto de hora, disse o Bispo, o vento ficou favorável a eles que desembarcaram com sucesso na praia. O Arcebispo Inocêncio rezou uma "pannikhida" no cemitério e deu graças por esse milagre

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Do Tesouro da Espiritualidade

de São Germano.

Compilação dos ensinamentos da vida espiritual de São Germano extraída de suas cartas e conversações

O Caminho do Cristão

Sem querer me autopromover ao título de professor, todavia, exercendo meu dever e obrigação de um servo obediente para o benefício de meu próximo, darei minha opinião baseada no mandamentos da Sagrada Escritura, ao que buscam sua salvação e ao Reino Eterno.

Um verdadeiro Cristão é caracterizado pela fé e amor a Cristo. O fato de ser pecador não impede alguém de ser cristão de acordo com a palavra do próprio Salvador. Ele disse: não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento; há mais alegria no céu quando alguém se arrepende do que em noventa e nove justos. Igualmente como quando a mulher pecadora tocou Seu pé, Ele disse ao fariseu Simão: para quem tem amor, uma grande dívida é perdoada, mas para aqueles que não amam, mesmo uma pequena dívida será cobrada. O Cristão deve se manter esperançoso e alegre diante desses julgamentos, e não apenas aceita-los em meio de tormenta e desespero. É ai que necessitamos do escudo da fé.

Pecado, para aquele que ama a Deus, nada mais é que uma flechada do inimigo em batalha. O verdadeiro Cristão é um guerreiro conquistando seu caminho através dos regimentos do inimigo invisível à sua habitação celeste. De acordo com a palavra do Apóstolo, nossa pátria é o paraíso; e quanto ao guerreiro ele diz: nós lutamos não contra a carne e o sangue, mas contra os principados, contra forças, contra as regras obscuras deste mundo, contra a iniquidade espiritual (Eph. 6:12).

Os inúteis desejos deste mundo separam-nos da nossa pátria celestial; o amor a eles e os vícios vestem nossa alma com uma vestimenta repugnante. Isto é chamado pelos Apóstolos de o homem exterior. Nós na jornada da vida ao chamarmos a Deus para nos ajudar deveríamos despir-nos dessa vestimenta repugnante, vestindo-nos de novos desejos, num novo amor ao que vem pela frente, e desta forma recebendo a noção de quão perto ou quão longe estamos da nossa pátria celestial. Mas não é possível fazer isso rapidamente; ao menos deveríamos seguir o exemplo de pessoas doente, as quais, esperando a tão desejada saúde, não cessam de procurar todos os meios que possam conduzi-las à cura (Extraído de uma carta de 20/ 06/ 1820).

Amor a Deus

Em certa ocasião o Ancião foi convidado a visitar uma fragata que chegara de São. Petersburgo. O capitão da fragata era um homem esclarecido, altamente educado; ele havia sido enviado à América pelo comando imperial a fim de inspecionar todas as colônias. Com o capitão havia cerca de 25 oficias, igualmente educados. Nessa companhia havia um monge que vivia no deserto, de baixa estatura com vestimenta surrada, o qual através de sábia conversação conduziu todos seus ouvintes a tal estado que eles nem sabiam como responder a ele. O próprio capitão conta: "nós ficamos atônitos diante dele!."

O Padre Germano fez-lhes uma questão comum: "cavalheiros, o que vocês amam acima de tudo e o que cada um de vocês gostaria de ter para sua felicidade?" Seguiram-se diversas respostas. Alguns desejaram riquezas, outros glória, outros uma formosa mulher, outros um belo navio que pudessem comandar, e assim por diante, nesse estilo. "não é verdade," disse o Padre Germano a tudo isso, "todos os seus variados desejos podem ser reduzidos a um só — o que cada um de vocês no seu entender considera melhor e mais digno de amor?" "Sim, é isso mesmo" todos responderam. "Bem, então, digam-me," ele continuou, "pode haver algo melhor, alto acima de tudo, e mais digno de amor, que o Próprio Senhor Jesus Cristo, que criou-nos, adornou-nos com perfeição deu vida a todos, sustenta-nos a todos, alimenta e nos ama, o Qual por si mesmo é amor e o mais excelente de todos os homens? Não deveria então o homem amar a Deus acima de qualquer outro desejo e buscá-lo mais do que qualquer outra coisa?" Todos disseram: "sim, é verdade! Está entendido! Isto fala por si mesmo!

"E vocês amam a Deus?" o Ancião então perguntou. Todos responderam: "Claro, nós amamos a Deus. Como alguém pode não amar a Deus?" "E eu, um pecador, tenho me esforçado por mais de quarenta anos a amá-lo e não posso dizer que O amo perfeitamente," respondeu o Padre Germano; então ele começou a mostrar como uma pessoa deveria a Deus. "se nós amamos alguém," ele disse, "estamos o tempo todo pensando nele, esforçamo-nos em agradá-lo, e nosso coração se mantém ocupado com esse assunto dia e noite. É assim que vocês, cavalheiros, amam a Deus? Será que vocês sempre se dirigem a Ele, será que vocês sempre pensam Nele, vocês sempre se dirigem a Ele com orações e respeitam Seus santos mandamentos?" Temos que confessar que nada disso é feito! "Para nosso bem, para nossa felicidade," concluiu o Ancião, "ao menos vamos fazer uma promessa a nós mesmos, que deste dia,. desta hora, deste exato momento iremos nos esforçar para amar a Deus acima de tudo, e atender à Sua santa vontade?" Contemplem quão inteligentemente o Padre Germano conduzia suas esplendidas conversações na sociedade; sem duvida alguma essas palavras devem ter ficado gravadas nos corações de seus ouvintes por toda a sua vida! (Yanovsky, Vida do Monge Germano, 1868).

A Providência Divina.

Um terrível acidente teve a força de nos acordar para a conscientização da existência de várias calamidades e perigos que nos cercam, dos quais a Providência Divina nos preserva. Ao mesmo tempo persuade-nos convincentemente a reconhecer ao procurarmos Sua proteção e Sua mais poderosa defesa, a qual é confirmada a nós pela Sabedoria da Palavra de Deus, que vem do Céu pela vontade do Pai Celestial sob uma cortina de carne como a nossa, gerado pela Divina Força da Imaculada Virgem para a nossa salvação. Ele se fez homem ensinou-nos a rezar para que não fossemos induzidos à tentação. Isto nos faz lembrar de qual Pai originou-se nossa existência, e isto deve nos fazer buscar nossa Paternidade Celestial e nossa herança eterna. (De a "Carta a Baranoff, 1809").

Força Espiritual.

Eu tinha trinta anos de idade quando conheci o Padre Germano. Devo dizer que fui trazido pela marinha; eu tinha conhecimentos científicos e lia muito, mas infelizmente, da Ciência das Ciências, que é Lei de Deus, eu possuía uma mera noção, apenas teórica, sem aplicá-la à vida; embora me considerasse Cristão na verdade não passava de um livre pensador. Ateu, como são quase todos que são engajados no serviço militar e nas instituições públicas. Que pena que não é dada nenhuma atenção a esse ponto: que a Lei de Deus em toda a parte é ensinada superficialmente, mesmo nos seminários; sim, e mesmo das academias teológicas saem estudantes e até Mestres, com muito estudo, mas não possuem uma fé ativa dentro de seus corações, e assim não vivem de forma Cristã.

Acima de tudo reconheço que fui mal orientado na religião em que fui educado, na qual tive oportunidade de ler muitas obras ateístas de Voltaire e outros filósofos do século dezoito. O Padre Germano imediatamente percebeu isso e quis converter-me. Mas isso não era fácil! Eu teria que ser convencido, da santidade da nossa religião; e então, muito tempo, conhecimentos, e habilidade para falar bem e convincentemente seriam necessário.

Para minha grande surpresa, o simples e desinstruído monge, Padre Germano, sendo inspirado pela Graça, falou e argumentou tão sabiamente, fortemente, e convincentemente que, pareceu-me, que nenhum conhecimento ou sabedoria terrestre poderia superar suas palavras. Realmente o Padre Germano possuía uma grande inteligência inata e fortes pensamentos; havia lido muitos livros espirituais patrióticos; o que é mais importante, ele tinha a graça de Deus! Mas desde que num curto dia de inverno eu não tive tempo de me devotar a ele, ele passou a vir a mim diariamente para o chá da tarde, e algumas vezes também para o jantar; conversávamos até meia noite, e as vezes até mais tarde; ele nunca passou a noite toda. Nem chuva ou neve ou tempestade não impediam o zeloso Ancião de visitar-me e voltar para casa sozinho caminhando quase um quilometro na madrugada! Ele me visitava regularmente todo dia numa velha batina, sem casaco; eu o aquecia com chá e conversava com ele sem cessar: sobre a Lei de Deus, sobre eternidade, sobre a salvação da alma, sobre a vida Cristã, e outra coisas.Um suave discurso corria de sua boca como uma incessante torrente encantada...!

Então à meia noite, ou mais tarde, o Ancião ia para casa sozinho com seu báculo em qualquer tipo de tempestade ou tempo frio; ninguém o acompanhava no escorregadio caminho rochoso; mas os anjos acompanhavam-no e protegiam-no (Ps. 90:11). E o amor Cristão aquecia-o, penetrando dentro dele pela salvação de seu semelhante.

Por esta constante conversação e pelas orações do Santo Ancião o Senhor converteu-me totalmente ao caminho certo, e eu me transformei num verdadeiro Cristão. Por tudo isso eu sou grato ao Padre Germano. Ele é meu verdadeiro benfeitor. (Carta de Yanovsky, 22/11/ 1865).

Conversando com os Anjos.

No final da década de trina e no começo da década de quarenta, quando a Igreja Ortodoxa Russa na América respondia ao Sínodo fora da Rússia, eu fui pastor durante mais de três anos no Alasca, quando a todo o momento ouvia grande número de histórias sobre o Padre Germano, "o Maravilhoso trabalhador" do Alasca. As pessoas falavam sobre sua vida ascética, sobre seus milagres, sobre muitos casos de ajuda miraculosa da água de sua fonte, sobre a colocação de terra de sua sepultura em locais infectados, casos de cegos que passaram a enxergar, casos de cura de todo o tipo de aleijados,etc. Logicamente ninguém pode se lembrar de tudo que ele fez. A muito tempo atrás, e por alguma razão eu não escrevi nada na época. Eu lembro muito bem que algo muito grandioso foi dito. Eu mesmo falei com muitos dos que receberam ajuda miraculosa pelas orações a Deus desse Santo. Quando eu servia em Kodiak como padre, os Aleutas de lá me falaram muito sobre o Padre Germano, e sobre dois incidentes que conservo frescos na minha mente; que eu me recorde nada existe escrito sobre eles, todavia parecem autênticos.

Os Aleutas contaram que quando o Padre Germano era vivo e vivia na ilha de Spruce, os habitantes locais costumavam se dirigir a ela por várias razões. E mais do que uma vez acontecia que ao se aproximarem da capela onde eram celebrados os serviços divinos eles ouviam magníficos corais cantando, uma multidão de vozes cantando. Eles imaginavam de onde teriam vindo tantas pessoas. E durante todo o tempo os cânticos eram claros audíveis, e tão harmoniosos, doces cânticos...Eles abriam a porta da pequena capela, e lá o Padre Germano se encontrava sozinho lendo, cantando baixinho celebrando o serviço do Senhor. E naturalmente ele estava sozinho e não havia ninguém com ele. O Padre Germano não era um padre, ele podia apenas ler e cantar no clíros. Isto foi percebido mais do que uma vez. Eram os anjos de Deus que cantavam orações ao Senhor junto com ele. A biografia do Padre Germano registra o seguinte acontecimento. Perguntaram-lhe: "como você vive sozinho na floresta, Padre Germano? Você não fica enfadado?" Ele respondeu: "não! Eu não estou só lá! Deus está lá, assim como Deus está em toda a parte. Os santos Anjos estão lá. Como poderia alguém ficar enfadado com eles? Com quem é melhor e mais agradável conversar, com os homens ou com os Anjos? Com os Anjos, é claro!"(Arcipreste Prokopy Povarnitsyn).

Um Banquete Miraculoso

Ele respondeu e disse-lhes, "Dá-lhes vós de comer... comeram todos e se fartaram" (Mar. 6:7-42).

OS ALEUTAS contaram-me também o seguinte incidente que aconteceu na ilha de Spruce pouco antes da morte do Padre Germano. Dois nativos americanos que eram caçadores ou pescadores se dirigiram ao Ancião. Eles procuraram pelo Ancião, porque muito se falavam sobre ele. Eles estavam com fome, e tendo saudado o Ancião pediram-lhe alimento. O Ancião rapidamente concordou mais disse-lhes que teriam de aguardar um pouco, com o que eles concordaram. Padre Germano foi até um pequeno canal perto de sua cela que corria para um riacho, e este para o oceano. O Ancião entrou na água e pegou um pequeno peixe com suas mãos. Ele trouxe-o para sua cela e começou a prepará-lo. Os nativos vendo aquele minúsculo peixe dificilmente satisfaria sua fome, chamaram a atenção do Ancião sobre isso. Mas o Ancião apenas respondeu que eles não se preocupassem. E o que aconteceu? Quando a comida estava pronta e o Ancião serviu a eles, ele não apenas alimentou-os até que estivessem satisfeitos, ainda ficou uma grande sobra. Assombrados e miraculosamente alimentados, eles partiram e contaram o fato a muitas pessoas. Essa história chegou a mim.

Todo o que foi falado aqui eu pessoalmente, tendo estado três anos no Alasca, ouvi dos habitantes locais, os aleutas (Archipreste Prokopy Povarnitsyn).

 

 

Folheto Missionário número PA-19

Copyright © 2001Holy Trinity Orthodox Mission

466 Foothill Blvd, Box 397, La Canada, Ca 91011

Editor: Bishop Alexander (Mileant)

 

(saint_herman_p.doc, 11-25-2001)

 

 

 

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