Vidas dos Santos Selecionadas.

IV

Julho—Agosto

Bispo Alexandre (Mileant)

Traduzido por Zlata V. Hvanov

Digitado por Soraya Tyba Lysenko

 

 

Conteúdo:

Julho.

São Felipe, metropolita de Moscou. Santo André — Bispo da Ilha de Creta. São Procópio, o louco pelo amor de Cristo. Bem Aventurados Antônio e Teodósio. Grã-duquesa Olga equivalente ao apóstolos. Equivalente aos apóstolos Grão-duque Vladimir, o batismo da Rússia. A grande mártir Marina. São Serafim de Sarov Bem aventurada Melissa. Profeta Elias. Maria Madalena equivalente a apóstolos. Mártir Cristina. Os grão-duque que sofreram a paixão Boris e Gleb. Bem aventurada Olimpiada, a diaconisa e confessora. Grande Mártir e curador Panteleimon. O clérigo-mártir Valentino, bispo da Interamna.

Agosto.

Bem-aventurado Basílio, Demente por amor a Cristo. Beata Nonna. Mártir Susana. São Tihon de Zadonsk. Martíres Adriano e Natália Bem aventurado grão-duque Alexandre de Nieva.

 

 

 

Julho.

São Felipe, metropolita de Moscou.

16 de julho, 22 de janeiro (3 de julho, 9 de janeiro pelo calendário da Igreja)

Após acontecimentos alegres para a Pátria — a conquista dos reinos de Kazan e Astrakan em meados do século XVI - chegou o tempo difícil para o povo russo. O Czar João de Basílio, após a morte da sua afável esposa Anastácia, tornou-se taciturno e carrancudo. Desconfiando da traição de seus súditos, cercou-se de guarda-costas, tomou para si algumas cidades e algumas ruas de Moscou, como se fossem propriedade especial (opríchina = corporação de guarda-costas diferente de outras cidades e ruas do ruralismo). Estes guarda-costas —oprichniki ofendiam e roubavam os pacíficos cidadãos, sem castigo. Nestes tempos difíceis para a Rússia houve um grande sacrifício de imolação de São Felipe.

São Felipe (nome civil Feodor) descendia de uma geração nobre de senhorio Kolichev. Seu pai Stepan(Estéfano) Ivanovich Kolichev foi muito estimado pelo Grão-duqe Vassilii (Basílio) Ivanovich. Feodor era primogênito do nobre senhor e sua esposa Varvara (Bárbara), temente a Deus. Desde tenra idade, Feodor, que segundo expressão do biógrafo "com muito amor apegou-se aos livros religiosos," distinguia-se pela humildade e dignidade e ficava alheio a diversões. Devido à sua nobre descendência, ele freqüentava o palácio do czar. Sua humildade e piedade causaram forte impressão na alma do Czar Ivan (João) que tinha mais ou menos a mesma idade.

A exemplo de seu pai, Feodor iniciou o serviço militar, que lhe prometia um futuro brilhante, mas o seu coração não se apegava aos bens terrenos. Contrariando os costumes da época, ele demorava a se casar até a idade dos 30 anos. Certa vez na igreja, em um domingo, as palavras do Salvador causaram nele uma forte impressão: "Ninguém pode servir a dois senhores, pois ou irá odiar a um e estimar ao outro, ou irá se esforçar para um e ao outro negligenciar"(Mat.6:24). Escutando nelas seu chamado para a vida monástica, ele, escondido de todos, com roupas simples, deixou Moscou e se dirigiu para o mosteiro de Solovki. Aí, no decorrer de nove anos, ele labutou arduamente como noviço sem reclamações, trabalhando como simples camponês ora na horta, ora na ferraria, ora na padaria. Enfim, pelo desejo unânime da irmandade, foi nomeado presbítero e superior.

Neste posto ele se preocupava zelosamente com o bem-estar da comunidade do mosteiro do ponto de vista material, mas ainda mais do ponto de vista moral. Ele interligou os lagos pelos canais, secou os locais pantanosos para colher feno, construiu estradas nos locais antes intransponíveis, arrumou estábulos, melhorou salinas, construiu duas majestosas catedrais — a de Assunção e de Transfiguração e outros templos, construiu enfermaria, destinou locais isolados e eremitérios para os que desejavam viver em silêncio e ele próprio às vezes se recolhia para um lugar isolado, conhecido nos tempos anteriores à Revolução pelo nome de eremitério de Felipe. Escreveu para a irmandade novo regulamento, no qual traçou a imagem de vida de labuta, que proibia folgança.

O superior Felipe foi chamado a Moscou para um conselho espiritual no qual, já no primeiro encontro como czar, ele ficou sabendo que para ele estava estabelecida a cátedra de mitropolita. Com lágrimas nos olhos, ele implorava a João: "Não me separe do meu eremitério; não incumbe à pequena torre uma grande tarefa."João foi inapelável e incumbiu os bispos e bayares de convencer Felipe a aceitar o cargo de metropolita. Felipe concordou, mas exigia a extinção da opríchina - corporação de guarda-costas. Os bispos e boyares convenciam Felipe a não insistir muito nesta exigência em atenção à supremacia do poder do czar e humildemente a aceitar o posto. Felippe cedeu à vontade do czar, vendo nela a escolha de Deus.

Nos primeiros tempos do exercício de Felipe (1567-1568), os horrores da opríchina se acalmaram, mas isto durou pouco. Novamente começaram os assaltos e assassinatos dos pacíficos cidadãos. Felipe, algumas vezes, em conversas particulares com o czar, tentou aconselhá-lo, mas vendo que as persuasões não adiantavam, resolveu agir abertamente.

No dia 21 de março de 1568, na semana de veneração da Santa Cruz, antes do início da liturgia, o metropolita estava em pé sobre o estrado no meio do templo. De repente na igreja entra João com um bando de oprichniks (guarda-costas). Todos eles e o próprio czar estavam usando altos gorros pretos, batinas pretas debaixo das quais brilhavam facas e punhais. João se aproximou do santo pela lateral e três vezes fez mesuras com a cabeça para receber a benção. O metropolita permaneceu imóvel, fixando seu olhar no ícone do Salvador. Finalmente, os boyares disseram: "Sua Santidade — o Czar — está exigindo tua benção." O Santo virou-se para João, como se não o reconhecendo e disse: "Nestes trajes estranhos eu não reconheço o Czar Ortodoxo, nem o reconheço em ações governamentais. Piedoso senhor, a quem tu invejou, deturpando desta maneira tua magnificência? Desde que o sol brilha no céu, não se ouviu que os czares indignassem o próprio poder… Os tártaros e os pagãos têm as leis e a verdade, mas nós não temos. Nós, senhor, oferecemos a Deus o sacrifício sem sangue, mas atrás do altar jorra sangue inocente dos cristãos. Não me entristeço pelos que derramando seu sangue inocente, assemelham-se ao mártires; sofro pela tua pobre alma. Apesar de que tu foste agraciado pela imagem de Deus, entretanto, és um homem mortal, e o Senhor irá pedir contas de tudo feito pela tua mão."

João fervia de raiva, sussurrava ameaças, batia com o cetro nas lajotas do estrado. Enfim, exclamou: "Felipe! Será que tu ousas a te opor ao nosso domínio? Vejamos, vamos descobrir, quão grande a tua força." "Bondoso Czar — respondeu o Santo — está me ameaçando em vão. Sou um estranho na terra, sacrifico-me pela verdade e nenhum sofrimento vai me obrigar a me calar." Muito irritado, João saiu da igreja, mas guardou a raiva até a hora apropriada.

No dia 28 de julho, no dia da veneração do ícone de Nossa Senhora de Smolesnk, chamada Odiguitria, São Felipe estava celebrando no mosteiro de Novodevichii e fazia procissão em volta do mosteiro. Estava lá também o Czar cercado de opríchnikss. Durante a leitura o Evangelho, o Santo notou um opríchnik que estava atrás do czar de chapéu tártaro e apontou-o para João. Mas o culpado rapidamente tirou e escondeu o chapéu. Então, os outros opríchniks acusaram o mitropolita de ter dito a mentira com a finalidade de humilhar o Czar frente ao povo. João mandou julgar Felipe. Apareceram os acusadores com falsas acusações contra o Santo, ao qual não deram a chance de se defender contra eles e ele foi condenado a privar-se da cátedra.

No dia 8 de novembro, na festa de Miguel Arcanjo, o santo celebrava pela última vez na catedral de Assunção e ele, do mesmo jeito como no dia da acusação do czar João — o Terrível, estava em cima da cátedra(estrado). De repente, abriram-se as portas da igreja, entrou o boyar Basmanov acompanhado de um bando de oprichniks e mandou-o ler um papel, que anunciava ao povo, estupefato, que o metropolita estava sendo destituído do seu posto. Imediatamente os opríchniks arrancaram o paramento do Santo e vestindo nele uma batina rasgada de monge, levaram-no para fora do templo, puseram-no em uma carroça e xingando levaram-no para um dos mosteiros de Moscou. Falaram que o czar queria queimar o Santo que professava Cristo, em um fogueira e somente graças aos pedidos do clero, ele foi condenado à prisão perpétua. Ao mesmo tempo, ele executou muitos parentes de Felipe. O Terrível mandou ao Santo a cabeça de um deles — a do sobrinho especialmente amado por Felipe — João Boríssovich Kolichev. Com respeitosa devoção, recebeu-a São Felipe e venerou-a, tendo feito uma prostração, beijou-a e disse: "Bem-aventurado aquele que foi escolhido e aceito pelo Senhor" — e devolveu-a para o mandante. O povo de manhã até a noite se aglomerava em torno do mosteiro, querendo ver pelo menos a sombra do bondoso santo e contava milagres sobre ele. Então João mandou transferi-lo para o mosteiro de Tver Otroch.

Um ano depois, o czar com seu exército foi contra Nóvgorod e Pscov e mandou na sua frente um oprichnik - Maliuta Scuratov - para o mosteiro de Otroch. São Felipe três dias antes predisse o seu fim e se preparou para morte comungando o Santíssimo Sacramento. Maliuta, com humildade fingida, aproximou-se do Santo e pediu benção para o Czar. "Não blasfemes — disse-lhe São Felippe — mas faça aquilo a que veio." Maliuta se atirou para cima do Santo e sufocou-o. Imediatamente foi aberta a cova na qual foi deitado o Sacerdote Mártir na presença de Malicíta (dia 23 de dezembro de 1569). Os restos mortais de São Felippe permaneceram na catedral de Assunção de Moscou, que foi testemunha do seu enorme sacrifício.

Tropário: Sucessor de primazes, pilar de ortodoxia, lutador pela verdade, novo confessor, ó São Felippe, entregaste tua vida pelo teu rebanho. Assim, já que tens audácia perante Cristo, ora pela gente ortodoxa que respeita com dignidade sua santa memória.

 

Santo André — Bispo da Ilha de Creta.

17 de julho(4 de julho pelo calendário da igreja)

Santo André procedia de Damasco (Síria). Sendo mudo até a idade de sete anos, recebeu o dom da palavra após a comunhão do Santíssimo Sacramento. A instrução inicial ele recebeu na cidade de Damasco, tomando conhecimento da lógica, retórica e antiga filosofia. Aos 14 anos, desejando servir a Deus, ele se retirou para o Mosteiro de Jerusalém do Santo Sanva Abençoado para ter uma vida de sacrifício. Aqui ficou conhecido pela sua humildade, inteligência e vida austera. Do mosteiro de Santo Savva ele foi trazido para a patriarquia de Jerusalém na categoria de escrevente de cartas.

No ano de 679, fez uma viagem, na categoria de preservador de lugar na cátedra patriarcal, para Constantinopla no 6o Concílio Ecumênico(universal). Logo depois do concílio, ele foi eleito diácono junto da grande igreja de Sofia e durante algum tempo dirigiu a tutela dos órfãos e idosos. Durante o reinado do Imperador Justiniano II, Santo André foi sagrado arcebispo de Creta. Morreu Santo André de Creta no ano de 712.

Santo André é conhecido como pregador e poeta da igreja. Compôs muitas orações inspiradoras e cânticos que se lê no templo durante a Quaresma ("a permanência de André"). Escreveu também o cânone para o Natal de Cristo e outras festas, tricânticos (cânones constituídos de 3 cânticos) para vésperas de Domingo de Ramos e para os primeiros dias da Semana Santa, Stehiras (versificações) para Circuncisão do Senhor e outras orações.

Tropário: Regra de fé e imagem de humildade, contenção do mestre. Apresentaste-te para teu rebanho, ao qual ensinou a verdade; por isto atraiste para ti com alta humildade e rico em pobreza. Ó pai, Santo André, reza a Cristo Senhor para que sejam salvas as nossas vidas.

 

São Procópio, o louco pelo amor de Cristo.

Dias 21 de julho (8 de julho pelo calendário da Igreja)

São Procópio era alemão, católico, mercador estrangeiro, que negociava em Nóvgorod. Sendo conquistado pela beleza do culto Ortodoxo, converteu-se à Ortodoxia, distribuiu seus bens para os pobres e entrou como monge para o mosteiro do Bem-aventurado Varlaam de Hutin, próximo à Nóvgorod. Após algum empo, evitando a fama, exilou-se na cidade de Ustiúg. Aqui ele escolheu o difícil sacrifício, o da loucura, por amor a Cristo, isto é, fugir à demência, a fim de conseguir humildade absoluta. Assim ele se tornou o primeiro louco por amor a Cristo na Rússia. Precisou passar muitas dificuldades no desempenho do seu difícil sacrifício. Com três cajados de madeira em mãos, andava ele no verão e inverno descalço e maltrapilho, pernoitando nos degraus das igrejas ou simplesmente na terra. Aceitando a esmola dos condolentes, ele nunca pegava nada dos ricos que se enriqueceram ilegitimamente, mesmo que estivesse sem qualquer tipo de alimento.

Certa vez, durante uma temporada brava de frio, quando os pássaros congelavam em vôo, o bem-aventurado procurava abrigo. Ele não era aceito nas casas. Até os cachorros, perto dos quais ele queria se aquecer, fugiam dele. Procópio estava se congelando. De repente começou a emanar um calor não terrestre e um anjo tocou o seu rosto. Por causa disto, o bem-aventurado aqueceu-se e se fortaleceu. Este milagre o bem-aventurado contou para um membro do clero da catedral de nome Simeão e pediu-lhe que não divulgasse o fato até sua morte.

Devido aos seus sacrifícios, o Bem Aventurado recebeu o dom de clarividência. Certa vez ele se curvou para uma menina de três anos e disse para seus pais: "Eis a mãe de grande Santo." Ela se tornou a mãe de Santo Estéfano de Perma. Em 1290, o Bem-Aventurado andou pela cidade durante uma semana, convocando os moradores à contrição e oração, para que o Senhor livrasse a cidade da sorte de Sodoma e Gomorra(Gênesis:19). Ninguém acreditava nele. De repente, apareceu no céu uma assustadora nuvem. Ela crescia e crescia, até que o dia tornou-se noite. Brilhavam relâmpagos e trovões ribombavam, fazendo tremer as paredes dos prédios, de tal modo que não se ouviam as vozes humanas. Pressentia-se o fim. Os moradores correram para o templo da catedral, onde já se achava o Bem-Aventurado, rezando aos pés do ícone da Anunciação de Nossa Senhora. Aos olhos de todos aconteceu um milagre: o ícone começou a verter o bálsamo, em sinal de misericórdia da Mãe de Deus para com a cidade. A fragrância encheu o templo. Verteu-se tanto bálsamo do ícone milagroso que deu para encher os cálices da igreja. Os que foram ungidos, receberam a cura de diversas doenças. Depois disso, o ar sufocante se refrescou e saiu o sol. A vinte léguas de Ustiúg, no assentamento de Kotovalsk, as nuvens se armaram em granizo e relâmpagos. O granizo quebrou a centenária floresta, não trazendo, entretanto, nenhum dano às pessoas ou ao gado. Em memória da salvação da cidade da destruição, foi instituída a comemoração do ícone de Nossa Senhora de Ustiúg.

Em conversa com pessoas bondosas, cada palavra e ação do Santo eram ensinamento e benção. São Procópio morreu na velhice avançada, em 1303 próximo aos portões do mosteiro de Arcanjo. Também estão anotadas as aparições do complacente de Deus.

Tropário: Iluminado pela graça de Deus, cheio deste mundo vão dirigiu sem desvios para o Criador, com sabedoria e muita paciência, no decorrer de vida temporária, terminou bem e conservou a fé inabalável. Assim também após a morte apareceu a luminosidade da sua vida, pois tornou-se fonte inesgotável de milagres, para os que com fé chegam ao seu túmulo. Bem aventurado Procópio, roga a Cristo Senhor pela salvação de nossas almas.

 

Bem Aventurados Antônio e Teodósio.

23 de julho(10 de julho pelo calendário da Igreja)

Santo Antonio era do mosteiro de Pecher de Kiev, nasceu no início do século XI na cidade de Lúbeche (próximo de Tchernigov) e no batismo recebeu o nome de Antônio. Desde a tenra idade sentiu atração pelo alta vida espiritual, e pela inspiração divina, resolveu ir para Afon. Em um dos mosteiros de Afon ele fez os votos e começou uma vida retirada em uma caverna próxima deste mosteiro, que é mostrada até hoje. Quando ele obteve em seus sacrifícios grande experiência espiritual, o superior deu-lhe uma tarefa de obediência, para que ele fosse para Rússia e implantasse a vida monástica neste país recém convertido ao cristianismo. Antônio obedeceu.

Quando o bem-aventurado Antônio chegou a Kiev, lá já havia alguns mosteiros, fundados pelos gregos a pedido de grão-duques. Mas Santo Antônio não escolheu nenhum deles e fixou-se em um caverna de dois sagenes (medida de comprimento russa igual a 7 pés cada), cavada pelo presbítero Ilarion. Isto se passou em 1051. Ali, Santo Antônio continuou os sacrifícios da vida monástica austera, pelos quais ficou famoso em Afon: seu alimento era o pão preto dia sim, dia não e água em quantidade extremamente limitada. Logo a sua fama se espalhou não só em Kiev, mas também em outras cidades russas. Muitos vinham a ele pedir conselho espiritual e benção. Alguns começaram a pedir para morar com ele. O primeiro a ser aceito foi um tal de Nicon que eras sacerdote, o segundo foi o bem aventurado Teodósio.

O bem-aventurado Teodósio passou sua mocidade em Kursk, onde viviam seus pais. Desde a tenra idade ele percebeu a pureza de estado de espírito: todo dia ele freqüentava o templo, atentamente lia a palavra de Deus, destacava-se pela humildade, quietude e outras boas qualidades. Quando soube que no templo às vezes não se celebrava a liturgia por falta de prósforos (pãezinhos de missa), resolveu ele mesmo ocupar-se em fazer isto: comprava trigo e com as próprias mãos moía em farinha e os prósforos assados levava à Igreja. Por causa destes sacrifícios agüentava muitos problemas com sua mãe, que o amava muito mas não concordava com suas tendências.

Certa vez, ouvindo na igreja as palavras do Senhor: "Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim é indigno de Mim"(Mateus 10:37), resolveu deixar a mãe (o pai já havia falecido), a cidade natal e se apresentou em Kiev, ao bem-aventurado Antônio. "Veja bem, filho — disse-lhe Antônio — a minha caverna é humilde e apertada." "O próprio Deus trouxe-me a ti"- respondeu Teodósio — vim fazer aquilo que me mandares."

Quando o número dos que se sacrificavam junto com o bem-aventurado Antônio chegou a doze, ele se retirou para a montanha próxima, cavou ali um caverna para si e começou seu sacrifício em retiro. Teodósio permaneceu no mesmo lugar e logo ele foi escolhido pela irmandade como superior e começou a se esforçar na elaboração do regulamento correto de convivência pelo modelo do mosteiro de Studiisk da cidade do Czar. Os traços principais deste regulamento elaborado por ele eram os seguintes: todos os bens da irmandade deveriam ser comuns, o tempo se passava em incessantes trabalhos; os trabalhos se distribuíam de acordo com a força de cada um pelo superior; cada tarefa se iniciava com a oração e benção do mais velho; os pensamentos eram confiados ao superior, que era um verdadeiro orientador de todos para a salvação. O bem-aventurado Teodósio freqüentemente passava pelas celas e observava se alguém não tinha algo sobrando e o que fazia a irmandade. Freqüentemente ele vinha de noite perto da porta das celas e se ouvia a conversa de dois ou três frades reunidos, batia com o cajado na porta e pela manhã acusava os culpados. O próprio Bem-Aventurado era o exemplo para toda a irmandade: carregava água, cortava a lenha, trabalhava na padaria, usava roupas mais simples possível, era o primeiro a chegar na igreja e para os trabalhos no mosteiro. Além dos sacrifícios asqueticos, o bem aventurado Teodósio distinguia-se pela grande caridade aos pobres e pelo amor à instrução espiritual e procurava predispor à isto a irmandade. Perto do convento ele arrumou uma casa especial para a moradia dos indigentes, cegos, mancos, debilitados e para sua manutenção separava um décimo da renda do mosteiro.

Além disso, todo sábado mandava um carroça cheia de pão para os presos. Das composições do bem-aventurado Teodósio conhecem-se: dois ensinamentos para o povo, dez ensinamentos para os frades, duas cartas para o grão-duque Isiaslav e duas orações.

Fundado pelo bem-aventurado Antônio e estabelecido pelo bem-aventurado Teodósio, o mosteiro de Kiev-Pecher tornou-se modelo para outros mosteiros e teve grande significado no desenvolvimento da Igreja Russa. De dentro de suas paredes saíram famosos arquipastores, obcecados pregadores da fé e escritores maravilhosos. Dos santos que fizeram votos no mosteiro de Kiev-Pecher conheceu-se principalmente Santo Antônio e Santo Isaias(bispos de Rostov), Nifont (bispo de Nóvgorod), bem-aventurado Kuksha (iluminador dos viatiches), escritores bem-aventurados: Nestor, o analista (escritor dos anais) e Simon.

Tropario: Afastou-se da vaidade mundana e seguiu a Cristo pelo Evangelho, renegando o mundo e vivendo vida semelhante aos anjos, chegou até ancoradouro pacífico do Santo Monte Afon. Donde com a benção dos padres chegou ao monte de Kiev e aí levando uma vida de labuta, santificou a sua pátria e mostrando a muitos frades o atalho que leva ao Reino dos Céus, trouxe-os a Cristo, assim roga que salve nossas almas.

 

 

Grã-duquesa Olga equivalente ao apóstolos.

24 de julho(11 de julho pelo calendário da Igreja)

No ano de 862 os eslavos de Nóvgorod chamaram Rurik para governá-los. Dois de seus séquitos, Ascoldo e Dir, saíram de Nóvgorod à procura da sorte no sul do país. Nas margens do Rio Dniepr viram a cidade de Kiev e conquistaram-na. De lá, em 866 eles fizeram um ataque ao Tsargrad (Constantinopla). O Imperador Mihail III e patriarca Fotii dirigiram-se a Deus em oração e depois da reza das vésperas que durou a noite toda no templo de Vlahern, saíram em procissão às margens de Bósforo. Durante a procissão eles mergulharam as vestes do ícone de Nossa Senhora nas águas da baía. O mar, até então calmo, de repente se rebelou e destruiu os navios dos russos. Muitos deles pereceram. Aqueles que voltaram para casa, estavam impressionados com a destruição pela ira de Deus (o acontecido mais tarde passou a ser comemorado como Proteção de Nossa Senhora).

Logo em Kiev apareceu o bispo da Grécia e começou a pregar para os russos sobre o Senhor Salvador e sobre os milagres de Deus, ocorridos nos Antigo e Novo Testamentos. Os russos quando ouviram dele que três jovens não foram queimados na fornalha de Babilônia (Dan.Cap.3o), pararam o pregador e disseram: "Se nós não virmos algo parecido, não vamos acreditar em você." O bispo, tendo rezado a Deus, resolveu colocar o Santo Evangelho no fogo. No meio das chamas este ficou intato, não se queimaram nem as fitas, que serviam para marcar os trechos escolhidos para leitura. Impressionados com este milagre, muito começaram a se batizar. No túmulo de um destes cristãos mais tarde foi erguida uma igreja em nome de São Nicolau Taumaturgo.

Depois de Rurik, a Rússia foi governada pelo seu parente Olieg. Ele conquistou Kiev e fez um bem sucedido ataque ao Tsargrado(Constantinopla), em 906, depois do que celebrou um acordo comercial com os gregos, muito vantajoso para a Rússia. Filho de Rurik, Igor, após nova guerra em 945 novamente celebrou com Tsargrado um acordo comercial. Contando sobre este acordo, o analista recorda que os séquitos do grão-duque em Kiev fizeram juramento quanto ao cumprimento deste: os pagãos - em frente ao ídolo Perun e cristãos — no templo de Santo Elias. Deste modo, nos tempos de Igor em Kiev, até mesmo entre os séquito do grão-duque haviam cristãos. A esposa de Igor, a grã-duquesa Olga, distinguia-se pela sua beleza, inteligência e modéstia. Quando ficou viúva, ela governou a terra russa até a maioridade de seu filho Sviatoslav. De acordo com os anais, ela era brava e temida pelos inimigos da pátria. O povo, entretanto, amava-a e a respeitava como sua mãe, por causa da sua misericórdia, sabedoria e justiça. Ela não ofendia a ninguém, julgava corretamente, atribuía castigos com misericórdia, gostava dos mendigos, idosos e indigentes. Ouvia cada um pacientemente aqueles que se dirigiam a ela com pedidos e todas as petições justas executava de bom grado.

Quando Sviatoslav cresceu, a grã-duquesa Olga conseguiu dedicar-se mais às obras-de-caridade. Predisposta ao cristianismo através das conversações com os padres de Kiev, ela conheceu as dignificações da Santa Fé sobre os pagãos e resolveu ser batizada(no ano de 957). Dizem os antigos anais que para isto ela teria viajado até Constantinopla e que o Santo Sacramento foi executado sobre ela pelo patriarca Polievkt. Enquanto o imperador Constantino de Bagrianorod era seu preceptor(padrinho), através do batismo, Santa Olga recebeu o nome de Helena. Tornando-se cristã, ela tentava convencer seu filho também a aceitar o cristianismo, mas Sviatoslav não seguiu suas convicções. "Os meus séquitos vão rir de mim"- dizia ele. Entretanto, ele não proibia os seus súditos de se batizarem. Retornando à Pátria, entregou-se totalmente aos sacrifícios da bem-aventurança cristã e a obra de divulgação da fé de Cristo entre seus súditos. A ela se atribui a construção da igreja de madeira de Santa Sofia em Kiev.

Pelo relato do antigo escritor, Santa Olga "conhecendo o Deus verdadeiro, Criador do céu e da terra, e tendo sido batizada, destruiu os antros dos demônios (celeiros dos ídolos) e começou a viver em Jesus Cristo, amando a Deus com todo o seu coração e com toda sua alma e seguindo o Senhor Deus, santificando-se com todas as boas obras, vestindo os nus, dando de beber aos sedentos e acolhendo os estranhos, os pobres, viúvas e órfãos, a todos tratando com caridade e dando o necessário, com modéstia e amor no coração.

Santa Olga morreu no ano de 969. Seus restos mortais foram encontrados intactos durante o governo do grão-duque Vladimir, que os sepultou no templo de Dessiatin. Este era o primeiro caso de exumação abertura dos restos mortais na Rússia. Posteriormente(até a conquista dos mongois) Deus glorificou através dos milagres os restos mortais da grã-duquesa Olga e ela foi incluída na categoria do santo.

Tropário: Com as asas da sabedoria divina, erguendo tua inteligência, subiu acima das criaturas vistas: buscando a Deus e Criador de tudo, e encontrando-O, recebeu o nascimento através do batismo - quando da árvore da vida, intacta permanece através dos séculos, ó Olga sempre gloriosa.

 

Equivalente aos apóstolos Grão-duque Vladimir, o batismo da Rússia.

28 de julho (15 de julho pelo calendário da igreja)

O grão-duque Vladimir era filho de Sviatoslav com a duquesa dos Drevlians, Malusha. Nasceu no ano de 963. Recebeu educação do irmão de sua mãe, pagão Dobrinia. Em 972, o grão-duque Vladimir começou a governar Nóvgorod. Em 980, no auge da guerra entre irmãos, Vladimir sediou Kiev, que era governada por seu irmão mais velho Iaropolk. Vencendo o irmão, Vladimir começou a governar Kiev. Conquistou a Galícia, apaziguou os viatiches, lutou contra os pechenegues (que são povos que viviam nesta região), extendeu os limites do seu domínio desde o mar Báltico ao norte até o Rio Bug no sul. Tinha cinco esposas e muitas concubinas. Nas montanhas de Kiev ele ergueu os ídolos, aos quais começou a oferecer os sacrifícios humanos. Naquela época morreram por Cristo os variags Teodoro e João. As circunstâncias de suas mortes causaram forte impressão sobre Vladimir e ele começou a duvidar da veracidade da religião dos pagãos.

A convite do grão-duque, vinham para Kiev os pregadores de diversos países: embaixadores dos muçulmanos-búlgaros, que viviam do outro lado do Volga; alemães-latinos, judeus e gregos. O grão-duque questionava-os sobre sua religião e cada um oferecia-lhe a sua, mas a impressão mais forte foi causada pelo o pregador ortodoxo-grego, que ao final da sua palestra mostrou-lhe o quadro do julgamento final. A conselho dos boyares, Vladimir enviou dez homens sábios para examinar in loco qual religião era a melhor. Quando estes embaixadores russos chegaram a Constantinopla, foram tocados até o fundo de suas almas pela magnificência do templo de Sofia, pelo canto melodioso dos cantores reais e pela festividade do culto de patriarca: "Não sabíamos- diziam eles mais tarde a Vladimir — se nós estávamos na terra ou no céu." E os boyares logo comentaram a ele: "Se a religião dos gregos não fosse melhor que a outra, então sua avó Olga, que era a mais sábia de todos não a teria aceito."

Vladimir resolveu batizar-se mas não queria subjugar a Rússia aos gregos. Por isso, logo depois do retorno dos embaixadores, Vladimir começou a guerra contra os gregos e tomou Hersones. Daí ele mandou os embaixadores para Constantinopla aos Imperadores Basílio e Constantino, com a exigência da mão de sua irmã, princesa Anna. Aqueles responderam-lhe que a princesa só poderia ser esposa de cristão. Então, Vladimir declarou que tinha vontade de aceitar a religião cristã. Entretanto, antes que a noiva chegasse até Hersones, Vladimir ficou cego.

Nestas condições, assim como o apóstolo Paulo, ele reconheceu a sua fraqueza espiritual e preparou-se para o grande sacramento do Renascimento. A princesa, que chegou ao Hersones, aconselhou-o a apressar-se com o batismo. Vladimir foi batizado (ano de 988) e recebeu o nome de Basílio. Ao sair da pia batismal, ele voltou a enxergar, já com os olhos do corpo e de espírito e na plenitude da alegria exclamou: "Agora eu conheci o verdadeiro Deus!"

Voltando a Kiev em companhia de sacerdotes gregos e de corsun, Vladimir antes de mais nada ofereceu a seus doze filhos batizarem-se e eles o fizeram em um riacho conhecido em Kiev pelo nome de Kreschatik. Depois deles, batizaram-se muitos boyares. Enquanto isto, Vladimir começou com a destruição dos ídolos e o principal deles, o ídolo Perun, foi amarrado ao rabo de cavalo e com maledicência foi puxado da montanha e atirado no Dniepr. Após a destruição dos ídolos seguiu-se a catequese do povo pela pregação do evangelho. Os sacerdotes cristãos reuniam o povo e instruíram-no quanto à Santa Fé. Finalmente São Vladimir decretou, em Kiev, que todos os moradores, ricos e pobres, comparecessem em um determinado dia ao rio para serem batizados. O povo de Kiev apressou-se em cumprir a vontade do grão-duque, ponderando assim: "Se a nova religião não fosse melhor, então, o grão-duque e os boyares não a teriam aceito."

No dia marcado, os moradores de Kiev se reuniram na margem do rio Dniepr. Aí também apareceu o próprio Vladimir com os sacerdotes cristãos. Todos os moradores de Kiev entraram no rio, quase até o pescoço, alguns até o peito; os adultos seguravam as crianças nos braços; os sacerdotes na margem liam as orações e São Vladimir, tomado de exaltação, rezava a Deus e entregava a Ele a si mesmo e o seu povo.

Depois de Kiev e seus arredores, a Santa Fé (Religião Santa) foi propagada em Nóvgorod. Mihail, primeiro mitropolita de Kiev, no ano de 990, chegou aí com seis bispos acompanhados de Dobrinia, tio de São Vladimir. Primeiramente derrubaram o ídolo Perun que, assim com em Kiev, foi arrastado pelo chão e atirado ao rio Volhov; depois disso catequizaram e batizaram o povo. De Nóvgorod, o mitropolita Mihail em companhia de quatro bispos e de Dobrinia chegaram a Rostov e ali batizou muitos, ordenou presbíteros e ergueu um templo. Entretanto, o paganismo perdurou por muito tempo em Rostov, de modo que os dois primeiros bispos de Rostov, Santo Teodoro e Santo Ilarion, depois de muitos esforços na luta contra a gentilidade foram obrigados a deixar sua cátedra. Para erradicar o paganismo e firmar a Religião Santa trabalharam muitos santos, os santos-bispos Leontio e Isaías e também o bem-aventurado Ambrósio Archimandrita do mosteiro de Rostov, que ele fundou.

Em 992 a Santa Religião foi implantada na região de Suzdal. Aí chegou São Vladimir com dois bispos. Os moradores de Suzdal batizaram-se com disposição.

Os filhos de São Vladimir, a quem ele distribuiu as terras para governar, preocuparam-se em divulgar e confirmar o cristianismo em seus domínios. Assim, no século X, além de Kiev, Nóvgorod, Rostov e Suzdal, a Santa Religião foi implantada nas cidades de Murom, Polotsk, Vladimir de Volin, Smolensk, Pscov, Lutsk, Tmutarakan e na terra dos drevlians. Mais tarde nos limites do país dos viatiches(mais tarde as regiões de Kursk, Orlov, Tula e Kaluga) muito se empenhou na pregação de envangelho o bem-aventurado Kuksha, monge do mosteiro de Pecher que sofreu a morte por martírio por parte dos pagãos.

Em geral, a Fé Cristã(religião cristão) nos primeiros tempos se propagava principalmente em torno de Kiev e pelo grande caminho fluvial desde Kiev até Nóvgorod. De Nóvgorod ela se divulgou pelo caminho do Volga. Sob a influência da religião ortodoxa as tribos dos eslavos começaram a se unir em um único governo. Para divulgação bem sucedida da fé de Cristo entre o povo russo, contribuiu principalmente o fato de que ela foi divulgada por meios pacíficos — pregação, convencimento (e não pelo fogo e espada, como freqüentemente acontecia com os católicos-romanos) e, contudo, graças aos esforços de São Cirilo e Mefódio, na língua pátria eslava.

Dos russos a fé ortodoxa de Cristo penetrou em meio a estrangeiros, que viviam vizinhos e nas arredores da Rússia. Assim nos séculos X-XIII começaram a se batizar algumas tribos dos finlandeses (Ijora e Corela), tchud, tcheremis e votiaks, estrangeiro da região de Vologdá e outros. No início do século XIII foi erguida nas margens do Volga e Oká a cidade de Niginii-Nóvgorod como forte ponto da Ortodoxia entre os estrangeiros de Povólgie e faixa média da Rússia.

No oeste da Rússia a divulgação da fé ortodoxa encontrou-se com outra forte influência que vinha da igreja católica-romana. Na Finlândia pregavam os misericordiosos latinos da Suécia. Ao sul do golfo da Finlândia inicialmente se fundamentou a ortodoxia mas posteriormente aí infiltraram-se os missionários latinos da Dinamarca. No final do século XII, em Livonia, surgiu a ordem latina dos porta-espadas, que se opunha à influência russsa e sucesso da ortodoxia. Na Lituânia, a fé ortodoxa começou a se propagar ainda no século XII vinda das aldeias russas vizinhas. No século XIII quando os duques lituanos se apossaram das cidades russas (Novogrudok, Sklonim, Brest) alguns deles se batizaram.

O sucesso da Santa Fé principalmente deve-se, no século XIV, à morte por martírio pela religião dos três súditos da corte do duque lituano Olguerd (filho do Gueolimn, fundador do ducado lituano), a saber: Santo Antônio, João e Eustáfio. Mas no final do mesmo século, Lituânia e Rússia ocidental ortodoxa submetidas a ela, uniram-se com a Polônia católica. Depois disso, os grandes esforços dos papas Romanos, dirigem-se para, primeiramente, separar as paróquias sudoestes da Igreja Russa única e segundo, introduzir aí a assim chamada, União Lituana.

A influência do cristianismo sobre a vida da gente russa. A fé de Cristo logo após a sua aceitação começou a prestar influência benéfica sobre a vida dos nossos antepassados. Na sociedade começaram a firma-se os costumes cristãos. Assim por exemplo: orações freqüentes, benfeitorias caridosas, viagens aos lugares sagrados, etc. A ação benfazeja do cristianismo sobre os corações e costumes apareceram principalmente na vida de algumas personagens isoladamente daquela época. Grão-duque Vladimir, enquanto pagão, entregava-se a diversos vícios e destacava-se pela crueldade. A fé cristã renegenerou-o completamente. Ele tornou-se abstinente, prudente, misericordioso para com os mendigos e pobres. No seu palácio ele distribuía diariamente esmola aos pobres e para os velhos e doentes, mandou levar às casa todo o necessário para o sustento. Vladimir-cristão tinha até medo de executar os bandidos malfeitores e perguntava aos bispos se não havia nisto pecado. Santos mártires Boris e Glieb, filhos de Vladimir eram exemplos da honradez cristã. Dos mitropolitas russos conhecem-se pela santidade da vida Mihail, Ilarion e outros. Principalmente muitos exemplos de vida santa apresentou a vida monástica.

À influência benfazeja do cristianismo sobre a vida e os costumes do povo russo, concorreu o desenvolvimento da nossa instrução espiritual, fundação das escolas e desenvolvimento da escrita espiritualista.

Preocupavam-se principalmente com a instrução cristã do povo os arquipastores e os grão-duques. A conselho do primaz da Igreja Russa — mitropolita Mihail — o grão-duque Vladimir organizou os liceus em Kiev e em outras cidades russas. O mitropolita Mihail, ele mesmo convocava os professores à sua presença e instruía-os como eles deveriam lidar com as crianças. Filho do grão-duque Vladimir Iaroslav, o sábio, fundando as igrejas nas cidades e aldeias mandou em todo lugar instruir o povo e em Nóvgorod organizou a escola para trezentas crianças. Ele mesmo pelas palavras do escritor de anais, lia os livros "dia e noite"e reunia em torno de si "muitos escribas"que copiavam os livros e às vezes até traduziam-nos do grego para o eslavo. O exemplo de Vladimir e Iaroslav, seguiam os seus sucessores bem como o clero e os monges. Nos mosteiros a obra dos livros era considerada como obra de Deus e por isso alguns dos monges todo o tempo livre das orações dedicavam à cópia dos livros e sua tradução. Acontecia que para copiar os livros os monges viajavam até o oriente — a Constantinopla e Afon.

Preocupando-se com a instrução cristã do povo, os arquipastores e pastores da igreja russa empenhavam-se também em firmar na Terra Russa a ordem civil firmada nos fundamentos intrépidos do ensinamento cristão. Sua influência era principalmente benfazeja nos tempos difíceis das brigas entre os duques. Os mitropolitas ou eles mesmos procuravam terminar as discussões dos duques ou para tanto mandavam os bispos até os duques. Entre as brigas pelas terras e divisão das mesmas a nossa hierarquia permanecia unida, inseparável e esta unidade contribuiu em muito para a unificação do País Russo.

Tropário: Assemelhou-se ao comerciante que procurava boa miçanga, ó Vladimir, do glorioso poder, sentado na cabeceira da mesa da mãe das cidades de Kiev salvo por Deus, investigando e mandando à cidade do Czar para conhecer a Fé Ortodoxa, obteve assim a miçanga sem preço de Cristo que te escolheu como segundo Paulo que deixou a cegueira espiritual e corporal na Santa Pia Batismal. Assim comemoramos a sua morte sendo sua gente. Roga, para que o teu país, a Rússia se salve, dê ao povo ortodoxo a paz e grande misericórdia.

 

A grande mártir Marina.

(30 de julho ou 17 de julho pelo calendário da igreja)

Santa Marina nasceu na Antioquia de Pissidia (Ásia Menor, hoje Turquia). Seu pai era sacerdote pagão. Através de sua ama de leite, Santa Marina soube a respeito da fé cristã. Naquele tempo o imperador Deocletiano (284-305) instituiu a perseguição aos cristãos de modo que muitos cristãos eram obrigados a se esconderem nas cavernas dos desertos. Quando Marina completou doze anos, ela se batizou. Quando o pai dela soube disso, renegou-a.

Certa vez, na idade de quinze anos, Marina pastava as ovelhas. O governador daquela região passando por aí, ficou encantado com a sua beleza e fez-lhe proposta de casamento. Marina não escondeu que era cristã. Então o governador entregou-a para uma importante senhora, para que tomasse conta dela, esperando que esta convencesse a jovem a renegar a Cristo. Mas Marina renegou tal coisa e recusou-se a oferecer o sacrifícios aos ídolos.

Então ela foi submetida a várias torturas: ela foi açoitada com varas, raspavam seu corpo com tridente, enfiavam pregos nela, queimavam com fogo. Vendo tais sofrimentos da jovem, o povo chorava de pena dela. A graça de Deus curava as feridas de Marina, mas os torturadores não se conscientizavam do milagre. No dia seguinte ela sofria queimaduras novamente, depois começaram a afogá-la em um grande barril. Neste momento de tortura a terra tremeu, as algemas caíram das mãos de Marina e viva luz incomum começou a brilhar acima da sua cabeça e nesta luz pairava uma pomba com uma coroa dourada em seu bico. O povo espantado começou a glorificar a Deus. O administrador mandou executar Marina e aqueles que passaram a acreditar em Cristo. Naquele dia junto, com ela foram degolados quinze mil pessoas. Feotino que presenciou o fato, descreveu seu martírio. Os restos mortais da grande mártir Marina eram guardados em Constantinopla até serem tomados pelas Cruzadas em 1204. A mão de Santa Marina encontra-se em Afon no mosteiro de Vatoped. A igreja ocidental venera Marina, chamando-a de Margarida de Antioquia. Muitas igrejas são dedicadas ao seu nome.

Kondáquio: Jovem cheia de virtudes virginais, assim Marina foi coroada com coroa imortal: tingida pelo sangue do martírio, santificando-se pelos milagres das curas, a mártir piedosamente recebeu assim a honra da vitória dos teus sofrimentos.

 

São Serafim de Sarov

(1o. de agosto e 15 de janeiro — 19 de julho e 2 de janeiro pelo calendário da igreja)

São Serafim (no mundo, Próhor Moshnín), nasceu em 1759, na cidade de Kursk, em família de comerciantes. Na idade de dez anos ele ficou muito doente. Durante a doença ele viu em sonhos a mãe de Deus que prometeu curá-lo. Alguns dias depois, na cidade de Kursk havia uma procissão com um ícone milagrosa de Nossa Senhora local. Devido ao mau tempo, a procissão fez caminho mais curto passando pela casa dos Moshnín. Depois que a mãe fez Serafim beijar o ícone milagroso, ele começou rapidamente a sarar. Na idade bem jovem, ele precisou ajudar aos pais na loja, mas as vendas pouco atraíam-no. O jovem Serafim gostava de ler a vida dos santos, visitar o templo e isolar-se para a oração.

Na idade de dezoito anos, Serafim firmemente resolveu tornar-se um monge. A mãe abençoou-o com um grande crucifixo de cobre, que ele usou toda sua vida por sobre as vestes. Depois disso ele entrou para mosteiro de Sarov, como postulante.

Desde o primeiro dia no mosteiro a abstinência excepcional dos alimentos e sono constituíram a peculiaridade distinta de sua vida. Ele comia uma vez ao dia, e mesmo assim pouco. Às quartas e sextas não comia nada. Obtendo a benção de seu ancião orientador, ele começou freqüentemente a isolar-se na floresta para oração e meditação. Logo ele novamente ficou muito doente e no decorrer de três anos a maior parte do tempo era obrigado a passar deitado. E novamente a Virgem Maria curou-o, apareceu-lhe acompanhada de alguns santos. Apontando para o bem-aventurado Serafim, a Virgem Santíssima disse ao Apóstolo João da palavra de Deus: "Este é um dos nossos." Depois, tocando com o cetro o seu lado, ela o curou.

A cerimônia de ordenação no mosteiro ocorreu, em 1786 (quando ele tinha vinte e sete anos). Recebeu o nome de Serafim, o que em hebraico quer dizer "de fogo ardente." Logo ele foi ordenado como ierodiácono. Seu nome ele confirmou pela ardência da oração. Ele passava todo o tempo, com exceção do descanso muito breve, no templo . No meio de tais tarefas de oração e serviços divinos, o bem-aventurado Serafim dignou-se de uma visão dos anjos, que concelebravam e cantavam no templo. Durante a liturgia de Quinta-Feira Santa ele viu o próprio Jesus Cristo na imagem de Filho dos Homens, que seguira em procissão no templo com as forças celestiais e abençoava os que rezavam. Surpreendido com tal visão, o bem-aventurado por muito tempo não conseguia falar.

Em 1793, o bem-aventurado Serafim foi consagrado ao grau de ieromonge, depois do que, no decorrer de dois anos, diariamente celebrava ofícios e tomava Santa Comunhão. Depois São Serafim começou a isolar-se no "deserto longínquo"- na mata virgem a cinco milhas do mosteiro de Sarov. Grande foi a perfeição que ele atingiu nesta época. Os animais selvagens: ursos, coelhos, lobos, raposas e outros — vinham para perto do casebre do asqueta. A freira-anciã do mosteiro de Diveev, Matrona Plescheeva viu pessoalmente como São Serafim alimentava na mão um urso que veio a ele. "Especialmente belo pareceu-me então o rosto do grande ancião. Este era alegre e iluminava-se como o de um anjo"- contava ela.

Vivendo no seu isolamento (deserto), o bem-aventurado Serafim certa vez sofreu bastante nas mãos dos ladrões. Sendo muito forte fisicamente e tendo consigo o machado, o bem-aventurado Serafim não reagia. Em resposta a exigência de dinheiro e ameaças, ele colocou o machado no chão, cruzou os braços no peito e humildemente entregou-se a eles. Estes começaram a batê-lo na cabeça com cabo do seu próprio machado. O sangue começou a jorrar pela boca e pelos ouvidos e ele caiu no chão sem sentidos. Depois eles começaram a bater nele com tronco de madeira, esmagavam com os pés e arrastavam pelo chão. Pararam de bater nele somente quando achavam que ele morreu. O único tesouro que os ladrões acharam na sua cela era o ícone de Nossa Senhora — "Emoção da Mãe de Deus," na frente do qual ele sempre rezava. Quando passado algum tempo os ladrões foram apanhados e julgados, o bem-aventurado falou a favor deles em frente ao juiz.. Depois de apanhar dos ladrões o bem-aventurado Serafim ficou corcunda para o resto da vida.

Logo depois disso, inicia-se o período de vida de pilar do bem-aventurado Serafim, quando ele passava os dias em cima de uma pedra próxima ao "deserto" e as noites no meio da floresta. Ele rezava quase sem interrupção com os braços erguidos ao céu. Tal sacrifício seu duros mil dias.

Em virtude de uma visão especial da Nossa Senhora, no final de sua vida o bem-aventurado Serafim tomou para si o sacrifício de ancião-orientador. Começou a receber a todos que vinham a ele pedir conselho e orientação. Muitos milhares de pessoas dos mais diversos níveis e classes sociais começaram a freqüentar então o ancião, o qual enriquecia-os do seu tesouro espiritual, obtido através dos sacrifícios de muitos anos. Todos encontravam o bem-aventurado Serafim humilde, alegre, íntimo comprometido. Os visitantes eles saudava com as palavras: "Ó minha alegria!" Aconselhava a muitos: "Receba (obtenha) o espírito da paz e em sua volta salvar-se-ão milhares." Quem quer que viesse ele mesmo beijava-lhes as mãos. Ele não necessitava de que os visitantes contassem-lhe a seu respeito, mas já sabia o que se passava na alma de cada um.

Também dizia: "Alegria não é pecado. Ela afugenta o cansaço porque por causa do cansaço pode acontecer melancolia (depressão) e não há nada pior." "Ah, se você soubesse — dizia ele a cada frei — que alegria, que doçura esperam a alma do justo no céu, daí você resolveria durante a vida passageira agüentar várias aflições, perseguições e acusações com gratidão. Se esta nossa cela fosse cheia de vermes e estes vermes comessem o nosso corpo no decorrer de toda esta vida, então com todo desejo precisaria concordar com isso, contanto que não perdesse aquela alegria celestial que Deus preparou aos que O amam."

Motovilov, um reverenciador muito próximo e discípulo de São Serafim descreveu um caso maravilhoso da transfiguração do semblante do santo. Isto aconteceu no inverno, em um dia nublado. Motovilov estava sentado na floresta sobre um toco de madeira. São Serafim estava sentado à sua frente de cócoras e falava para seu discípulo sobre o significado da vida cristã, explicava, por quê, nós cristãos, vivemos nas terra. "É preciso que o Espírito Santo entre no coração — dizia ele. Tudo de bom que fazemos em nome de Cristo dá-nos o Espírito Santo, mas mais do que tudo é a oração, que está sempre em nossas mãos."

"Padre — respondeu-lhe Motovilov — mas como eu posso ver a graça do Espírito Santo, como eu posso saber, se Ele está comigo ou não?" São Serafim começou a lhe dar exemplos das vidas dos Santos e Apóstolos, mas Motovilov ainda não entendia. Então, o ancião pegou-o fortemente pelo ombro e disse-lhes: "Ambos nós agora, senhor, estamos em Espírito Santo." E como se abriram os olhos e ele viu que o rosto do ancião era mais claro que o sol. Dentro do seu coração Motovilov sentiu alegria e quietude, o corpo sentiu-se aquecido, como no verão e em volta deles se espalhava um perfume. Motovilov aterrorizou-se com esta mudança inédita, mas principalmente com o fato do rosto do ancião brilhar como o sol. Mas São Serafim disse-lhe: "Não tema, senhor, o senhor não poderia ver-me assim se o senhor mesmo também não estivesse na plenitude do Espírito de Deus. Agradeça por isso ao Senhor pela Sua misericórdia para consigo." Assim Motovilov compreendeu com a inteligência e com o coração o que significa a descida do Espírito Santo e Transfiguração do homem por ele.

Tropário: Desde a juventude amou a Cristo, ó bem-aventurado e a Ele único quis ardentemente servir pela oração incessante e trabalho no deserto, sacrificou-se assim com o coração emocionado obteve o amor de Cristo e tornou-se escolhido querido da Mãe de Deus. Por isso rogamos-lhe: salve-nos com suas orações, ó bem aventurado Serafim, nosso pai.

 

Bem aventurada Melissa.

1o. de agosto (19 de julho pelo calendário da igreja)

A bem-aventurada Melissa, déspota da Sérbia, procedia da antiga geração dos Nemanis. Ela se casou com o verdadeiramente religioso príncipe Lásaro da Sérbia, que em 1379 tornou-se déspota da Sérbia. Após a morte por martírio de seu marido em 1389, ela tornou-se administradora da Sérbia, até a maioridade do seu filho Stéfano. Melissa era inteligente e ativa administradora, distinguia-se pela honestidade e preocupação materna para com o seu povo, o qual naquele tempo era atormentado pelos turcos. Ela se preocupava com as viúvas e órfãos, reerguia os templos destruídos pelos turcos, construía os mosteiros. Recebeu do sultão Baiazeta promessa de não perseguir os cristãos no país dela. Em 1393 recebeu a ordenação de monja com o nome de Eugênia e descansou em paz em 1405. Dos restos mortais da bem-aventurada Melissa vertia-se bálsamo que curava.

 

Profeta Elias.

2 de agosto (20 de julho pelo calendário da igreja)

O profeta Elias nasceu na região nordeste da Terra Santa, nove séculos antes do nascimento de Cristo. Descendia do ramo de Levi, da geração de Aarão. Pouco antes disso o reino judaico se dividiu em duas partes: Reino Judaico e Israelita. Na composição do primeiro entraram dois ramos: do Judas e de Benjamim e a capital era Jerusalém. Esta ocupava parte sul da Terra Santa. Na composição do reino de Israel, o do norte, entraram dez ramos, sua capital era Samaria.

No tempo do Profeta Elias, o povo judeu, que vivia no reino de Israel, começou a se distanciar da religião e passou a venerar os deuses dos pagãos, Vaal e outros. Durante o governo do rei Ahava (877-854 a.C.) Elias foi chamado para serviço de profeta e tornou-se fervoroso protetor da verdadeira religião.

O profeta Elias persuadia o impuro Rei Ahava a renegar os ídolos e retornar ao Deus verdadeiro, mas o rei não o obedeceu. Então o profeta anunciou-lhe, que durante três anos, em Israel não haverá nem chuva nem orvalho. Veio a seca e a fome no reino de Israel. O profeta se retirou para lugar ermo próximo de um riacho onde um corvo o alimentava. Quando após um ano o riacho secou, o profeta Elias foi para o norte da Terra Santa, para Sarept de Sidon e hospedou-se na casa de uma pobre viúva. A viúva não tinha com que alimentar o profeta. Dos restos da farinha e óleo ela lhe fez uma panqueca e o alimentou. Depois pela oração do profeta Elias a farinha e o óleo da viúva nunca se acabavam e ela durante longo tempo alimentava a si, a seu filho e ao profeta Elias. Quando o filho da viúva de repente adoeceu e morreu, o profeta o ressuscitou (3o Livro dos Reis:17)

A montanha Carmel era local principal de serviços a Vaal no reino de Israel. Quando se passaram três anos e meio do início da seca, o profeta Elias juntou Ahava, o povo e os sacerdotes do Vaal na montanha de Carmel. E disse Elias ao povo: "Quanto mais tempo vocês vão mancar de ambos os joelhos? Se senhor é Deus, então, sigam-No. Mas se for Vaal, então sigam este." Para saber quem é Deus verdadeiro Elias propôs construírem dois altares, colocar sobre cada um cordeiro sacrificado, mas não acender a fogueira de sacrifício. Deixasse que cada um peça a seu deus o fogo do céu. Aquele cujo deus responder e mandar o fogo, aquele então será considerado deus verdadeiro. Todos concordaram com a proposta do profeta. Primeiramente os sacerdotes do Vaal começaram a evocar seu deus para que mandasse o fogo. Eles gritavam, dançavam em volta do altar de sacrifícios e endiabravam-se o dia inteiro. Elias zombava deles, dizendo que Vaal tinha adormecido e por isso era preciso gritar mais alto. Quando começou a aproximar-se a noite, o profeta Elias mandou todos reunirem-se em torno do seu altar. Pela sua palavra em torno do altar de sacrifício em honra do Deus verdadeiro foi cavada uma vala e a madeira da fogueira foi regada abundantemente com água para que ninguém duvidasse do milagre. Depois disso o profeta Elias começou a rezar: "Ouça, meu Senhor. Que saiba neste dia o teu povo, que Tu és o único Deus em Israel e que sou Teu escravo! "E desceu do céu o fogo e abrasou a oferenda, madeira, pedras do altar de sacrifício e pó em torno e evaporou a água que estava na vala. Vendo tudo isto, todo o povo aterrorizado caiu de joelhos e exclamou: "O senhor é Deus, o senhor é Deus!" Então o povo apanhou todos os sacerdotes do Vaal e os executou porque durante tantos anos eles levavam a todos à perdição. Sob tal impressão, o Rei Ahav e o povo começaram a descer da montanha. Neste instante juntaram-se as nuvens e começou a tal esperada chuva, primeira após muitos anos! Assim o profeta Elias converteu muitos israelitas à Deus (3o Livro dos Reis:18)

Depois deste milagre Iezabel, esposa de Ahav, começou a perseguir o profeta Elias. Ele precisou esconder-se no deserto e ele chegou até a montanha Horiv, perto de Sinai. Aqui Elias se dignou de uma visão, na qual Deus apareceu para ele na forma de sopro suave do vento. O Senhor mandou Elias ungir Eliseu para serviço de profeta, na categoria do seu sucessor. (3o Livro dos Reis:19). O final do seu serviço de profeta foi incomum: ele foi levado vivo para o céu em um carruagem de fogo (4o Livro dos Reis:2:11). O profeta Eliseu, que estava presente no ato, recebeu de Elias o manto, com o qual ele fez seu primeiro milagre. O profeta Elias atualmente permanece de corpo no Céu como o predecessor Enoh, o qual também foi levado vivo para o céu (Reis 5:24). Existe a opinião de que o profeta Elias e Enoh devem voltar à terra antes do fim do mundo. Eles irão acusar o anticristo e dele sofrerão o martírio.

Com grandes milagres Elias contribuiu muito para a restauração da verdadeira fé em Deus no meio do povo israelita e para destruição da veneração dos ídolos. Com isto ele preparava o caminho para o vindouro Salvador do mundo. O esforço inflamado na defesa da verdadeira fé, a obediência incondicional à vontade de Deus — tais são as qualidade distintas desde grande profeta. Os seus contemporâneos, vendo nele a benção de Deus, chamaram-no de homem de Deus.

Ao profeta Elias rezam durante a seca. O povo acredita que Elias é administrador das forças da natureza. Nos tempos curtos da Revolução.

Tropário: O anjo encarnado, fundamento dos profetas, segundo predecessor da vinda de Cristo, ó glorioso Elias, que do alto mandou a graça para Eliseu, afasta as doenças e limpar os leprosos: assim também concede curas aos que o veneram.

 

Maria Madalena equivalente a apóstolos.

4 de agosto (22 de julho pelo calendário da Igreja)

Santa Maria Madalena portadora do bálsamo, nasceu na cidade de Magdala às margem do lago de Genezaré, na parte norte da Terra Santa. Esta região pitoresca era abundante de frutas e peixes. Seus moradores distinguiam-se de outros palestinos pela sua independência, gênio ardente e coragem. Estas qualidades eram próprias também a Maria Madalena.

Desde a infância ela era possuída do demônio. Pelas circunstâncias, ou melhor, pela piedade de Deus, ela se encontrou com o Senhor Jesus Cristo, quando Ele pregando o Evangelho visitou aqueles lugares. O Senhor teve pena dela e expulsou sete demônios e com isso deu-lhe cura física e espiritual. Desde então Maria, agradecida, deixando tudo, tornou-se discípula de Cristo, servindo-Lhe junto com outras mulheres piedosas.

Quando da ocasião da prisão do Salvador e do julgamento de Pilatos, a fé dos discípulos ficou abalada e todos fugiram, ela não deixou o Senhor, mas permaneceu ao pé da cruz juntamente com sua Mãe Puríssima e seu discípulo amado, Apóstolo João. Ela acompanhou o corpo do Senhor no jardim do bem-aventurado José de Arimateia e ali ungiu-O com o precioso bálsamo e perfumes. Por isso ela recebeu o nome de portadora de bálsamo. O sepultamento do corpo de Salvador ocorreu às pressas, pois após algumas horas naquela sexta-feira à noite deveria começar a festa judaica da Páscoa.

No dia seguinte à Páscoa, no domingo cedo pela manhã, quando ainda a escuridão pairava sobre a terra, Maria foi a primeira que chegou ao sepulcro para concluir o processamento do sepultamento do corpo do Salvador. A caminho do sepulcro ela pensava, como ela iria afastar a pedra do sepulcro que era muito pesada. Mas quando ela chegou ali aconteceu que a pedra já estava afastada. Então Maria rapidamente voltou e contou a respeito disso aos apóstolos Pedro e João. Ultrapassando um ao outro, os apóstolos chegaram ao sepulcro. Não achando nada além das vestes mortais, os apóstolos voltaram atrás. Maria entretanto, chegando depois dos apóstolos também entrou no sepulcro e começou a chorar. Aí ela viu dois anjos em forma de jovens de vestes brancas. Um deles perguntou-lhe: "Mulher por que estás chorando e a quem procuras?" No que Maria respondeu: "Levaram meu Senhor e não sei onde puseram-no." Dito isto, ela virou-se e viu o próprio Jesus Cristo mas não o reconheceu. Pensando que este era o jardineiro, ela lhe disse: "Senhor! Se foste tu que O levaste, dize-me onde O puseste." O Senhor lhe disse: "Maria!" Ela reconheceu a voz conhecida e viu que este era o Salvador ressuscitado. No ímpeto de alegria ela caiu a Seus pés.

Neste mesmo dia Maria dignou-se novamente a ver o Salvador ressuscitado, quando ela pela terceira vez veio ao sepulcro já com outras mulheres portadores de bálsamo. Sobre estas aparições do Salvador, ela contou aos apóstolos, mas eles não acreditaram nela. Depois da ascensão do Senhor, Maria junto com outros apóstolos, dignou-se das graças do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Ela, como testemunha da vida e dos milagres do Salvador, visitou muitos países com a pregação cristã.

Há o relato de que pregando em Roma, ela chegou ao palácio do imperador Tibério. Na audiência com o imperador ela lhe contou sobre o Senhor Jesus Cristo sobre seu ensinamento e ressurreição dos mortos. O imperador duvidou do milagre da ressurreição e pedia provas a Maria. Então ela pegou um ovo cozido que estava em cima da mesa e entregando-o ao imperador disse "Cristo Ressuscitou!" Durante estas palavras o ovo branco ficou nas mãos do imperador vermelho carmim. (Este acontecimento é maravilhosamente representado na parede leste do altar do luxuoso templo da Santa Maria Madalena, construído pelo imperador Alexandre III no jardim da Getsemani em 1886. A santa está em pé vestindo sua humilde ‘túnica apostólica em frente o imperador, cercado de guarda-costas. Em sua mão estendida o ovo vermelho). No dia de sua memória no jardins de Getsemani após a liturgia aos fiéis ofereciam ovos vermelhos de páscoa dizendo "Cristo Ressuscitou!"

Depois de Roma, Maria Madalena dirigiu-se para Efeso e aí ajudava na pregação do apóstolo João Teólogo (da Palavra de Deus). As circunstâncias da sua morte são desconhecidas. Nos tempos do imperador Leão (886-912) seus restos mortais intactos forma transladados para Constantinopla. Durante as cruzadas eles foram levados para Roma. Papa Honório II (1216-1227) sepultou-os sob o altar do São João em Latrão (este é um dos templos mais antigos de Roma).

Tropário: Ao Cristo que nasceu da virgem por nossa causa, bem-aventurada tu, ó Madalena, seguiu, guardando suas leis e razões: Assim também hoje comemorando tua memória gloriosa e santa obtemos perdão de nosso pecados pelas tuas orações.

 

Mártir Cristina.

6 de agosto (24 de julho pelo calendário da Igreja)

Santa Cristina era filha do administrador da cidade de Tir em Livanon. Seus pais eram pagãos, mas pela providência de Deus deram-lhe nome, que predizia sua vocação tornar-se cristã. Não havia entre as jovens igual a ela em beleza. Desejando conservá-la virgem, seu pai construiu uma residência especial, colocou nela os ídolos e mandou-a servi-los. Morando reclusa, Cristina freqüentemente mirava o céu cheio de estrelas e semelhantemente à grande mártir Barbara, chegou à conclusão que deveria existir um único Criador. Deus fez com que ela conhecesse os cristãos, que lhe contaram sobre a fé cristã e ela se converteu a Cristo. Depois disso, Santa Cristina com indignação destruiu os ídolos em sua casa, pelo que, por ordem de seu pai, ela foi submetida a várias torturas. Ela foi submetida ao espancamento, seu corpo foi retalhado com ferro afiado, queimado pelo fogo, jogavam-na na cova cheia de víboras etc… Enfim, foi morta espetada pelas lanças e espadas dos guerreiros. Assim esta santa mártir sofreu no ano 300. Sua memória é venerada principalmente no Oriente.

Tropário: Pombinha luminosa foi reconhecida assim e tendo as asas douradas e subiu aos céus assim ó Cristina pura: daí comemoramos tua gloriosa festa, com fé reverenciando os teus restos mortais no túmulo: donde de dispersa abundante para todos as divinas curas para as almas e os corpos.

 

Os grão-duque que sofreram a paixão Boris e Gleb.

6 de agosto (24 de julho pela calendário da Igreja)

Os grão-duques Boris e Gleb eram filhos do semelhante aos apóstolos grão-duque Vladimir e princesa Anna de Bizâncio. Desde a infância eles se destacavam pela sua religiosidade. Dos anais, sabe-se que o grão-duque Bóris gostava muitos dos cânticos da igreja. Santo grão-duque Vladimir sentia muita ternura pelos dois, devido a sua abnegação à Santa Fé e pela seu amor fraterno muito carinhoso de um pelo outro.

Ainda durante sua vida o grão-duque Boris recebeu a administração do ducado de Rostov, e Glieb, o de Murmansk. Ambos aplicaram grandes esforços na divulgação da fé cristã em seus ducados em meio de rudes pagãos. São Gleb é considerado o iluminador da região de Murmansk-Riazan, onde desde os tempos antiquíssimos e até hoje, conserva-se sua memória, como primeiro pregador do cristianismo e o protetor do país.

Em 1015, após a morte de São Vladimir o grão-ducado foi tomado pelo Sviatopolk que foi apelidado de Furioso. Temendo a adversidade dos santos irmãos, ele resolveu matá-los. São Bóris estava naquele tempo com seu exército junto do rio Alta. O exército oferecia-lhe a ir contra Kiev e tomar o poder do grão-ducado, mas São Bóris não quis destruir os laços sagrados das relações de parentesco e indignado recusou a oferta. Entretanto Sviatopolk informando o São Bóris sobre a morte do pai, traiçoeiramente oferecia-lhe manter relações de bem-querença, prometendo-lhe aumentar sua propriedade, enviando-lhe juntamente os assassinos. Na noite de 24 de julho, os assassinos chegaram à tenda de Bóris e escutando o canto dos salmos vindo de dentro, resolveram esperar quando Bóris adormecesse. Assim que o Santo grão-duque se deitou na cama, os assassinos invadiram a tenda e cravaram o corpo do santo com as lanças assim como o de seu criado Jorge, que era húngaro e tentava proteger o seu amo com o próprio corpo. O mártir, ainda respirando, foi envolto com o pano da tenda e levado a Sviatopolk, que ao saber que São Bóris ainda estava vivo, mandou dois variagues traspassar com a espada seu coração. O corpo do santo grão-duque secretamente foi trazido para Vishgorod e aí sepultado na igreja de São Basílio.

Após o assassinato de São Bóris, Sviatopolk mandou atrás de São Gleb, que estava na ocasião próximo de Smolensk, para trazê-lo à presença do pai supostamente adoentado gravemente. O jovem grão-duque já avisado sobre a maldade de Sviatopolk com lágrimas rezava pela alma do pai e irmão quando os assassinos chegaram a ele, mandados por Sviatopolk. Goracer que encabeçava os assassinos mandou o seu próprio cozinheiro, que era descendente de turcos, esfaquear o grão-duque. Isto ocorreu 5 de setembro de 1015.

Em 1019 após a ocupação do Kiev por Iaroslav Vladimirovich (filho de Vladimir), graças à preocupação deste grão-duque, o corpo de São Gleb foi encontrado, trazido para Vishgorod e sepultado junto do corpo de São Bóris. Logo no túmulo dos grão-duques começaram a acontecer milagres. Quando a igreja de São Basílio se queimou, os restos mortais dos grão-duques foram transladados para recém-construída igreja em sua homenagem em Vishgorod. Durante a abertura dos caixões dos grão-duques, o mitropolita João com os sacerdotes viram o milagre: os corpos dos santos apareceram brancos como a neve, os seus rostos reluziam com a luz celestial, tanto que o mitropolita e todo povo se espantavam, sentindo um aroma especial.

Em 1240 durante a ocupação de Kiev, pelo Batii, os restos mortais dos Santos Boris e Gleb desapareceram. A memória de ambos os grão-duques mártires se honra na Rússia desde os tempos antigos, o que se testemunha, entre outras coisas pelos numerosos mosteiros e igrejas em sua homenagem, que permaneceram até hoje, em vários cantos da Rússia.

O povo russo via nos santos grão-duques mártires, os seus protetores que rezavam por ele. Os anais estão cheios de narrativas sobre as curas milagrosas que aconteceram ao pé dos restos mortais dos santos e sobre as vitórias que celebravam com sua ajuda (por exemplo: do Riurik Rostislavich sobre o Konchak; do santo Alexandre de Neva sobre os alemães).

Tropário: Os verdadeiros mártires e obedientes à verdade do evangelho de Cristo o bem aventurado Bóris com o bondoso Gleb, não resistiram a seu inimigo que era seu irmão, que matando seus corpos não pode tocar as suas almas, que chore então o raivoso amante do poder, enquanto vocês se alegram junto dos anjos perante a Santíssima Trindade, orem pelo poder dos seus familiares, pela existência que agrade a Deus e que os filhos da Rússia se salvem.

 

Bem aventurada Olimpiada, a diaconisa e confessora.

7 de agosto (25 de julho pelo calendário da Igreja)

Santa Olimpíada era filha de importante e conhecido dignitário e nasceu em Constantinopla aproximadamente por volta do ano de 366. Seu avô por parte da mãe ocupava importante posto na corte do imperador Constantino, o Grande. Desde a tenra idade Olimpíada foi prometida, mas o seu noivo morreu antes do casamento. Olimpíada resolveu permanecer virgem e dedicar-se a serviço de Deus. Ela herdou grande propriedade. Considerando a riqueza uma propriedade de Deus, ela distribuía-a aos pobres, às igrejas, aos mosteiros, às casas para hospedar estranhos, prisões e lugares de exílio. Na narrativa de sua vida consta que ela nunca recusou ajuda a ninguém.

Pela sua vida bondosa, o patriarca de Constantinopla —Nectario (381-397) sagrou-a diaconisa. Seu sucessor na cátedra de Constantinopla São João Crisóstomo respeitava muito seus feitos bondosos. Ele escreveu-lhe algumas cartas que ficaram guardadas na coletânea de suas composições e representam grande preciosidade espiritual. Os inimigos de São João Crisóstomo depuseram-no da cátedra, exilando-o, também se armaram contra Santa Olimpíada. Os últimos anos de sua vida ela passou em numerosas provações penosas. Morreu em Nicomídia por volta do ano 410. No templo do patriarcas Sérgio (610-638) os restos mortais de Santa Olimpíada foram transladados para um mosteiro feminino que foi fundado por ela em Constantinopla. Foram descritos alguns milagres e curas pelos seus restos mortais.

 

Grande Mártir e curador Panteleimon.

9 de agosto (27 de julho pelo calendário da Igreja)

Santo Panteleimon nasceu em Nicomídia, na região da Ásia menor, Vifínia.. Seu pai importante pagão chamou-o de Pantaleão o que significa "pelo tudo é leão." Sua mãe bem-aventurada Evvula, educava-o nos princípios da religião cristã, mas morreu quando ele era ainda um menino. Pantaleão entrou para uma escola de pagãos e depois estudou as artes medicinais com um importante médico. Ele foi apresentado ao imperador Maximiliano Galério (286-305) o qual deixou o Pantaleão na sua corte na condição do médico palaciano.

Naquele tempo na Nicomídia escondiam-se os presbíteros Iermolai, Jermip e Iermocrat, que ficaram vivos após a queima dos cristãos no templo da cidade. O sacerdote Iermolai notou o jovem médico e explicou-lhe os princípios básicos da religião cristã. Pantaleão começou a freqüentar a casa do prebístero e recebeu o dom de Deus de curar as doenças invocando o nome de Cristo. Vendo certa vez na rua uma criança morta devido a mordida de cobra, Pantaleão começou a pedir ao Senhor para ressuscitar o morto. A criança reviveu. Depois deste milagre Pantaleão aceitou o batismo e foi renomeado de Panteleimon, o que significa "todo misericordioso." Certa vez trouxeram a ele um cego e Panteleiom na presença de seu pai começou a rezar a Jesus Cristo pela cura do coitado e o cego se curou. Vendo este milagre, seu pai se converteu e tomou o santo batismo. Panteleimon tratava de graça aos que se dirigiam a ele alguns com remédios, outros com orações. Isto provocou o ciúme dos médicos e eles denunciaram ao imperador que Panteleimon era cristão.

Maximiano persuadia Panteleimon a oferecer o sacrifício aos ídolos, mas ele se recusou e na presença de todos curou um paralítico. Irado, Maximiano mandou executar o que foi curado e a Panteleimon mandou torturar. Após as torturas Panteleimon permaneceu intacto. Depois foram trazidos ao tribunal os presbíteros Iermolai, Iermip e Iermocrate e logo decapitados. Enfim cortaram também a cabeça de São Panteleimon e de sua ferida juntamente com o sangue jorrou o leite. Ele morreu martirizado em 305. A oliveira a qual foi amarrado Santo Panteleimon durante as torturas cobriu-se de azeitonas. O imperador mandou derrubar a árvore, cortar em pedaços e queimar junto com o corpo do mártir. Mas o corpo atirado à fogueira permaneceu intacto e foi sepultado nas proximidades.

Os que presenciaram descreveram a vida, os sofrimento e a morte de São Panteleimon. Seus santos restos mortais foram distribuídos por todo o mundo cristão. Sua cabeça está guardada no mosteiro russo de São Panteleimon, em Afon. No dia da memória do grande mártir Panteleimon em Nicomídia reúnem-se milhares de pessoas, cristãos ortodoxos e de outras religiões — armênios, católicos e até maometanos. Trazem centenas de doentes, muitos dos quais recebem a cura pelas orações do santo. Na metropolia da Nicomídia guardam-se milhares de manuscritos — gregos, turcos, armênios e italianos, que receberam as curas. O nome do grande mártir Panteleimon se invoca durante a execução do sacramento da benção dos santos óleos, durante a missa pelo doente e durante a benção das águas, e os médicos consideram-no seu padroeiro.

Tropário: Santo mártir e curador Panteleimon ora ao Deus misericordioso para que dê o perdão das nossas faltas às nossas almas.

 

O clérigo-mártir Valentino, bispo da Interamna.

12 de agosto (30 de julho pelo calendário da Igreja)

São Valentino era bispo da cidade de Interdone na Umbria (Itália). Ele mereceu de Deus o dom de curar as doenças, evocando o nome do Senhor Jesus Cristo. Durante o governo do imperador Aureliano (270-275) três jovens Procul, Efif e Apolonio chegaram de Atenas a Roma para estudar as ciências e se hospedaram na casa do seu orientador Kraton. Filho do Kraton, Horimon, machucou as costas que se encurvaram de sorte que o jovem não conseguia se endireitar. Durante três anos ele procurou vários médicos, mas sem resultados. Enfim o Kraton pediu ao bispo Valentino rezar pelo seu filho enfermo.

Chegando a Roma, o santo trancou-se junto com o jovem no quarto e rezou compenetrado a noite inteira. No dia seguinte o jovem saiu do quarto completamente são. A notícia deste milagre espalhou-se em Roma e muitos começaram a se convverter para religião cristã, entre eles, o filho do prefeito da cidade, chamado Avúndio. O prefeito, pagão fanático, dirigiu toda sua ira contra São Valentino. Começaram a obrigar Valentino a renegar sua religião e adorar os ídolos. Não obtendo sucesso, eles o trancaram na prisão. Aqui, os discípulos de Kraton começaram a visitá-lo e se converteram-se ao cristianismo. Mas logo São Valentino foi decapitado. Depois dele sofreram três discípulos de Kraton: Proculo, Iefiv e Apolonio, por causa da divulgação da religião cristã. Avúndio sepultou-os próximo ao túmulo do clérigo-mártir Valentino.

Tropário: Sendo pelo jeito que comungava e pelo altar substituto dos apóstolos, recebeu os feitos soprados divinamente, a elevação até visões: assim, por isso, corrigindo a palavra da verdade e devido à fé, sofreu até o sangue ó clérigo-mártir Valentino, reza a Cristo Deus para que salve as nossas almas.

 

Agosto.

 

Bem-aventurado Basílio, Demente por amor a Cristo.

15 de agosto (2 de agosto pelo calendário da Igreja)

São Basílio nasceu em 1464 no povoado de Ielohov perto de Moscou, na família de camponeses. Quando o menino cresceu, ele foi entregue para aprender ofício de sapateiro. Logo o mestre entendeu que seu discípulo não era um homem comum. Um comerciante entrou nas oficina para encomendar as botas e pediu para fazê-las de tal jeito que durassem um ano. Basílio com tristeza concordou: "Faremos tais que não vais gastá-las." Após alguns dias o comerciante faleceu.

Com idade de dezesseis, Basílio deixou a casa paterna e chegou a Moscou. Aqui ele tomou para si o sacrifício de demência por amor a Cristo. No frio e no calor o bem-aventurado andava seminu e descalço pelas ruas de Moscou. Derrubou a banca de rosquinhas, derramou a jarra com refresco. Os comerciantes batiam nele, mas ele com alegria recebia as pancadas e agradecia por elas a Deus. Depois ficou-se sabendo que as rosquinhas foram feitas de farinha com mistura danosa e que o refresco não prestava. Para muitos começou ficar claro de que o bem-aventurado é homem de Deus.

Ora disfarçadamente e com sinais, ora aberta e sinceramente, ele predizia desgraças como castigo pelos pecados, assim com a prosperidade como recompensa das boas ações. Às vezes ele entrava em recintos para salvação dos alcoólatras, aos outros ensinava o bom caminho nas ruas e praças e até mesmo ao próprio czar Ivan o Terrível dava lições de boa conduta. Assim, certa vez durante o ofício divino o czar pensava como seria melhor enfeitar o palácio nas montanhas dos Pardais. Após a missa, Basílio observou ao czar de que em seus pensamentos ele não estava na igreja, mas em seu palácio. O czar reconheceu o seu pecado e começou a sentir respeito ainda maior pelo bem-aventurado.

Certa vez um comerciante começou construir um tempo, mas seu teto sempre ruía. O bem-aventurado encaminhou o comerciante a Kiev: "Encontre lá o humilde João. Ele lhe dará o conselho, como terminar de construir a igreja." O comerciante foi encontrar João que estava sentado dentro do casebre e balançava um berço vazio: "A quem você está balançando?" — perguntou o comerciante. "A minha própria mãezinha, pagando a dívida sem preço pelo nascimento e educação." O comerciante lembrou sua própria mãe que ele mandara embora de casa e entendeu por que não conseguia concluir a construção da igreja.

O bem-aventurado estava contente em ajudar aqueles que se envergonhavam em pedir esmola, apesar de estarem necessitados. Assim certa vez ele entregou os presentes do czar para um comerciante estrangeiro que ficou sem recursos para subsistência. Nas pessoas mais caídas ele enxergava o grão de bondade, apoiava-as com ternura e animava-as. Quando passava perto de uma casa onde se bebia e divertia-se loucamente, ele abraçava os cantos da casa dizendo: "Os anjo estão fora da casa e sofrem pelos pecados humanos."

Freqüentemente o povo enchia o bem-aventurado Basílio com chacotas e surras, mas ele suportava tudo com humildade. As noites o bem-aventurado passava na porta da igreja em oração e meditação sobre Deus. Deus glorificou o seu justo com o dom de vidência e milagre. Assim, através da oração do bem-aventurado Basílio diante da ícone de Nossa Senhora de Vladimir, Moscou e juntamente com ela toda a Rússia — foram salvas da invasão do Khan da Criméia Mahmet-Guirey, em 1521. Este khan, que já queimara os arredores de Moscou, assustou-se com a visão de muitos guerreiros e recuou para fora dos limites da Rússia. Em 1547 o bem-aventurado chorava desconsoladamente, anunciando o incêndio de Moscou, que destruiu quase toda a cidade. Passado algum tempo, durante o almoço nos salões do czar, o bem-aventurado três vezes jogara o vinho pela janela, dizendo que estava apagando o incêndio em Nóvgorod. Realmente, naquele exato momento começara incêndio em Nóvgorod, mas não chegou a se alastrar — algum estranho, segundo narrativa dos moradores de Nóvgorod, apagava as casas incendiadas. Quando eles chegaram a Moscou mais tarde, estes moradores reconheceram o bem-aventurado no tal desconhecido.

Morreu o bem-aventurado Basílio com idade de 88 anos em 1552. O próprio czar Ivan o Terrível carregava o corpo até a igreja para sepultamento. São Basílio foi sepultado em Moscou na Sé da Proteção de Nossa Senhora, o qual geralmente se chama de templo de Basílio, o bem-aventurado. Os seus restos mortais ficaram famosos pelos muitos milagres. As pesadas correntes de auto-flagelação que ele usava no corpo, estão guardados na Academia Espiritual de Moscou.

Tropário: A tua vida, Basílio, não é falsa e a pureza não é impura pelo Cristo sacrificaste o teu corpo com jejum e vigília, com frio e calor do sol, com lama e nuvem da chuva e brilhou o teu rosto como o sol: e hoje vão a ti os povos russos, czares e grão-duques e todo povo, glorificando a tua santa morte. Assim reza a Cristo Deus para que nos livre do cativeiro dos bárbaros e das guerras civis e dê paz ao mundo e misericórdia às nossas almas.

 

Beata Nonna.

18 de agosto (5 de agosto pelo calendário da Igreja)

Santa Nonna nasceu no final do século III, em um família cristã. Ela casou-se com Jorge, prefeito da cidade e rico proprietário das terras, na região da Capadocia na Ásia Menor. No início seu marido era pagão e venerava deus superior e adorava o fogo. A Nonna teve uma filha Gorgônia e os filhos Grigório e César. Ela educou-os em espírito cristão e rezava fervorosamente para que seu marido se convertesse para a verdade. O Senhor ouviu suas preces: o marido passou a crer em Cristo, batizou-se e se dedicou totalmente à Igreja. Próximo do ano 325, ele se tornou prebístero e depois o bispo da cidade de Nasianza na Capadócia. Então a beata Nonna foi consagrada diaconisa, após o que dedicou-se às obras de caridade.

Em 329 o filho da Nonna, Grigório, terminou seus estudos e retornou à pátria e foi batizado pelo seu pai. Após alguns anos Grigório tornou-se patriarca de Constantinopla. Ele era um dos mais compenetrados e profundos escritores espirituais pelo que recebeu honroso nome de Teblago. No final de sua vida, Santa Nonna fez muito pela Igreja. Sua morte santa ocorreu em 334. Pode-se julgar sobre a vida beata de Santa Nonna, considerando que os cinco membros da sua família (incluindo a própria) estão sagrados pela Igreja como santos.

 

Mártir Susana.

24 de agosto (11 de agosto pelo calendário da Igreja)

Santa Susana era a única filha do presbítero romano Gavanio, parente do imperado Diocletiano (284-305). Educada em espírito da religião cristã e regras de docência e pureza, ela aprendeu diversas ciências e era considerada jovem muito estudada e inteligente. Com sua beleza física, ele se destacava pela rigorosa pureza, fé intrépida e ardente amor ao Cristo. Para servir plenamente a Deus a casta Susana recusou o casamento com Galério (posteriormente imperador) oferecido pelo Deocletiano e desejou permanecer virgem, a exemplo da Virgem Maria.

Deocletiano para incliná-la ao casamento, mandou alojá-la no seu palácio e encarregou sua esposa, rainha Sirene, convencê-la a se casar. Mas a própria rainha também era cristã secreta e se alegrou com a firme decisão de Susana. Tendo sabido através de rainha a respeito da firmeza da Susana, Deocletiano deu permissão ao seu filho Maximiano para desonrar Susana, para que, mandou entregá-la à casa o seu pai. Chegando à noite para Susana, Maximiano encontrou-a rezando a Deus. Cheio de desejo impuro, ele tentou aproximar-se dela, mas vendo acima um anjo em forte resplendor, fugiu com medo para o palácio e contou sobre o que viu a Deocletiano.

Mandado por Deocletiano, um torturador atroz dos cristãos, chamado Macedônio, também não conseguiu convencê-la a adorar o ídolo. Então ele sem piedade começou a bater na mártir com pau. Santa Susana permanecia inabalável. Avisado a respeito disso, Deocletiano mandou o desumano Macedônio esquartejar com espada a Santa Virgem na casa paterna. A coragem e fé inabalável da Susana espantaram seus parentes — Senador Cláudio e sua esposa Prepedigna e os filhos Alexandre e Krífio, assim como ao irmão do Cláudio- Máximo — e eles receberam o batismo.

Seu pai e próprio irmão Gaio logo após a sua morte também receberam o fim de mártires. Os restos mortais da Susana e do seu pai encontram-se em Roma na igreja com seu nome.

Tropário: A tua, ó Jesus, vítima Susana, chama com a viva voz: a ti, o meu noivo, amo e a ti procurando sofro e me crucifico e me imolo a teu batismo e me sacrifico por ti, assim como reino em Ti e morro por Ti e vivo contigo mas como oferenda pura aceite-me como amor entregando-me a Ti: por suas orações, como és misericordioso, salva nossas almas.

 

São Tihon de Zadonsk.

26 de agosto (13 de agosto pelo calendário da Igreja)

São Tihon (no mundo Timóteo) nasceu em 1724 na família do clérigo mais pobre da aldeia de Corotsk (da região de Valdai) e logo após o nascimento ficou privado do seu pai. A infância e juventude, passaram-se em meio de terrível pobreza: às vezes precisava trabalhar o dia inteiro na casa dos moradores da sua aldeia para ganhar um pedaço de pão. Com muito custo conseguiu evitar ser recrutado como soldado e entrou ao seminário de Nóvgorod para estudar, no qual mais tarde tornou-se orientador. Certas circunstâncias especiais (milagrosa salvação do perigo de morte e algumas visões) levaram-no a se tornar monge. Em 1758 ele recebeu a consagração à vida monástica com o nome de Tihon. No ano seguinte ele foi nomeado reitor do seminário de Tver, onde era lente sobre teologia da moral. Contudo lia em russo e não em latim, como era costume até então. Além dos estudantes as suas aulas freqüentavam muitas outras pessoas.

Em 1761 aos 37 anos de idade ieromonge Tihon, pela evidente ordem do alto, foi escolhido bispo. Cerca de dois anos ele era vigário de Nóvgorod e perto de quatro anos (1763-1767) independentemente encabeçava a cátedra episcopal de Voronej. Todo o tempo de seu bispado ele pregava com afinco e convocava para o mesmo os seus sacerdotes. Em Voronej desde os tempos de paganismo conservava-se a festa em homenagem de Iarila, ligada a muitas indecências. Certa vez o santo inesperadamente apareceu na praça pública no auge da alegria da festa e começou acusar os incovenientes. Sua palavra de tal modo causou efeito, que a festa não se renovou mais.

Entretanto, os árduos esforços desfasaram a saúde de São Tihon. Ele pediu afastamento do seu cargo e os últimos dezesseis anos (1767-1783) de sua vida passou sossegado no Mosteiro de Zadonsk (o mosteiro de Nossa Senhora de Zadonsk, perto do rio Don, ao norte da cidade de Voronej). Todo o tempo, com exceção de quatro a cinco horas de descanso, ele dedicava à oração, leitura da palavra de Deus, obras de caridade e composição de textos que fazem bem à alma. Todos os dias ele vinha ao templo. Em casa, ele freqüentemente caía de joelhos e se banhando em lágrimas, como um grande pecador, exclamava: "Senhor, tende piedade, Senhor tende misericórdia." Sem falta, cada dia ele lia alguns capítulos da Escritura Sagrada(principalmente profeta Isaías) e nunca viajava sem levar o livrinho de Salmos. Toda a sua aposentadoria de quatrocentos rublos ia parra as obras de caridade e o mesmo destino tinham todos os donativos dos seus conhecidos.

Freqüentemente ele se dirigia vestido com simples roupas de monge à cidade próxima (Elets) e visitava os presos do presídio local. Consolava-os, predispunha à penitência e depois dava esmola. Ele próprio era altamente desprendido, morava no mais simples e pobre ambiente. Sentando-se à parca mesa lembrará freqüentemente dos pobres, que não tinham alimentação como ele e começava a se reprimir pelo fato de que, no seu entender, ele trabalhou pouco para Igreja. Aí as lágrimas amargas começavam a jorrar dos seus olhos. Afoito e de caráter quente pela natureza, ele era impressionantemente humilde e seu rancor: fazia prostração para seu ajudante de cela, pedindo perdão por alguma palavra que parecia-lhe rancorosa e procurava sempre pagar com o bem, quando alguém causava-lhe alguma injúria. Uma vez, na casa de um conhecido ele começou a conversar com um nobre adepto de Volter, e humildemente mas tão forte e convicto desaprovou o ateu, que homem orgulhoso não aguentou e esquecendo-se bateu o santo no rosto. São Tihon atirou-se a seus pés e começou pedir perdão por tê-lo irritado. Tamanha humildade de tal forma causou efeito sobre o arrogante injuriador, que ele se converteu à ortodoxia e tornou-se um bom cristão.

São Tihon possuía dom de clarividência e de fazer milagres, lia os pensamentos dos interlocutores. Em 1778 quando nasceu o imperador Alexandre I, o santo predisse muitos acontecimentos do seu reinado e em particular que a Rússia iria salvar-se mas o invasor (Napoleão) pereceria. "Senhor Deus em muitos casos ouvia-o"- escrevia o ajudante de cela do São Tihon.

O santo gostava especialmente conversar com o simples povo, consolava-o em sua pesada sina, ajudava os empobrecidos. As crianças das proximidades do mosteiro visitavam-no. Ele ensinava-lhes as orações e após a conversação presenteava-as com dinheiro. A morte do bem-aventurado São Tihon seguiu-se dia 13 de agosto de 1783. Após 63 anos os seus restos mortais foram exumados intactos e em 1861 ele foi considerado um dos santos. Entre os trabalhos escritos do São Tihon de Zadon, desfruta especial popularidade a coletânea de ensinamentos breves, cheio de exemplos da vida, chamado "Tesouro espiritual, coletado do mundo."

Tropário: Desde a infância amou a Cristo, ó bem-aventurado, para todos da fé e da pureza e humildade e assim passou a vier nos aposentos celestiais, onde perante o trono da Santíssima Trindade, reza ó São Tihon pela salvação das nossas almas.

 

Martíres Adriano e Natália

8 de setembro (26 de agosto pelo calendário da igreja)

O casal Adriano e Natália viviam na cidade de Nicomidia da Região Vifínia da Ásia Menor. Adriano era pagão e trabalhava como chanceler do imperador Maximiano Galério (305-311) perseguidor dos cristãos. Natália era cristã em segredo. Durante a perseguição próximo a Nicomidia na caverna se escondiam 23 cristãos. Eles foram pegos, julgados e flagelados e obrigavam-nos oferecer sacrificios aos deuses. Depois eles foram levados para a sala de julgamento para anotação de seus nomes. Aí encontrava-se encarregado da sessão Adriano, que lhes perguntou qual a recompensa esperam eles do seu Deus pelo martírio. Eles responderam: "Os olhos não viram, nem ouvidos ouviram e nem chegou ao coração do homem aquilo que Deus preparou aos que O ama!"(I Br 2:9). Espantado pela coragem dos cristãos e pelo fato de como eles com alegria estavam prontos para o martírio pelo Cristo, Adriano disse aos escrivães "Anotem também o meu nome junto dos deles porque eu também sou cristão." Adriano foi preso. O imperador aconselhava-o a riscar o seu nome da lista dos cristãos e pedir desculpas. Adriano assegurou-lhe de que não ficou louco mas agia assim pela própria convicção. Ele fez na época 28 anos.

Quando soube do acontecido, Natália apressou-se em ir ao presídio, onde confortava Adriano a ser corajoso. Quando os presos foram condenados à morte, Adriano foi solto por um curto período de tempo para ir em casa, para avisar a mulher sobre isto. Vendo Adriano, Natália se assustou, pensando que ele renegou a Cristo e não o deixou entrar em casa.

Voltando ao presídio, Adriano juntamente com os outros mártires foi submetido a terríveis torturas: aso mártires esmagavam as mãos e os pés com um pesado martelo, por isso eles morriam em terrível sofrimento. Quando chegou a vez de Adriano, a esposa acima de tudo temia que o marido não fraquejasse e não renegasse a Cristo. Ela confortava a Adriano e segurava suas mãos e os pés enquanto o carrasco esmagava-os com martelo. Morreu São Adriano junto com os outros mártires em 304. Quando seus corpos foram sendo queimados, começou a tempestade e a fornalha apagou, alguns dos carrascos foram fulminados pelos raios.

O centurião do exército queria casar-se com Natália que era ainda jovem e ria. Ainda antes da morte de Adriano, Natália pedia ao marido a rezar para que ele não fosse obrigada a se casar. Agora Adriano apareceu-lhe no sonho e disse que logo ela o seguiria. Assim aconteceu: Natália morreu sobre o túmulo do seu marido nas proximidades da cidade de Bizâncio, onde seu corpo foi levado pelos fiéis.

Kondáquio: Acreditando nas palavras divinas da esposa piedosa e guardando as no coração, Adriana mártir de Cristo dirigiu-se ao martírio com firmeza, assim com a esposa recebendo a coroa.

 

Bem aventurado grão-duque Alexandre de Nieva.

12 de setembro — 6 de dezembro (30 de agosto e vinte e três de novembro pelo calendário da Igreja)

Dos grão-duques defensores da terra russa e religião Ortodoxa no período do jugo dos mongóis principalmente ficou famoso santo bem-aventurado grão-duque Alexandre de Neva.

Filho do grande grão-duque Iarooslav, ele nasceu pouco antes da invasão dos mongóis em 1220 e sob orientação da sua virtuosa mãe, Santa Duquesa Teodósia, recebeu boa, para aqueles tempos, educação que levava caráter profundamente religioso. Sua infância e juventude ela passou em Nóvgorod, onde no começo governava seu pai e depois ele mesmo na idade muito jovem, assumiu o difícil poder. A região de Nóvgorod ficou livre dos saques dos tártaros, mas era submetida a grandes pressões dos seus vizinhos do oeste: lituanos, alemães e suecos. São grão-duque Alexandre precisou agüentar uma luta renhida com eles pela independência da terra russa e pela liberdade da igreja russa da ressurreição dos vizinhos.

Não contendo da livre submissão da igreja Russa, os papas resolveram aproveitar a condição deprimida e enfraquecida da Rússia para subjugá-la à força ao seu poder. Foi solta a bula (e, 1237) que convocava os suecos para uma cruzada, para castigar os finlandeses, que se rebelaram contra a propaganda católica e ao mesmo tempo converter os russos ao catolicismo. A todos os participantes da cruzada prometia-se o perdão dos pecados e aos que morressem durante a batalha — a bem-aventurança eterna. Juntou-se numeroso exército sueco sob o comando de Birguer e em 1240 desembarcaram nas margens do Rio Nieva, próximo da afluente do Rio Ijo. Após uma ardente oração na catedral de Santa Sofia, não muito numerosa irmandade de Novvgorod, encabeçada pelo jovem grão-duque Alexandre, seguiu de encontro do inimigo.

O corajoso grão-duque dirigiu-se ao seu próprio exército com breve mas forte palavras: "Irmãos, não somos muitos e o inimigo é forte, mas Deus não está na força mas na justiça. Lembremos as palavras do cantos dos Salmos — Estes (confiam) nas suas carroças e aqueles nos seus cavalos, nós, porém somos forte em nome do senhor nosso Deus… Não temamos a quantidade dos guerreiros, porque Deus está conosco!" Animado pela aparição dos santos diques Boris e Glie na visão ao guerreiro Pelgússio, Santo Alexandre na noite de 15 de julho de 1240 corajosamente atacou o inimigo e causou-lhe derrota radical. "Os romanos foram vencido e humilhados," exclamavam com alegria os cidadão de Nóvgorod, festejando a sua vitória.

Logo depois disso, o ataque do mundo latino ocidental contra a Rússia Ortodoxa apareceu do outro lado personalizado pela Ordem os Espadachins da Livônia. Divulgando a catolicismo pela força das armas no meio dos povos que viviam na Costa Báltica, esta ordem meio religiosa meio militar atacou também a terra Russa. Foram tomadas as cidades de Iuriev e Pscov. Um evidente perigo ameaçava também Nóvgorod. Entretanto, em Nóvgorod ocorriam grandes desordens de sorte que o grão-duque Alexandre foi obrigada a se retirar de lá para a terra de Súzdal. Sob a influência do perigo, os cidadãos de Nóvgorod regrediram à prudência e pediram ao bem-aventurado grão-duque voltar a eles e ajudá-los a rechaçar o inimigo.

Não guardando rancor, o bondoso grão-duque retornou a Nóvgorod, reuniu os guerreiros, marchou contra o inimigo, Libertou Pscov e depois no lago de Chúdskoe, na famosa batalha de Gelo (5 de abril de 1242) derrotou completamente o terrível inimigo. Esta vitória definitivamente destruiu as forças da ordem da Livônia e colocou limites à sua movimentação sobre o oriente ortodoxo-russo.

O Papa Inocêncio IV, sofrendo a derrota já não conseguiu subornar o vigoroso defensor da religião Ortodoxa e resolveu aproveitar os meios pacíficos. Em 1251 ele mandou ao bem-aventurado grão duque Alexandre dois cardeais com mensagem, na qual convidava-o a entrar no protetorado do torno romano. Mas o herói de Neva respondeu-lhe com determinação: "Conhecemos o verdadeiro ensinamento da Igreja, e não aceitamos o de vocês."

As notícias sobre o destemido grão duque e suas gloriosas vitórias chegaram ao khan tártaro. Após a invasão dos tártaros todos os duques russos viajavam até Ordá para reverenciar o khan, mas o Santo grão-duque ainda não esteve em Ordá. O khan Batii desejou vê-lo. Entendendo que a luta com o terrível conquistador era impossível, Santo Alexandre fortalecendo-se com a oração e a benção do Santo de Nóvgorod, dirigiu-se para Ordá. Os sacerdotes pagãos exigiram que antes de comparecer perante o khan, Santo Alexandre de acordo com a tradição, passasse pelo fogo da purificação e adorasse as imagens dos ancestrais do khan. Mas obsessivo confessor da religião de Cristo, com dignidade respondeu: "Eu sou cristão e não me cabe adorar as criaturas." Os sacerdotes ouvindo tais palavras, comunicaram-nas ao Batii. Os acompanhantes do Alexandre esperavam o pior. Khan imediatamente quis ver o famoso grão-duque à presença do khan, ele o reverenciou (prostrou-se diante) e disse: "Czar, estou me prostrando diante de ti, pois Deus agraciou-te com o reino mas não reverencio as criaturas, pois tudo foi criado para o homem. Mas o único Deus, a Quem eu sirvo e a Quem eu reverencio, a Ele me prostro (ou a Ele adoro)."Tal sábia resposta agradou ao khan ele dispensou com dignidade o Santo grão duque.

Mais tarde Santo Alexandre — desde 1252 grão-duque de Vladimir — ainda mais três viajou até Ordá, esforçando-se com humildade diante do khan, desviar do povoe e da Pátrias as desgraças que lhes ameaçavam dos tártaros e com sua sábia política alcançou muitas facilidades importantes para o povo. Na última viagem, já noa volta de Ordá ele adoeceu e 14 de novembro de 1263 faleceu na cidadezinha de Povolgesk. Quando a triste notícia de sua morte chegou a Vladimir (cidade), então o mitropolita Kirill anunciou ao povo com emocionantes palavras: "Meus queridos filhos, entendam, que o sol se pôs na terra Russa." O povo chorava muito a morte do seu querido grão-duque. A santa Igreja considerou-o como santo. Seus restos mortais intactos durante o império de Pedro I (1724) foram triunfalmente transladados para Petrograd onde descansam na lavra de Alexandre de Nieva.

Tropário: Conheça sua irmandade José da Rússia, não no Egito, mas que reino no céu, ó bem-aventurado grão-duque Alexandre, e aceite suas orações, multiplicando a safra ao povo através da fertilidade da terra tua, as cidades de teu domínio protegendo com oração e aos teus desdentes pessoas bondosas proteja contra o inimigo.

 

 

 

Folheto Missionário número PA4

Copyright © 2003 Holy Trinity Orthodox Mission

466 Foothill Blvd, Box 397, La Canada, Ca 91011

Redator: Bispo Alexandre Mileant

(saints_4_p.doc, 05-28-2003)

 

 

Edited by

Date