O Ano Litúrgico

Bizantino

Parte II-b

Madre Maria Donadeo.

 

 

 


Conteúdo: Considerações sobre o calendario bizantino.

Setembro. Outubro. Novembro.

Dezembro. Janeiro. Fevereiro.

Março. Abril. Maio.

Junho. Julho. Agosto.

Para concluir. Livros litúrgicos bizantinos. Léxico de alguns termos litúrgicos.


 

 

Considerações

sobre o calendario bizantino

Foram consultados vários calendários publicados pelas Igrejas ortodoxas e pelos católicos de rito grego para assinalar o nome do santo (em alguns casos dois) mais comumente citados. Além da data de morte ou da época em que viveu, usamos algumas abreviaturas com os seguintes significados:

S.Ss. = santo(a); santos(as).

mon. = monja(s); monge(s).

C.CC. = companheiro(a); companheiros (as).

arc. = arcanjo

ap. = apóstolo (usado não só para os Doze, mas em sentido mais amplo).

† = morto(a).

C. = cerca

a.C. = antes de Cristo

séc. = século

it.gr. = ítalo-grego

Esl. = remete ao calendário eslavo.

O tipo em negríto no número e no nome indica uma das Doze grandes festas; somente o número do dia em negríto indica uma festa importante.

Foram indicados os dias, com data fixa, em que começam os jejuns em preparação às festas de 25 de dezembro e de 15 de agosto. Outros dois tempos de jejuns começam em data móvel: um em preparação à Páscoa e outro à festa do dia 29 de junho.

 

Setembro

1 Início do ano eclesiástico

S. Simeão Estilita († 459) 130

S. Aítalas e cc., mártires († 355).

2 S. Mamede, m. († c. 275).

S. João Jejuador, patriarca de Constantinopla († 595).

3 S. Antimo, mártir, bispo de Nicomédia († 303).

S. Teoctisto, mon. († 467).

4 S. Bábilas, mártir, bispo de Antioquia († 250).

S. Moisés, profeta (séc. XVI a.C.).

5 S. Zacarias, profeta, pai do Precursor (séc. 1).

6 Prodígio de S. Miguel arcanjo em Khonas (séc. IV).

7 S. Sozonte, mártir († 304); pré-festa da Natividade da Mãe de Deus

8 Natividade da Santíssima Mãe de Deus e sempre Virgem Maria

9 Ss. Joaquim e Ana, os justos, pais da Theotókos

10 Ss. Menodora, Metrodora e Ninfodora, mártires († 310).

11 S. Teodora de Alexandria, mon. († 480).

12 Conclusão da festa do 8 de setembro S. Autônomo, mártir (início do séc. IV).

13 Pré-festa da Exaltação da Santa Cruz Dedicação da Basílica da Ressurreição em

Jerusalém († 335) S. Cornélio Centurião, mártir († séc. I).

14 Exaltação universal da venerável e vivificante Cruz (jejum).

15 S. Nicetas, o Godo, mártir († c. 372).

16 S. Eufêmia, megalomártir († 304).

17 Ss. Sofia e suas três filhas Fé, Esperança e Caridade, mártires († c. 130).

18 S. Eumênio, bispo de Gortina (séc. II ou III).

19 Ss. Trofimo, Sabácio e Dorimedonte, mártires († 277).

20 Ss. Eustáquio, sua mulher Teopista, os dois filhos Agapito e Teopisto, mártires († C.

110).a

21 Conclusão da festa do 14 de setembro S. Quadrato de Magnésia, apóstolo [dos 70] (séc.

1).

22 S. Focas, mártir, bispo de Sinope († c. 110).

23 Concebimento de S. João, o Precursor

24 S. Igual-aos-apóstolos, Tecla, protomártir († séc. I) Esl.: S. Sérgio de Radonéz, mon. (†

1391) 25 S. Eufrosina, mon. (séc. V).

26 Dormição de S. João Teólogo e Evangelista, apóstolo (séc. I).

27 Ss. Calístrato e cc., mártires (início séc. IV).

28 S. Caritão, mon. († 350).

29 S. Ciríaco, anacoreta († 556).

30 S. Gregório Iluminador, mártir, bispo da Grande Armênia († 330).

26 de setembro: Dormição de São João Teólogo e Evangelista, apóstolo

João, o "discípulo a quem Jesus amava," é assim invocado no tropárío bizantino mais repetido:

Tropário (2º tom).

"Apóstolo predileto do Cristo Deus, apressa-te em ajudar um povo sem defesa. Aquele que te concedeu encostar a cabeça sobre o seu peito te acolha aos seus pés a fim de interceder por nós. Ó Teólogo, suplica-lhe para que dissipe a nuvem persistente do paganismo e pede por nós a paz e uma misericórdia abundante."

Na tradição constantinopolitana, São João, que em hebraico significa "Javé concede a graça," é chamado habitualmente "o Teólogo," título reservado a pouquíssimos e, particularmente, apropriado ao Apóstolo, sempre citado entre os primeiros, cuja insigne doutrina, através do seu evangelho, das Epístolas e do Apocalipse, tem nutrido a Igreja de todos os tempos.

E o kontákion, o outro hino repetido em todas as Horas canônicas, assim exclama:

Kontákion

"Quem jamais poderá narrar as tuas virtudes, ó virgem? De ti jorram maravilhas, tu és a fonte de curas e tu, ó teólogo e amigo de Jesus, intercede por nossas almas."

Enquanto os católicos romanos celebram a festa de São João Evangelista em 27 de dezembro, os fiéis.

O tropário e o kontákíon são os mesmos nas duas festas, e também boa parte do ofício próprio do santo, contido nos Minéa, é comum. Dos textos do Ofício podemos depreender todos os dados essenciais da biografia do mais moço dos Doze Apóstolos, o qual teve também o privilégio de testemunhar o Cristo até a idade mais avançada. O primeiro texto poético do santo, no Lucernário (= Vésperas), assim nos informa:

"O filho de Zebedeu, João, o vidente que teve revelações inefáveis, que por nós escreveu o evangelho de Cristo, nos ensina a reconhecer Deus como Pai, Filho e Espírito Santo."

Ele é lembrado como o "filho do trovão" e com freqüência somos admoestados pelo seu ensinamento sobre o "Verbo que era desde o princípio e que estava junto do Pai inseparavelmente; igual a ele na natureza." Nas Vésperas as três leituras bíblicas são tiradas da primeira epístola de São João, dando destaque especialmente aos trechos em que ele se manifesta como o Apóstolo do amor (final do cap. 3, o cap. 4 quase por inteiro e o início do cap. 5).

No Cânon destaca-se a dúplice palavra que Jesus, na cruz, dirige à sua Mãe:

"Discípulo virgem, recebeste a honra de ser adotado como filho pela Virgem imaculada; te tornaste irmão daquele que te escolheu e fez de ti o seu Teólogo."

"Discípulo do Salvador, desde a cruz Cristo confiou a ti, Teólogo virgem, a puríssima Theotókos; então cuidaste dela como a pupila dos teus olhos: intercede pela salvação de nossas almas."

Nas Laudes se recorda que o "discípulo virgem, igual aos anjos, evangelista São João, teólogo formado por Deus," anunciou ao mundo a ferida no lado de Cristo da qual saiu "sangue e água de onde jorra vida eterna para as nossas almas."

Tampouco é esquecida a atividade apostólica de João, em que se usam por vezes imagens poéticas, tão queridas aos orientais, como no katismia poético do Órthros.

"Tendo abandonado as águas profundas em que pescavas, ó Apóstolo ilustre, com o caniço da cruz sabiamente pegaste, feito peixes, o conjunto das nações e, como Cristo te dissera, foste pescador de homens, atraindo-os à fé; tendo semeado o conhecimento do Verbo de Deus, com tuas palavras colheste Éfeso e Pátmos. Ó apóstolo São João, intercede junto do Cristo nosso Deus, a fim de que conceda a remissão dos pecados a quantos celebram de coração a tua sacra memória."

A iconografia de São João estende-se pelos séculos em amplos espaços geográficos. Na tradição bizantina predominam duas representações: do santo aos pés do Crucificado, freqüentemente ao lado oposto de onde se encontra a Virgem (à direita do Cristo), sem as demais pessoas, embora lembradas nos evangelhos, presentes no Calvário ou então o Evangelista é representado sentado, por vezes tendo ao lado o símbolo da águia, ditando ao seu escriba Prócoro a revelação. Ao centro do Iconostase, nas portas reais, debaixo da cena da Anunciação, é freqüente a representação dos quatro evangelistas. São João é logo reconhecível, pois é o único, que está ditando a um discípulo. Na iconografia da Santa Ceia o discípulo amado é sempre representado com a cabeça sobre o peito do Mestre. Ele está presente também em numerosas cenas evangélicas ou tradicionais, como a Transfiguração, o Pentecostes, a Dormição da Virgem e muitas outras.

Com a liturgia bizantina, peçamos ao discípulo de Cristo, ao Apóstolo da luz e do amor, tão bem retratado nas Sagradas Escrituras, "para que ilumine todo homem e o leve ao conhecimento de Deus."

Outubro

1 Esl.: Pokróv (proteção) da SS. Mãe de Deus S. Ananias, apóstolo [dos 70] (séc. I) S.

Romanós, o Melode († c. 557).

2 S. Cipriano, hieromártir, († 304) S. Justina, virgem, e mártir († 304).

3 S. Dionísio Areopagita, hieromártir († c.90).

4 S. Hieróteo, bispo de Atenas (séc. I).

5 S. Caritina, mártir († 304).

6 S. Tomé, apóstolo (séc. I).

7 Ss. Sérgio e Baco, mártires (†t 297).

8 S. Pelágia, penitente, v. (II metade do séc. V).

9 S. Tiago, filho de Alfeu, apóstolo (séc. I) Ss. Andrônico e sua mulher Atanásia (séc.V).

10 Ss. Eulâmpio e sua irmã Eulâmpia, mártires (início do séc. IV).

11 S. Filipe, um dos 7 diáconos, apóstolo [dos 70] (séc. 1) S. Teófanes, mon., hinógrafo,

metrop. de Nicéia († 845).

12 Ss. Probo, Táraco e Andrônico, mártires († 304).

13 Ss. Carpo, bispo, Pápilo, diácono e Agatonica, mártires († c.250) Esl.: Ícone da Mãe de

Deus Ivérskaja

14 Ss. Nazário, Gervásio, Protásio e Celso, mártires († c. 66) S. Cosme, bispo de Maiúma

(† 760).

15 S. Luciano, hieromártir († 312).

16 S. Longino Centurião, mártir (séc. I).

17 S. Oséias, profeta (séc. VIII a.C). S. André de Creta, mártir († 767).

18 S. Lucas, apóstolo [dos 70] e evangelista (séc. I).

19 S. Joel, profeta (séc. VI a.C). Esl.: S. João de Rila, anacoreta búlgaro († 946) S. Varo,

mártir († 307).

20 S. Artêmio, megalomártir

21 S. Hilarião, o Grande, mon. († 371).

22 S. Abércio, bispo de Hierápolis († c. 170) Ss. Sete crianças de Éfeso, mártires († c. 250).

Esl.: ícone da Mãe de Deus de Kazan

23 S. Tiago, "irmão" do Senhor, bispo de Jerusalém, apóstolo [dos 70], mártir († 62).

24 Ss. Aretas e cc., mártires († 523).

25 Ss. Marciano e Martírio, mártires († 358).

26 S. Demétrio, megalomártir, († c. 306) Memória do grande terremoto em Constantinopla

(740) 27 S. Nestor, mártir († 306).

28 Ss. Terêncio e Neonilo, mártires

S. Estêvão Sabaíta, mon. e poeta (séc. IX).

29 S. Anastásia, mon. e mártir († séc. IV?).

S. Abraão, eremita (séc. VI) Esl.: S. Abraão de Rostov, mártir (séc. XII).

30 Ss. Zenóbio e Zenóbia, mártires (início do séc. IV).

31 Ss. Estáquio, Apeles, Ampliato, Urbano, Aristóbulo e Narciso, apóstolos [dos 70] S.

S. Estêvão Sabaíta, mon. e poeta (séc. IX).

Domingo após o 11 de outubro: os 350 Padres do VII Concílio Ecumênico

A importância dos primeiros sete concílios ecumênicos no Oriente bizantino se reflete, ou melhor, acha confirmação na liturgia, em que, por bem três vezes no decorrer do ano e sempre em dia de domingo, se celebram "os Padres teóforos, mística voz do Espírito, que fizeram ecoar no meio da Igreja a divina harmonia, proclamando a única essência da divina Trindade," conforme reza uma oração repetida nas três festas. Cada uma delas, porém, possui uma motivação específica, indicada também no título que precede a parte própria. No sétimo domingo depois da Páscoa comemoram-se "os 318 Padres do I Concílio Ecumênico de Nicéia."

Os textos próprios do Oficio se acham no livro litúrgico dito Pentikostárion ao passo que para as outras duas festas se encontram nos Minéa (de "mês") de julho e de outubro. A data pode variar ligeiramente a cada ano e a festa deve coincidir com um domingo, mas sempre entre o 13 e 19 de julho para o Oficio dos Padres dos primeiros seis concílios ecumênicos, e entre o 11 e 17 de outubro para o domingo em que se celebram "os 350 Padres do VII Concílio Ecumênico realizado em Nicéia no ano 787 contra os iconoclastas." Sobre essa última festa iremos nos deter um pouco a fim de apreciar alguns textos litúrgicos.

Essas três comemorações bizantinas dos concílios ecumênicos não encontram correspondentes na liturgia latina. É bonito constatar como eventos importantíssimos para a nossa fé, embora distantes no tempo, sejam atualizados na oração dos irmãos ortodoxos ou católicos de rito bizantino; oração que sempre começa pelo louvor e agradecimento a Deus. O tropário principal, comum às três festas, é o seguinte:

Tropário (8º tom).

"Infinitamente glorioso és tu, Cristo nosso Deus, pois estabeleceste nossos Padres como astros sobre a terra. Por meio deles, nos conduziste à verdadeira fé: Muito-Misericordioso, glória a ti!"

A começar pelas Vésperas, evidencia-se o misterioso significado do número sete que aparece com freqüência nas Escrituras; aliás os padres reunidos em Nicéia em 787 "o tornaram mais santo como regra de fé," obedecendo à ordem de Deus, que "após ter criado o universo em seis dias abençoou o sétimo dia." Continuando a apreciação dos textos litúrgicos, encontramos ainda:

"Concede, Senhor, a mim que desejo cantar o sétimo Concílio, os sete dons do Paráclito..." "Tal como as sete trombetas que no sétimo dia fizeram ruir os muros em Jericó, assim os concílios em número de sete precipitaram nas trevas do inferno os ímpios que se levantaram contra Deus no momento da sétima Reunião das harmoniosas trombetas do Espírito."

Numa Ode do Cânon é também lembrado que a fornalha em que foram jogados os jovens, por ordem de Nabucodonosor, "tinha sido aquecida sete vezes mais que o costume."

O VII Concílio de Nicéia tinha sido convocado contra os iconoclastas para reafirmar o valor do justo culto das imagens. Várias vezes, nos textos do Ofício, é evidenciado isso, enquanto se repete que o ícone é possível, pois Deus se encarnou de verdade.

"Tal como os Padres justamente nos ensinaram, nós reconhecemos que o seio da Virgem deu nascimento, sem dores, à carne do Incorpóreo; e piamente nos prosternamos perante ele, representado na imagem que reproduz o seu semblante e, reverentes, a abraçamos."

Assim reza uma prece mariana:

"Sejam rechaçados os ímpios que não veneram o sacro ícone da Mãe de Deus e que vão para o fogo eterno os que não reconhecem que ela deu à luz a Cristo, ao mesmo tempo Deus e homem."

O kontákion resume bem as conclusões do VII Concílio:

"O Filho que, irradiante, surgiu do Pai, em duas naturezas nasceu de uma mulher de forma inefável. Tendo-o visto, nós não podemos renegar a marca de seus traços, mas a reproduzimos para venerá-la fielmente. Por isso a Igreja, conservando a verdadeira fé, beija o ícone do Cristo que se encarnou."

A lembrança dos Padres Conciliares é sentida bem de perto. Na Ode nona do Cânon se diz:

"Merecestes grandes honras aqui na terra, vós que venerastes com amor a imagem de Cristo. Agora que deixastes a sombra e o véu da carne, gozais de grandes honras e o vedes face a face."

Reforça-se a idéia de que foram eles "que se prostraram com amor perante o ícone" de Jesus Cristo, da Theotókos, dos santos.

Nas Vésperas das grandes comemorações litúrgicas, intercalam-se três leituras bíblicas do Antigo Testamento. Para o domingo dos Santos Padres do VII Concílio Ecumênico foram escolhidas leituras do Gênesis (14:14-20) e Deuteronômio (1:8-11, 15-17; e 10:14-21). Aí destacam-se as figuras de Abraão e Moisés, pois eles também são nossos pais na fé aos quais, idealmente, se ligam aqueles dos concílios ecumênicos.

Justamente aos Padres reunidos em Nicéia em 787 é dirigida a súplica que segue, extraída do "Exapostilário":

"Ó Padres de celeste sabedoria, que vos reunistes no sétimo Concílio ecumênico, apresentai à Santíssima Trindade uma ardente oração, a fim de que os fiéis, que celebram a vossa sagrada festa, fiquem isentos de qualquer heresia e juízo eterno e consigam alcançar o reino celestial."

Outro hino extraído do Exapostilário diz:

"Senhor de suprema bondade, por intercessão da tua Mãe e dos Padres que os sete santos concílios reuniram, reforça em nós a verdadeira fé e torna-nos participantes do Reino eterno quando virás para julgar a criação inteira."

18 de outubro: São Lucas, apóstolo e evangelista, Kontákion:

"Discípulo do Verbo Divino te tornaste; junto com o apóstolo Paulo iluminaste a terra inteira e, ao escrever o evangelho, dissipaste as trevas."

 

O kontákion acima canta o evangelista São Lucas, resumindo seus dados biográficos essenciais. Em concomitância com a romana, a igreja bizantina também celebra essa festa dia 18 de outubro. Seguindo o amplo desenvolver-se do Ofício do dia, o Minéon - o "próprio" das Vésperas e das Matinas - diz muitas outras coisas a respeito de São Lucas, embora expressas em forma de oração.

"Glorioso apóstolo, como podemos chamar-te? Tesouro seguro das graças dos céus, médico solícito na cura das almas e dos corpos; colaborador e companheiro de viagem de Paulo; redator dos Atos dos Apóstolos, São Lucas: tantos nomes para outras tantas qualidades; intercede para a salvação das nossas almas."

Ainda nas Vésperas, os textos dirigem-se a ele qual "sólido fundamento da fé," Iuminar da suprema luz," "não só companheiro, mas também imitador do Vaso de eleição." Outra prece das Vésperas diz:

"Admirável Lucas, jóia dos Antioquenos, intercede perante o Salvador nosso Deus, to suplicamos, pelos fiéis que celebram tua sagrada memória."

A alusão aos "Antioquenos" revela-nos o lugar de procedência de São Lucas. Era um sírio, inicialmente pagão, no qual o anúncio evangélico penetrou em profundidade. Não somente foi o cantor da bondade divina - para lembrar uma expressão de Dante, mas foi também apóstolo incansável que acompanhou Paulo na sua segunda viagem missionária, até Roma. Permaneceu-lhe fiel durante o tempo em que Paulo foi prisioneiro e deu continuidade à sua obra para que fosse conhecida a universalidade da mensagem da salvação que Jesus Cristo tinha confiado aos seus discípulos. Diz-se que pregou o evangelho na Galácia, no Egito e na Tebaida. Morreu na Bitínia aos 84 anos de idade. Esses são dados tradicionais que nem todos aceitam, bem como a identificação do evangelista com o homônimo companheiro de Cléofas, no caminho de Emaús.

A liturgia bizantina várias vezes repete que o evangelista Lucas viveu a experiência do encontro com o Ressuscitado no caminho de Emaús, embora o tenha reconhecido somente ao partir o pão. Também a liturgia repete que Lucas conhecia a arte de curar:

"Bem-aventurado Lucas, repleto da sabedoria de Deus, aprendeste a medicina das almas além da dos corpos; numa e na outra foste excelente, pelo que, curando as almas e os corpos os elevas ao amor como sobre asas; cada dia os elevas para o céu e intercedes por aqueles que te exaltam" (das Laudes).

Outro dado da tradição, apreciado pelos artistas de todos os tempos, e pelo qual São Lucas se tornou o padroeiro deles, nós o depreendemos de uma oração do ofício matinal bizantino:

"São Lucas, apóstolo bem-aventurado de Cristo, iniciado nos inefáveis mistérios, bem como doutor dos gentios, com o divino Paulo e a pura Mãe de Deus, da qual pintaste com amor o santo ícone, intercede por nós que veneramos e confessamos a tua santa dormição."

Todos concordam em ser agradecidos a São Lucas pelos muitos retratos da Virgem que nos deixou, especialmente nos primeiros capítulos do seu evangelho. Qual imenso patrimônio artístico está ligado às cenas lucanas da anunciação, da visitação, do nascimento de Jesus com a adoração dos pastores, e da circuncisão! Mas a tradição bizantina nos transmite também que São Lucas chegou a pintar as feições humanas da Mãe de Deus e atribui-se ao seu pincel o famoso ícone da Virgem Odighítria de Constantinopla e outros ícones que mais tarde chegaram até a Itália.

"A graça do Paráclito, do qual foste morada, difundiu-se copiosamente em teus lábios e fez de ti (ó São Lucas) um pregador da paz para os fiéis que elevam hinos: Glória à tua potência, Senhor" (do Cânon). "Vinde todos, aclamemos o apóstolo Lucas como nosso guia na fé: destruindo a mentira dos falsos deuses, conduziu-nos para a luz e para a vida e nos ensinou a glorificar a Trindade; venerando a sua memória, celebramos fielmente o Senhor" (katisma). Lucas é chamado "Servidor da encarnação do Verbo" e por seus escritos "nós chegamos a conhecer a certeza das palavras divinamente inspiradas" cujas narrativas são "como as haviam transmitido os que foram testemunhas oculares."

Concluiremos com um hino das Vésperas:

"Alegra-te tu, o único que nos descreveu a saudação angélica, a jubilosa anunciação da Virgem imaculada, o concebimento do Batista que desde o ventre maternal a chama de Genitora do Senhor; o nascimento do Verbo, as tentações, os milagres, os discursos, os sofrimentos, a morte na cruz, a ressurreição da qual tu foste testemunha, a ascensão e a descida do Espírito, os atos dos apóstolos e mormente de Paulo do qual foste companheiro em suas viagens; tu, o Apóstolo-médico e o luminar da Igreja, guarda-a sem cessar."

Novembro

1 Ss. Cosme e Damião, taumaturgos, anárgiros e mártires (início do séc. IV).

2 Ss. Acindino e cc., mártires († c. 350).

3 Ss. Acépsimas, Aítalas e José, mártires († 378).

4 S. Joanício, o Grande, mon. de Olimpo (†846) Ss. Nicandro bispo e Hermas, mártires (†

séc. 11).

5 Ss. Galacião e sua mulher Epísteme, mártires (início do séc. IV).

6 S. Paulo, bispo de Constantinopla († 351).

7 Ss. 33 Mártires de Melitina (início do séc. IV) S. Lázaro, mon. e taumaturgo († 1054).

8 Ss. Arquistrategos Miguel e Gabriel, arcanjos e todos os incorpôreos celestes

9 Ss. Onesíforo e Porfirio, mártires († ?) S. Matrona, mon. (séc. V).

10 Ss. Olímpio, Herodião, Sosípatro, Tércio, Erasto e Quarto, apóstolos [dos 70] (séc. I) S.

Orestes, mártir

11 Ss. Mena e cc., mártires (séc. I-II) S. Teodoro Estudita, mon. († 826) S. Bartolomeu de

Rossárto, mon. (it.-gr. † 1065 em Grottaferrata).

12 S. João Esmoler, arcebispo de Alexandria († 619) S. Nilo do Sinai, mon. († 430).

13 S. João Crisóstomo, arcebispo de Constantinopla († 407).

14 S. Filipe, apóstolo (séc. I).

15 Ss. Gorias (Esl.: Gurij), Samonas e Habib, mártires (início do séc. IV) Começa o jejum

em preparação ao Natal

16 S. Mateus, apóstolo e evangelista (séc. I).

17 S. Gregório Taumaturgo, bispo de Neo-Cesaréia († c. 275).

18 Ss. Platão e Romão, mártires († 305).

19 S. Abdias, profeta (séc. IV a.C). S. Barlaão, mártir (?).

20 Pré-festa do 21 de novembro S. Gregório Decapolita, mon. († 842) S. Proclo, arcebispo

de Constantinopla († 446).

21 Entrada no Templo da Santíssima Mãe de Deus

22 Ss. Filêrnon, apóstolo [dos 70], Afia, sua mulher e Arquipo, seu filho (séc. I) S. Cecília

e cc., mártires (séc.III?) S. Clemente de Ocrida, bispo da Macedônia († 916).

23 S. Anfilóquio, bispo de Icônio († 395).

24 Ss. Clemente, papa de Roma († 100) e Pedro, bispo de Alexandria († 312), hieromártires

25 Conclusão da festa do 21 de novembro Ss. Catarina de Alexandria (início do séc. IV) e

Mercúrio († c. 250) megalomártires

26 S. Alípio Estilita, mon. († c. 630) S. Nícon Metanoita, mon. († C. séc. X) Esl.: S.

Inocêncio de Irkutsk († 1731).

27 S. Tiago, o Persa, mártir († 764) Esl.: Ícone da "Mãe de Deus do Sinal"

28 S. Estêvão, o Moço, mon. († 764) Ss. Irenarco e cc., mártires (início do séc. IV).

29 Ss. Paramão († c.250) e Filomeno († c. 272), mártires

30 S. André, Apóstolo "primeiro chamado" (séc. I).

25 de novembro (Esl.: 24 de nov.): Santa Catarina de Alexandria

São poucos os calendários católicos que mantiveram no dia 25 de novembro o nome de Santa Catarina de Alexandria, cuja memória na missa desapareceu após a reforma litúrgica. Foi uma decisão que suscitou algumas reações dolorosas no Oriente bizantino, onde a virgem de Alexandria do Egito, que ofereceu sua própria vida pela fé no ano 305, permanece muito venerada e partilha com poucos o título de "megalomártir" (= grande mártir). O Tropário principal assim reza:

"Tua cordeira, ó Jesus, te invoca em voz alta: 'Meu esposo, és tu que eu desejo! Ansiando por ti eu combato, contigo sou crucificada e pelo teu batismo sou imolada. Por ti eu sofro a fim de reinar contigo. Por ti eu morro a fim de viver em ti. Acolhe, pois, como vítima sem mancha, aquela que por amor de ti se sacrifica.' Por sua intercessão, ó Misericordioso, salva nossas almas."

Existe, porém, também um tropário conclusivo próprio, especialmente nos livros eslavos, em que são resumidos alguns dados da vida da santa. Na tradição grega prevalece este tropário:

"Cantamos a ilustre esposa de Cristo, Santa Catarina, protetora do Sinai, aquela que por nós é abrigo e socorro; com efeito pela espada do Espírito fez calar brilhantemente os sofismas dos ímpios e agora, mártir coroada, implora por nós a graça da salvação."

O calendário bizantino grego celebra Santa Catarina em 25 de novembro, enquanto o calendário eslavo a festeja no dia anterior, 24 de novembro, provavelmente para dar mais ênfase à conclusão da festa da Apresentação de Maria Santíssima ao Templo, que é no dia 25 de novembro. As fontes literárias que documentam a vida e o culto da santa são relativamente tardias: parte-se de uma Passío redigida em grego e que remonta, segundo Viteau, ao século VI; ali não se encontra nenhuma referência ao Sinai. Ao invés, a lenda sugere que os anjos tenham trasladado, logo depois do martírio da santa, seus restos mortais para um sepulcro no monte onde Moisés tinha recebido as tábuas da lei e onde atualmente se situa o famoso mosteiro de Santa Catarina, erguido no tempo do imperador Justiniano. Talvez para preservá-las dos invasores árabes é que alguns séculos depois da morte, algumas importantes relíquias da santa foram levadas para o mosteiro do Sinai: com efeito a primitiva denominação do mosteiro era outra e o esquife da mártir não se encontra debaixo do altar-mor e no meio da igreja, mas no coro, à direita.

Santa Catarina nasceu em Alexandria do Egito, foi virgem ilustre não somente por nobreza de nascimento, beleza, riqueza, mas também por um grau de ciência incomum. Ela, porém, priorizou a prática da virtude e da virgindade, fiel a Cristo, amado como verdadeiro esposo. Soube por isso resistir à blandícia e à brutalidade do imperador Maximino (ou Maxêncio) que, tendo ido a Alexandria, exigia que também a santa oferecesse sacrifícios aos deuses.

Narra-se que apenas com dezoito anos ela animava os cristãos e assim falou ao imperador:

"Por que queres perder esta multidão com o culto aos deuses? Aprende a conhecer a Deus, Criador do mundo e ao seu único filho, Jesus Cristo, que com a cruz livrou a humanidade do inferno!"

O imperador convocou retóricos e filósofos para fazer mudar as idéias da jovem, mas aconteceu o contrário: os filósofos foram condenados, queimados vivos nas fogueiras, por ter-se convertido ao cristianismo. Encerrada numa prisão, foi nutrida milagrosamente por uma pomba e foi visitada por Jesus e pelos anjos.

O imperador ordenou que fosse torturada com as rodas pontiagudas, mas um anjo não somente preservou a virgem do suplício, como despedaçou a roda cujos pedaços esmagaram alguns pagãos. Enfim a grande mártir Catarina encontrou a morte por degolação.

Não é de admirar que Santa Catarina tenha sido por séculos venerada e retratada: existiam, em sua vida, todos os elementos aptos a impressionar a fantasia e favorecer a proliferação de lendas. Mais tardiamente se acrescentou o episódio das místicas núpcias entre Jesus e Catarina, tão querido pelos artistas.

Para concluir, voltemos à liturgia bizantina que num hino das Vésperas assim nos convida:

"Amigos mártires, corramos com alegria à festa de Catarina, a sapiente em Deus; coroemo-la com flores e com nossos elogios, dizendo-lhe: Alegra-te tu, que refutaste a impudente loqüela dos retóricos e os conduziste da ignorância à fé divina. Alegra-te tu que por amor do Criador expuseste o teu corpo a inúmeros tormentos e resististe como uma bigorna sem deixar-se quebrantar. Alegra-te tu que com teus sofrimentos mereceste as celestes moradas, para ali gozar a eterna glória, objeto das nossas aspirações. Possa a esperança dos teus cantores não ficar desiludida!"

30 de novembro: Santo André, Apóstolo "primeiro-chamado."

A presença de uma delegação católica junto ao Patriarca de Constantinopla por ocasião da festa de Santo André, bem como a presença de uma delegação ortodoxa em Roma por ocasião da festa dos santos Pedro e Paulo (29 de junho), encontros que já se realizam há vários anos, têm reavivado o conhecimento entre os fiéis católicos e bizantinos que no dia 30 de novembro ambos celebram com alegria a festa do apóstolo André, chamado habitualmente no Oriente de Protóclito, isto é, "primeiro-chamado." A expressão se encontra inclusive no tropárío principal da festa:

Tropário (4º tom).

"Ó glorioso André, tu por primeiro foste chamado entre os Apóstolos: como irmão de Pedro, o Corifeu, implora ao Senhor a paz para o mundo e para as nossas almas a sua grande misericórdia."

A expressão é repetida também no kontákion em que se acrescenta uma referência a Jo 1,41:

Kontákion

"Eia, veneremos o apóstolo André cuja fortaleza de ânimo é grande; ele é irmão de Pedro e por primeiro foi chamado pelo Salvador. Ele hoje nos repete quanto um dia falou a Pedro: Vinde, nós encontramos o Desejado entre as nações."

Através dos extensos textos das Vésperas e das Matinas do Ofício próprio de 30 de novembro, a tradição bizantina nos traz à memória os dados evangélicos do "santo e ilustre apóstolo André, o Protóclíto." Nas Laudes encontramos este texto:

"Alegra-te, Betsaida, pois em ti floresceram, como de um místico jardim, Pedro e André, os dois lírios, cujo suave perfume difundiu-se no mundo inteiro pela pregação da fé e pela ajuda da graça de Cristo, à qual estiveram unidos também na paixão."

Lembra-se nas Vésperas que André fora discípulo de João Batista.

"Tu que havias escutado a voz do Precursor, quando o Verbo santíssimo se encarnou para dar-nos o dom da vida e para trazer na terra a boa nova da salvação, tendo-o seguido, a ele te consagraste como primícia santa e primeiro dos seus frutos; tendo-o reconhecido, revelaste ao teu irmão o nosso Deus: suplica-lhe que salve e ilumine as nossas almas."

Ainda nos textos das Vésperas, acena-se à passagem de André da condição de pescador à de evangelizador:

"Tendo deixado de pescar peixes, pescaste os homens com o caniço da pregação e o anzol da fé, ilustre Apóstolo que repescaste do abismo do erro o conjunto das nações. Tu, ó André, irmão do Corifeu, cuja voz ressoa para instruir o mundo inteiro, não deixes de interceder por nós, que fielmente celebramos com coração aberto a tua sagrada memória."

A presença do apóstolo André no evento de Pentecostes e a sua missão evangelizadora são lembrados por dois hinos do Cânon:

"Tendo recebido a força do Espírito sob forma de línguas de fogo, tu te tornaste homem inspirado por Deus, familiar dos celestes resplendores para depois revelar-nos inefáveis ensinamentos." "Apóstolo de Cristo, tendo aspirado o fogo do Espírito santíssimo, em línguas novas nunca por ti faladas, recebeste a ordem de anunciar as maravilhas de Deus até os confins do mundo."

Os textos litúrgicos não explicitam a quais terras André levou a luz de Cristo, mas uma antiga tradição diz que evangelizou o Ponto, a Trácia, a Scytia e a Acaia.

É um dado histórico exato que no ano 357 o imperador Constâncio fez transferir o corpo de Santo André para Constantinopla. A presença das relíquias de um dos Doze Apóstolos teria aumentado o prestígio da capital do Império do Oriente. A cabeça foi devolvida à Igreja de Patras (Grécia), na qual o santo apóstolo tinha sido bispo e onde, em seguida, em idade avançada, tinha sofrido o martírio num longínquo 30 de novembro, pregado numa cruz decussada que dele tomou o nome de cruz de Santo André. Esse fato é recordado também num hino litúrgico das Laudes:

"Ó sábio André, divino protetor, conservador e libertador de todo mal, a cidade de Patras, que te possui como pastor, te dá graças e te venera. Intercede sem cessar para que seja salva."

Também a morte na cruz é lembrada no Oficio divino:

"Com a mesma paixão do Senhor foste glorificado, santo e sábio André. Na cruz encontraste, de fato, o teu fim em Deus e estás em comunhão com ele. Nós te pedimos, pois, que intercedas por nós" (do Cânon).

Nas Vésperas se fazem três leituras bíblicas, extraídas dos primeiros quatro capítulos da carta de Pedro, e a influência de André sobre seu irmão é lembrada também num hino, ainda das Vésperas, cujo texto transcrevemos:

"Tendo visto caminhar sobre a terra o Deus que amavas, tu, "primeiro-chamado" entre as testemunhas oculares, cheio de júbilo gritaste a teu irmão: Simão, encontramos aquele que nós amamos; em seguida dirigiste ao Salvador as palavras de Davi: como a corça ansiando por águas correntes, assim minha alma está ansiando por ti, ó Cristo, nosso Deus! E, tendo-o amado sempre mais, o alcançaste sobre a cruz, como verdadeiro discípulo imitando a sua paixão; consorte com ele na glória, suplica-lhe com fervor por nossas almas."

Nos últimos anos, tornou-se popular o ícone que representa o abraço dos dois irmãos Pedro e André. O patriarca de Constantinopla, Atenágoras, deu-o de presente ao papa Paulo VI quando em Jerusalém trocaram o ósculo da reconciliação sobre o Monte das Oliveiras, na Epifania de 1964. O ícone tomou-se de certa maneira o símbolo do caminho para a unidade dos fiéis das duas 1grejas irmãs," do Oriente e do Ocidente que, juntas, honram cada ano, em 30 de novembro, o apóstolo Santo André.

"Honremos com hinos - diz ainda a liturgia bizantina - o 'Primeiro-chamado,' o irmão de Pedro, o discípulo de Cristo, pescador de peixes e de homens, o apóstolo André que a todos fez conhecer os ensinamentos de Jesus. Assim como se joga uma isca aos peixes, ele ofereceu o seu corpo aos ímpios e prendeu-os em suas redes. Por suas preces, ó Cristo, nosso Deus, concede ao teu povo a paz e a graça da salvação."

Dezembro

1 S. Naum, profeta (séc. VII a.C.).

2 S. Habacuc, profeta (séc. VII a.C).

3 S. Sofonias, profeta (séc. VII a.C).

4 S. Bárbara, megalomártir († 306) S. João Damasceno, mon. († 749).

5 S. Sabas, o Santificado, mon. († 532).

6 S. Nicolau, arcebispo de Mira († séc. IV).

7 S. Ambrósio, bispo de Milão († 397).

8 S. Patápio, mon. (séc. VII).

9 Concepção de S. Ana, mãe da Theotókos

10 Ss. Mena, Hermógenes e Éugrafo, mártires († c. 313).

11 S. Daniel Estilita, mon. († 493).

12 S. Espiridião, bispo em Chipre, taumaturgo († c. 348).

13 Ss. Eustrácio, Auxêncio, Eugênio, Mardário e Orestes, mártires († início do séc. IV) S.

Luzia, virgem e mártir (séc. IV).

14 Ss. Tirso, Léucio, Calinico, Apolônio e Filêmon, mártires († séc. III).

15 S. Eleutério, hieromártir († c. 130).

16 S. Ageu, profeta († 516 a.C). S. Marino, mártir (séc. III).

17 Ss. Daniel, profeta e os três jovens: Ananias, Azarias e Misael († séc. a.C. VI).

18 Ss. Sebastião e cc., mártires († fim do séc. II).

19 S. Bonifácio, mártir (séc. IV).

20 Pré-festa do Natal de N.S. Jesus Cristo

S. Inácio Teóforo, bispo de Antioquia, hieromártir († 107).

21 S. Juliana de Nicomédia, mártir (início do séc. IV).

22 S. Anastásia, megalomártir (fim do séc. III).

23 Ss. Dez Mártires de Creta († c. 250).

24 Paranionia do Natal S. Eugênia, mártir (fim do séc. III).

25 Nascimento segundo a carne do Nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo

26 Sinaxe da Santíssima Mãe de Deus (Domingo depois do Natal: S. José, o justo, esposo

de Maria; S. Rei Davi e S. Tiago, "irmão" do Senhor).

27 S. Estêvão, arquidiácono, protomártir († 37).

S. Teodoro, o Grapto, mon. († 844).

28 Ss. Mártires de Nicomédia († 303).

29 Ss. Mártires Inocentes S. Marcelo, o Acemeta, mon. († 470).

30 S. Anísia de Tessalônica, mon. e mártir (início do séc. IV).

S. Zótico, "pai dos orfãos" (séc. IV).

31 Conclusão dafesta do Natal

S. Melânia, romana (†410).

7 de dezembro: Santo Ambrósio, bispo de Milão.

O dia 7 de dezembro é o aniversário da sagração episcopal de Santo Ambrósio, ocorrida no ano 374. Nesse dia ele deu início à sua atividade benéfica como pastor da Igreja de Milão, que se estendeu por 23 anos. A tradição romana e constantinopolitana celebram a memória do santo bispo nesse dia.

O Ofício bizantino, no próprio do santo, começa relembrando nas Vésperas a passagem rápida da administração civil à eclesiástica do nobre romano nascido em Trévires (em 333 para alguns, em 339 para outros):

"Tu, que com tuas virtudes ornavas a cadeira de governador, recebeste justamente, por divina inspiração, a cadeira episcopal; sobre esta e aquela foste fiel dispensador da graça de Deus e por isso, ó santo Ambrósio, recebeste a dúplice coroa."

Em outro tropário vespertino é logo lembrado, também, o comportamento corajoso do bispo de Milão em relação ao imperador Teodósio, que se manchara de crueldades:

"Como Natã fez com Davi, bem-aventurado Ambrósio, certa vez repreendeste com veemência ao imperador dos cristãos o seu pecado contra Deus; publicamente o excluíste da comunhão e, em seguida, tendo-o submetido à penitência e tendo-se corrigido, o readmitiste entre tuas ovelhas."

São três os imperadores com os quais o Metropolita de Milão manteve relações e inúmeros os contatos com os bispos das regiões vizinhas e mesmo longínquas.

Mais um texto das Vésperas que evidencia a importante contribuição teológica que o santo deu sobre o mistério da encarnação:

"Participando do Concílio dos Padres teóforos, pregaste o Filho único em duas naturezas, nascido por nós da Virgem desconhecedora de núpcias, consubstancial ao Pai, do qual compartilha a natureza, a eternidade e, pela força do Espírito, refutaste a ímpia loquacidade de Ario. Pede a Cristo que conceda à Igreja a concórdia, a paz e a graça da salvação."

O tropárío conclusivo é o comum aos outros bispos:

"A sinceridade das tuas obras, ó pai e pontífice Ambrósio, te tornou, perante o teu rebanho, regra de fé, modelo de doçura, mestre de temperança. Por isso, pela tua humildade, obtiveste a exaltação, e por tua pobreza, a riqueza. Roga ao Cristo Deus que salve as nossas almas."

O kontákion, nas duas versões (grega, 3º tom e eslava, 4º tom), realça os traços característicos da obra de Ambrósio. Apresentamos aqui a versão eslava:

"Ó santo pontífice Ambrósio, iniciador dos sagrados mistérios, ensinando os divinos dogmas desmascaraste o engano de Ario; operador de milagres, pela força do Espírito curaste as diversas paixões. Pastor santo, roga ao Cristo Deus que salve as nossas almas."

Dos santos ocidentais, Ambrósio é um dos mais conhecidos no Oriente. No livro que contém a breve biografia dos santos de cada dia, comemorados pela liturgia, a Santo Ambrósio é reservada uma página e meia. Há muitos que pensam que a nobre família, da qual nasceu o santo, fosse de origem grega. Nas muitas obras que o bispo milanês deixou escritas, os teólogos do Oriente - Atanásio, Orígenes, Fílon, Dídimo Alexandrino e também Basílio - estão bem presentes.

Para o dia 7 de dezembro aparecem nos Minéa dois cânones, no Ofício matinal, em honra de Santo Ambrósio em que são lembradas suas excelsas qualidades. Insiste-se muito sobre a luta contra o arianismo por parte de Santo Ambrósio, o qual é também lembrado como "modelo para os bispos," "curador de tantos males," "língua sábia que proclama palavras de verdade," "melodiosa cítara do divino Paráclito," e poder-se-ia continuar ainda. A última atribuição de "ter cantado por nós todos" nos faz pensar nos hinos sagrados que o santo bispo compôs. O hino conhecido no Ocidente como Te Deum laudamus está sempre incluído nos livros bizantinos de orações e de cantos. No Oriente bizantino, o hino é chamado simplesmente de Híno de Santo Ambrósío.

Na manhã de 4 de abril de 397, um sábado santo, a morte colheu Santo Ambrósio, logo depois de ter recebido a eucaristia. A perda do insigne pastor e mestre sensibilizou também o Oriente. Ainda hoje os ortodoxos, ao passar por Milão, visitam a. basílica ambrosiana e gostam de rezar na frente do corpo do santo, exposto à veneração dos fiéis ao lado dos corpos dos mártires Gervásio e Protásio, por ele reencontrados.

Verdadeiramente "a riqueza dos teus ensinamentos, ó ilustre Pontífice, e a tua vida resplandecente de divina beldade encantam os nossos corações como incenso de suave perfume" (Texto extraído de um Cânon do dia 7 de dezembro).

27 de dezembro: Santo Estêvão, protomártir

Os calendários eclesiásticos bizantinos mais detalhados (por exemplo, o editado pelo Patriarcado de Moscou), o protomártir Estêvão é lembrado quatro vezes no ano. O 27 de dezembro, porém, é a comemoração principal, próxima à da Igreja romana, do dia 26. Os motivos dessa data são os mesmos: o de aproximar ao Salvador recém-nascido aquele que por primeiro confessou a sua divindade até o derramamento do sangue. A tradição constantinopolitana costuma homenagear, depois de uma festa importante, as pessoas que participaram do evento. Depois do Natal de N.S. Jesus Cristo, o Oriente bizantino só podia dedicar o dia 26 de dezembro à memória da Virgem Mãe de Deus. Logo em seguida - em 27 de dezembro -, faz-se memória do "santo apóstolo protomártir e arquidiácono Estêvão." O kontákion explica quanto se segue:

Kontákion (3º tom).

"Ontem o Senhor desceu no meio de nós em um corpo humano, e hoje o servo abandona o corpo; ontem o Rei nasceu segundo a carne e agora o seu servo é apedrejado até morrer por ele, o grande Estêvão, primeiro mártir."

No 4 de janeiro o nome de Estêvão está incluído entre os "70 Apóstolos" escolhidos por Jesus Cristo, dos quais naquele dia se faz a "Sinaxe."

Nos textos próprios das Vésperas, são relatados os nomes de todos eles; o de Estêvão está no primeiro tropário.

Ao dia 15 de setembro está ligado o incremento do culto a Santo Estêvão, porque no ano 415 foram achados os seus restos mortais em Kefar-GarnIá (Palestina) por parte do presbítero Luciano que informou da descoberta o bispo de Jerusalém, João; pouco depois aconteceu a solene trasladação das relíquias para a basílica do Sião. No 15 de setembro, os textos litúrgicos bizantinos, porém, não fazem nenhuma alusão ao protomártir Estêvão.

O dia 2 de agosto é a quarta data em que é lembrado o diácono descrito pelos Atos dos Apóstolos no capítulo 6. Nesse dia, em 428, conforme indicado em diversos livros eslavos, aconteceu a transferência das relíquias de Jerusalém para Constantinopla.

Nas duas festas bizantinas do "santo apóstolo protomártir e arquidiácono Estêvão" é repetido o mesmo tropário conclusivo. Ali se faz menção do significado do nome, em grego coroa:

Tropário (4º tom),

"Tua cabeça foi coroada com um diadema real, por causa do combate que travaste por Cristo Deus, ó protoatleta do exército dos mártires. Enfrentaste o furor dos judeus e viste o teu Salvador à direita do Pai. Roga-lhe sem cessar pelas nossas almas."

Sabemos que o autor do Cânon (parte importante do Ofício de matinas) do dia 2 de agosto é Teófanes, ao passo que o autor do Cânon do dia 27 de dezembro é composição de João, o Monge, isto é, de João Damasceno. Nos versos hinográficos se encontram mais informações biográficas sobre o santo, expressas em orações, como é costume na liturgia bizantina. Sabemos, por exemplo, que o seu discurso é um dos mais longos do Novo Testamento.

"Coma sua boca que anunciava Deus, o protomártir lançou uma tempestade de palavras aos acusadores, mas debaixo da tempestade de pedras que lhe lançaram recebeu a coroa dos vencedores." "Apóstolo de Cristo, primeiro entre os diáconos, vértice dos mártires, protagonista de combates mediante os quais santificaste o universo, teus milagres fazem resplandecer as almas dos mortais: Estêvão, salva de qualquer perigo a nós que veneramos tua ilustre memória."

Também a prática do perdão, que o mesmo Jesus pediu para seus algozes, é lembrada pelos textos litúrgicos:

"Ó Estêvão, bem-aventurada é a palavra por ti pronunciada: 'Cristo, Senhor meu dizias, não lhes imputes este pecado, mas como Deus e Criador recebe o meu espírito como um sacrifício de agradável perfume."

Os temas da recente festa do Natal, além de aparecer nas preces do pós-festa, são trazidas à baila pelos textos próprios do Ofício de Santo Estêvão:

"O nascimento do Salvador e a memória do protomártir formam para nós um coro: louvemos, pois, sem cessar ao Senhor e exaltemo-lo pelos séculos."

Ou então:

"Como estrela resplandecente, o protomártir Estêvão misturou, neste dia, a sua luz com a do nascimento de Cristo, iluminando os confins do universo. Do sinédrio venceu a impiedade; pelas palavras sábias desmascarou o engano e pela citação das Sagradas Escrituras testemunhou Jesus, nascido da Virgem, qual Filho de Deus e Deus ele mesmo. Confundiu a sacrílega malícia deles, o protomártir e grão diácono Estêvão."

Janeiro

1 Circuncisão de Nosso Senhor Jesus Cristo S. Basílio, o Grande, arcebispo de Cesaréia

na

Luzia, virgem e mártir (séc. IV).

2 Pré-festa da Teofania

S. Silvestre, papa de Roma († 335).

S. Silvestre de Troina (it.-gr. † 1164).

Esl.: S. Serafim de Saróv, mon. († 1833).

3 S. Malaquias, profeta (séc. V a.C).

4 Sinaxe dos 70 apóstolos S. Teoctisto de Cácamo, mon. (it.-gr. t c. 800).

5 Paramonia da Teofania Ss. Teopento e Teonas, mártires († fim do séc. III) S. Sinclética,

mon. († ?).

6 Santa Teofanía do Nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo; Batismo do Senhor

7 Sinaxe de S. João Batista, o Precursor

8 S. Jorge, o Cozebita († c. 613) S. Dômnica, virgem († c. 475).

9 S. Polieuto, mártir († c. 250).

10 S. Gregório de Nissa, bispo († c. 394) S. Marciano de Constantinopla, mon. († c. 472).

11 S. Teodósio Cenobiarca († c. 529).

12 S. Tatiana, mártir (séc. III).

13 Ss. Hermilo e Estratonico, mártires († c. 310).

14 Conclusão da Santa Teofanía Ss. Monges, mártires do Sinai († 305, 370,400).

15 S. Paulo de Tebe, eremita (c. séc. IV) S. João Calibita (séc. V).

16 Veneração das Cadeias de S. Pedro

17 S. Antão, o Grande, anacoreta († 356).

18 Ss. Atanásio e Cirilo, bispo de Alexandria (séc. IV e V).

19 S. Macário Egípcio, eremita († c. 390) S. Arsênio, bispo de Corfu († fim do séc. X).

20 S. Eutímio, o Grande, mon. († 473).

21 S. Máximo, o Confessor († 662).

22 S. Timóteo, apóstolo [dos 70] (fim do séc. I) S. Anastásio da Pérsia († 628).

23 Ss. Clemente, bispo de Ancira e Agatângelo, mártires († início do séc. IV).

24 S. Xénia, mon. († séc. V).

25 S. Gregório Nazianzeno, o Teólogo, arcebispo de Constantinopla († c. 389).

26 Ss. Xenofontes, mon. e cc., mártires († séc. VI).

27 Trasladação das relíquias de S. João Crisóstomo (438).

28 S. Efrém Sírio, mon. e diácono († 373).

29 Trasladação das relíquias de S. Inácio de Antioquia (c.440).

30 Ss. Três Hierarcas: Basílio, o Grande, Gregório, o Teólogo e João Crisóstomo.

S. Hipólito, mártir († séc. III).

31 Ss. Ciro e João, anárgiros († 312).

30 de janeiro: os santos Três Hierarcas: Basílio, o

Grande, Gregório, o Teólogo, e João Crisóstomo

Há quase nove séculos que os cristãos do Oriente, ortodoxos ou católicos de rito bizantino, no dia 30 de janeiro, celebram numa única festa os três santos bispos e doutores: Basílio, o Grande, Gregório, o Teólogo (ou Nazianzeno) e João Crisóstomo. A festa não tem uma correspondente no calendário romano, no qual, porém, são celebrados respectivamente em 2 de janeiro os santos Basílio e Gregório, e em 13 de setembro São João Crisóstomo. No calendário bizantino os três "hierarcas" possuem também uma festa em dias separados: São Basílio é comemorado no dia l' de janeiro, aniversário de sua morte (379) (juntamente à festa da Circuncisão de N.S. Jesus Cristo); São Gregório, o Teólogo, como é apelidado no Oriente o bispo de Nazianzo morto no ano 390, é comemorado em 25 de janeiro; e São João Crisóstomo em 13 de novembro e 25 de janeiro, dia em que foram trasladadas as suas relíquias de Cumana (onde morreu exilado em 407) para Constantinopla, na presença do Imperador do Oriente, em 438.

A festa conjunta dos três santos, no Oriente bizantino, remonta ao ano 1084. Naquele tempo, sob o imperador Aléxio Comneno, em Constantinopla e proximidades, surgiam discussões animadas sobre qual entre os três santos fosse o maior: de Basílio, louvavam-se sua inteligência excepcional e sua austeridade exemplar; de Gregório se louvava a sublime teologia expressa em estilo elegante; de Crisóstomo, enfim, louvava-se a excepcional eloqüência e a força convincente de seus discursos. Na incerteza e perplexidade para a resposta, pensou-se em recorrer ao santo e douto bispo João, metropolita dos Eucaitas. Este se pôs em oração e, a noite seguinte, teve a alegria de uma aparição dos três grandes Doutores da Igreja que lhe disseram:

"Fala àqueles cristãos de pôr fim a suas discussões e contendas. Perante Deus nenhum de nós três é maior do que os outros; entre nós não existem desacordo nem divisões. Aquilo em que um creu e ensinou, também os outros creram e ensinaram. Levanta-te, pois, e diga-lhes que fiquem na paz e na concórdia. E, para afirmar praticamente essa unidade da nossa fé, escolhe um dia em que se faça celebrar em nossa honra uma liturgia para agradecer a Deus pelas graças que concedeu a nós três e, por nosso meio, a toda a Igreja

Assim foi feito. O metropolita João escolheu o dia 30 de janeiro e ele mesmo compôs o Ofício para celebrar a nova solenidade em honra dos três santos Padres e Doutores universais.

A maior parte dos textos litúrgicos do dia lembram "os três grandes luminares" juntos, mas em algumas partes se evidenciam as qualidades específicas de cada um, nomeados individualmente. A importância da festa é ressaltada também porque, se a data cai num domingo de Pré-Quaresma ou em outro dia liturgicamente importante, a festa é transferida para outro dia da semana.

Poder-se-ia fazer uma litania elencando os numerosos atributos que elogiam os três santos: "Três astros que juntos brilham no universo," "anjos terrestres e homens celestes," "colunas e alicerces da Igreja," "sustentáculo dos fiéis e flagelo dos hereges," "rnédicos para as enfermidades espirituais e corporais," "pastores que nutriram com ensinamentos divinos," "instrumentos do Espíríto que anunciam a verdade," "oradores do Verbo," "trombetas sonoras da divina pregação," "campeões da Trindade," "baluartes da fé," "três verdadeiros Apóstolos após os Doze de Cristo," "rios por onde correm as águas vivas do Éden," "Doutores divinos e universais," "Padres teóforos," "tochas para o mundo e força vital para os pobres," "teólogos da palavra de ouro," "combatentes fortes e invencíveis," "exploradores da profundeza do Espírito..." e poder-se-ia continuar, porque o estro poético e a forte imaginação dos orientais são bem evidentes nesses textos litúrgicos.

Em alguns trechos se faz alusão às qualidades específicas de cada um dos três santos: Basílio "espírito eminente" possui um nome régio; Gregório é o "epônimo da teologia" e "quebrou as cadeias da heresia com a sabedoria da sua doutrina," João Crisóstomo "de nome bem escolhido..." "pregou incessantemente" e é "árvore de vida com frutos de imortalidade." 0 número "três" dos santos comemorados conjuntamente relembra com freqüência a Trindade dos quais foram eminentes servidores.

Do hino das Matinas respigamos:

"No prado das Sagradas Escrituras, como abelhas escolhestes as flores mais belas para alimentar os crentes com o mel dos vossos ensinamentos; possuidores de tal doçura, em júbilo cada um exclama: 'Também após a vossa morte, eis-vos de novo presentes entre os que celebram vossa memória, ó Bem-aventurados."

Fevereiro

1 Pré-festa do Encontro S. Trifão, mártir († 251).

2 Hypapantê = Encontro de Nosso Senhor Jesus Cristo (Apresentação ao Templo).

3 Sinaxe dos Ss. Simeão, o justo e Ana, profetisa (séc. I).

4 S. Isidoro de PeIúsio, mon. († c. 449).

5 S. Águeda de Catânia, mártir († 251).

6 S. Bucólio, bispo de Esmirna († 100?) S. Julião, mártir (séc. III).

7 S. Partênio, bispo de Lâmpasco (séc. IV) S. Lucas, eremita († 953).

8 S. Teodoro, chefe militar, megalomártir († 319) S. Zacarias, profeta (séc. VI a.C.).

9 Conclusão dafesta do Encontro S. Nicéforo, mártir († c. 257).

10 S. Caralampo, mártir († 202).

11 S. Brás, bispo de Sebaste, hieromártir († c. 316).

12 S. Melécio. Arcebispo de Antioquia († 381).

13 S. Martiniano, mon. († fim do séc. IV).

14 S. Auxêncio, eremita († 473) S. Marão, eremita († c. 423) Esl.: S. Cirilo, mestre dos

Eslavos († 869).

15 S. Onésimo, apóstolo [dos 70] (séc. I).

16 S. Pânfilo e cc., mártires (†309).

17 S. Teodoro Tiron, chefe militar, mártir († 319).

18 S. Leão, o Grande, papa de Roma († 461).

19 S. Arquipo, apóstolo [dos 70] († séc. I).

20 S. Leão, bispo de Catânia (séc. VIII).

21 S. Eustácio, bispo de Antioquia († c. 330).

S. Timóteo, mon. (séc. VII?).

22 Invenção das relíquias dos Ss. mártires de Constantinopla (séc. IV).

23 S. Policarpo, bispo de Esmirna, hieromártir († 155) S. João Terista (it.-gr. t séc. XI).

24 lª e 2ª invenção da cabeça de S. João Batista, o Precursor

25 S. Tarásio, arcebispo de Constantinopla († 806).

26 S. Porfirio, bispo de Gaza († 420).

27 S. Procópio Decapolita (séc. VIII).

28 S. Basílio, mon. (séc. VIII).

29 S. Cassiano, mon. († c. 435).

5 defevereiro: Santa Águeda de Catânia, virgem e mártir

Em 5 de fevereiro de 251, durante a perseguição anticristã do imperador Décio, Águeda, virgem siciliana, encerrou sua vida com o martírio testemunhando a Cristo. Os milagres realizados junto do seu túmulo, no subúrbio de Catânia chamado Hybla Maíor, deram grande notoriedade à santa, ainda hoje venerada por católicos e ortodoxos no dia 5 de fevereiro. Os bizantinos, no kontákion do Ofício do dia mais vezes repetido, assim rezam:

Kontákion (4º tom).

"A Igreja neste dia se orna com a gloriosa púrpura banhada no sangue da ilustre mártir Águeda aclamando-a: alegra-te, glória de Catânia."

Ressoa assim, nos vários países do Oriente bizantino, da Grécia à Rússia, da Romênia à Bulgária e aos demais países onde se encontram ortodoxos ou católicos de rito grego, o nome da cidade italiana que a venera como sua padroeira e que várias vezes experimentou a sua prodigiosa intercessão, especialmente por ocasião das erupções do vulcão Etna. Os Atos (Passio) da mártir, que remontam à segunda metade do século V, e que chegaram até nós em duas redações gregas e uma latina, nos informam que justamente no primeiro aniversário da morte de Águeda, quando a lava vulcânica ameaçava submergir a cidade, os mesmos pagãos correram até o túmulo da heroína cristã, tomaram o véu que cobria o corpo da santa e o usaram como escudo contra o flagelo, que logo cessou. Como tropário principal, a liturgia bizantina utiliza aquele do Comum das virgens-mártires:

Tropário (4º tom).

"Tua cordeira, ó Jesus, te invoca em voz alta: 'Meu esposo, és tu que eu desejo! Ansiando por ti eu combato, contigo sou crucificada e pelo teu batismo sou imolada. Por ti eu sofro, a fim de reinar contigo. Por ti eu morro a fim de viver em ti. Acolhe, pois, como vítima sem mancha, aquela que por amor de ti se sacrifica.' Por sua intercessão, ó Misericordioso, salva nossas almas."

A comemoração da santa, no dia 5 de fevereiro, cai num período litúrgico em que, para os bizantinos, se celebra o pós-festa de 2 de fevereiro, particularmente solene no Oriente. Por isso alguns textos do Ofício recordam a apresentação do Menino Jesus ao Templo. Assim mesmo, os textos próprios em honra da santa são extensos. Desde as Vésperas é lembrado que o nome Águeda em grego quer dizer boa e são mencionados detalhes sobre a sua vida e o seu martírio.

"Ilustre mártir, suportando a ablação de teus seios, as queimaduras com o fogo e as dilacerações do corpo, elevaste o olhar do teu coração para a eterna recompensa, para a bem-aventurança eterna e para a coroa imarcescível: aquela que agora o Cristo, para o qual sofreste, te concede; ó paciente lutadora."

O Cânon das matínas, obra de Teófanes, alterna elogios com súplicas: "Ó mártir, foste verdadeiramente digna do nome que levavas, e a inefável Providência de antemão havia previsto a tua bondade."

E mais adiante:

"Águeda, belíssima flor, glória radiosa dos divinos mártires, cura a minha alma do mal e fazendo com que possa resplandecer de beleza." "Águeda, ilustre mártir, és famosa pela bondade e pela beleza da tua alma e do teu corpo; com efeito uma e outra contribuíram para realizar em ti o bem e foram preservadas pela providência de Cristo."

É lembrado que a agueda é uma pedra preciosa e a mesma qualificação é dada à mártir, que viveu e morreu em Catânia, provavelmente também ali nasceu, embora mesmo os livros bizantinos indiquem Palermo como cidade do nascimento.

Os detalhes da sua vida, tidos como lendários no Ocidente, são, ao invés, acolhidos no Oriente, mesmo nas preces litúrgicas:

"Mostrando muita alegria, encheste de admiração o tirano pela tua graça, pela sabedoria dos teus discursos e pela paciência no meio dos suplícios porque, suportando as brasas ardentes sem queixas, assim exclamavas: És bendito, Deus dos nossos Pais." "Na prisão apareceu-te resplandecente Pedro, o discípulo de Cristo, que veio visitar-te e curar as horríveis chagas..."

E na prisão Águeda faleceu, conforme a tradição bizantina, mártir da sua fé em Cristo.

18 defevereiro: São Leão, o Grande, papa

Não são poucos os papas, bispos de Roma, comemorados pela liturgia bizantina; todos do primeiro milênio, evidentemente, pois as dolorosas excomunhões recíprocas de 1054 entre as Igrejas de Roma e Constantinopla provocaram uma divisão que somente de algumas décadas para cá está se procurando com empenho superar.

As comemorações, porém, são feitas, pelas duas Igrejas, em datas diferentes, às vezes próximas entre si, como acontece para o papa São Silvestre, celebrado no Ocidente em 31 de janeiro e no Oriente em 2 de janeiro, ou por São Martinho, o pontífice romano que foi condenado à morte pelo imperador exatamente em Constantinopla e que morreu de privações na Criméia em 656, no dia 13 de abril, data que o calendário geral romano manteve para a comemoração, ao passo que o Oriente bizantino o comemora no dia seguinte, 14 de abril. São Gregório Magno é celebrado pelos católicos latinos em 3 de setembro e pelos ortodoxos em 12 de março. O Oriente bizantino associa ao nome do papa Gregório a lembrança dos Diálogos escritos por ele, e também não poucos lhe atribuem a paternidade da liturgia bizantina dos Pré-santificados, celebrada com freqüência durante a Grande Quaresma.

São Leão Magno, sepultado na basílica de São Pedro, era celebrado conforme o calendário romano dia 11 de abril, data que foi transferida após a última reforma litúrgica para 10 de novembro. O calendário bizantino contempla essa festa no dia 18 de fevereiro, data que com freqüência cai durante a Quaresma, quando prevalece o Ofício do tempo sobre o do santo.

Os textos litúrgicos sublinham o ardente zelo que o santo tinha pela ortodoxia da fé e a firmeza irremovível ao enfrentar os hereges que solapavam a disciplina eclesiástica; os mesmos textos reconhecem-no como "herdeiro do trono supremo de Pedro, animado pelo seu mesmo espírito e zelo."

São também interessantes as informações biográficas do santo que os livros litúrgicos bizantinos fornecem ao apresentá-lo. Na edição eslava dos Minéa, editados pelo Patriarcado de Moscou em 1981, por exemplo, é lembrado que o "Pontífice Leão I, o Grande, papa de Roma," nasceu de uma piedosa família da Itália (evita-se assim a questão controvertida do nascimento ocorrido em Roma ou na Toscana); teve uma excelente formação intelectual e moral e escolheu o "serviço à Igreja tomando-se arquidiácono junto ao papa São Sisto III," ao qual teria sucedido em 440. Encontrava-se nas Gálias, enviado para uma missão pacificadora, quando foi eleito Sumo Pontífice após uma rápida e concorde decisão do clero e do povo romano. O seu pontificado estendeu-se até 461, durante um período difícil e atormentado da história civil e eclesiástica. Além de ter enfrentado Átila e parado sua ação devastadora, em 455 conseguiu que Genserico, chefie dos vândalos que avançavam da África ameaçando Roma, poupasse a cidade do fogo e da matança de seus habitantes.

Nos livros litúrgicos gregos e eslavos encontramos, por vezes, textos diferentes a respeito do papa Leão Magno, esta pode ser uma confirmação indireta de sua notoriedade. O kontákion, porém, é o mesmo nas duas versões:

Kontákion (3º tom).

"Tu, que sentaste num trono sagrado e que com a tua doutrina divinamente inspirada fechaste as bocas leoninas da heresia, fizeste brilhar o conhecimento da santa Trindade. Por isso foste glorificado como o santo oráculo da graça divina."

O mesmo nome do Pontífice inspira uma referência ao rei dos animais:

"Na verdade, ó santo, como um leão expulsaste com teus reais rugidos as raposas que semeavam confusão."

Nem é esquecido o lugar da sua cátedra:

"Do Ocidente te levantaste como a aurora, três vezes bem-aventurado, irradiando na Igreja o conjunto dos teus ensinamentos para iluminar as nossas almas."

Os ensinamentos que o papa Leão Magno nos legou através dos Sermões e das epístolas eram bem notórios também no Oriente. No século passado, seus escritos foram publicados também em língua russa. De particular renome gozava o Tomus ad Flaviarum, a instrução dogmática em que Leão I sustentava, contra Êutiques, a genuína doutrina católica das duas naturezas - a divina e a humana -, distintas e conjuntas na única pessoa do Verbo divino. No importante Concílio de Calcedônia (451), na presença de cerca de 600 bispos quase todos orientais, foi lida solenemente a epístola por todos reconhecidas como autêntico ensinamento da única Igreja de Cristo alicerçada sobre Pedro. Nos Atos daquele Concílio Mansi registrou as aclamações com as quais foi recebido o documento: "Eis a fé dos Padres! Nós todos assim cremos! Pedro falou por boca de Leão!"

Março

1 S. Eudócia, mártir († início do séc. II).

2 S. Teodoto, bispo de Chipre, hieromártir († c. 321).

3 Ss. Eutrópio e cc., mártires († início do séc. IV).

4 S. Gerásimo, mon. († 475).

5 S. Cônon de Isáuria, mártir († 275).

6 Ss. Quarenta e dois Mártires de Amório († 848).

7 Ss. Sete Hieromártires, bispos do Quersoneso († séc. IV).

8 S. Teofilacto, bispo de Nicomédia († 845).

9 Ss. Quarenta Mártires de Sebaste († 322).

10 S. Quadrato de Corinto e cc., mártires († 258).

11 S. Sofrônio, patriarca de Jerusalém († 638).

12 S. Teófanes de Sigriana, mon. († 817) S. Gregório "Diálogo," papa de Roma († 604).

13 Trasladação das relíquias de S. Nicéforo, bispo de Constantinopla (847).

14 S. Bento de Nórcia, mon. († c. 547).

15 Ss. Agápio e cc., mártires († 304).

16 S. Sabino Egípcio, mártir († 303).

S. Nicodemos de Mámmola (Reggio Calabria), mon.(it.-gr. † 990).

17 S. Alexis, homem de Deus († séc. IV ou V).

18 S. Cirilo, bispo de Jerusalém († 387).

19 Ss. Crisanto e Daria, sua mulher, mártires († 283).

20 Ss. Monges da Lavra de S. Sabas, mártires († 796).

21 S. Tiago, bispo de Catânia († c. 815).

22 S. Basílio de Ancira, hieromártir († 363).

23 Ss. Nicon e cc., mártires († 273).

24 Pré-festa da Anunciação S. Zacarias, o recluso (?).

25 Anunciação da SS. Mãe de Deus, nossa Senhora e sempre Virgem Maria

26 Conclusão da festa da Anuncíação Sinaxe do arcanjo S. Gabriel

27 S. Matrona de Tessalônica, mártir († séc. 111-IV).

28 S. Estêvão, taumaturgo († c. 815) S. Hilarião, o Moço († fim do séc. VIII).

29 Ss. Marcos, bispo de Aretusa e Cirilo, diácono († 362).

30 S. João Clímaco, eremita († c. 649) 31 S. Hipácio, bispo de Gangre, hieromártir († séc.

IV).

26 de março: Sinaxe do arcanjo São Gabriel

No dia 25 de março, festa da Anunciação, o arcanjo Gabriel, Núncio celeste da encarnação de N. S. Jesus Cristo, é nomeado vezes sem conta. Seguindo o costume litúrgico de comemorar, no dia seguinte a uma grande festa, os personagens que nela figuraram, em 26 de março celebra-se a Sinaxe do arcanjo São Gabriel. Março é um mês sempre encaixado no período quaresmal. Por isso o menológio não apresenta figuras de destaque, exceção feita da festa dos santos Quarenta Mártires de Sebaste, no dia 9 de março.

Em 26 de março celebra-se também a Conclusão da festa da Anunciação, sempre com a finalidade de não prolongar uma celebração festiva em época de jejum na qual predominam os Ofícios do Triódion quaresmal. Se o dia 26 de março ocorrer durante a Semana Santa, algumas partes relativas ao arcanjo São Gabriel são inseridas nas Completas da semana anterior.

A tradição litúrgica constantinopolitana dá muita importância às milícias celestes, especialmente aos arcanjos Arquistrategos Miguel e Gabriel. A cada segunda-feira se repetem em lhonra deles estas orações:

Tropário (4º tom).

"Grandes chefes das milícias celestes, nós vos suplicamos, indignos que somos, protegei-nos por vossas orações e guardai-nos à sombra das asas de vossa glória imortal, nós que, prostrados, instantemente vos imploramos: 'Livrai-nos dos perigos, ó Príncipes das potências do alto.´"

Kontákion (2º tom).

"Divinos Arquistrategos, ministros da glória divina, chefes dos anjos e guias dos homens, pedi o que nos é conveniente e uma grande misericórdia, chefes dos incorpóreos."

A primeira oração, porém no singular, constitui o tropário conclusivo do dia 26 de março. Esse mesmo tropário é repetido, no plural, por ocasião da "Sinaxe dos Arquistrategos Miguel e Gabriel e das demais potências angélicas," no dia 8 de novembro, que é a festa principal dos lncorpóreos, usando uma expressão freqüente no Oriente.

O kontákion do 26 de março é próprio do arcanjo Gabriel; cujo nome significa "força de Deus": "Arquistratego de Deus, servidor da sua glória, guia dos mortais e chefe dos anjos, consegue para nós o que é útil às nossas almas e a graça da salvação."

"Sinaxe" significa "reunião para celebrar uma festa" e, apesar dos textos próprios do dia serem em menor número - para dar lugar aos do Triódion e a outros da festa do dia 25, encontramos belas preces como a que se segue, extraída das Vésperas:

"O grande mistério, desconhecido no início até dos anjos, e que por séculos ficou oculto, a ti somente foi confiado, Gabriel, e tu mesmo, chegando a Nazaré, o anunciaste somente à Virgem imaculada: com ela intercede para que seja concedida às nossas almas a paz e a graça da salvação."

As duas leituras bíblicas das Vésperas são extraídas do Exodo (3,1-8:Moisés recebe a visão do Anjo do Senhor junto à sarça ardente) e dos Provérbios (8,22-30). Gabriel, como diz uma frase do Sinaxário, é o "servidor do inefável mistério, sobrenatural e divino," isto é, da Encarnação de Deus. Também no Cânon das matinas encontramos lindas invocações dirigidas a ele:

"Arcanjo do Senhor, que és luz reflexa da luz divina e imaterial, pelos teus rogos, ilumina a minha mente, eu te suplico, a fim de que possa louvar-te."

"Formemos um coro divino no júbilo deste dia, a fim de glorificar o príncipe dos Incorpóreos que anunciou a inefável alegria que, por bondade, veio a este mundo."

O arcanjo Gabriel é invocado para que sejamos livres de todos os perigos," é exaltado como "ornamento dos que o celebram com fé" e é lembrado como mensageiro que no templo visitou Zacarias, que ficou mudo por não ter acreditado no anúncio.

Abril

1 S. Maria Egipcíaca († c. 431).

2 S. Tito, taumaturgo (séc. IX).

3 S. Nicetas, o Confessor, mon. († 824) S. José, hinógrafo de Siracusa († 880).

4 Ss. Teodulo e Agátopo, mártires (início do séc. IV).

5 Ss. Cláudio e cc., mártires († c. 250).

6 S. Eutíquio, bispo de Constantinopla († 582) Esl.: S. Metódio, mestre dos Eslavos, bispo

(† 885) S. Filarete de Palermo, mon. (it.-gr.† 1170).

7 S. Jorge, bispo de Melitina (séc. IX) S. Caliópio, mártir († 304).

8 Ss. Herodião, Agabo, Rufo, Asíncreto, Flegonte, Hermes, apóstolos [dos 70] (séc. I).

9 S. Eupsíquio de Cesaréia, mártir († 362).

10 Ss. Terêncio, Pompeu e cc., mártires († c. 250).

11 S. Antipas de Pérgamo, mártir († c. 90).

12 S. Basílio, bispo de Pários (séc- VIII).

13 S. Martinho, papa de Roma, mártir († 655).

14 Ss. Aristarco, Pudente e Trófimo, apóstolos [dos 701] séc. I).

15 S. Crescêncio, mártir († c. 250).

16 Ss. Ágape, Irene, Ciônia, mártires (início do séc. IV).

17 Ss. Simeão, bispo de Seleucia e cc., mártires († 314).

18 S. João, discípulo de S. Gregório Decapolita († C. 850).

19 S. Pafnúcio, hieromártir (início do séc. IV) S. João da Antiga Lavra (início do séc. IX).

20 S. Teodoro, o Triquinate (séc. V).

21 Ss. Januário, bispo de Benevento e cc., mártires (início do séc. IV).

22 S. Teodoro, bispo de Anastasiópolis († 613).

23 S. Jorge Megalomártir (c. 303).

24 S. Isabel, mon. (?) S. Sabas, o Godo, mártir († 372).

25 S. Marcos, apóstolo [dos 70] e evangelista (séc. I).

26 S. Basílio, bispo de Amaséia († 322) Esl.: S. Estêvão de Perm, mon. evangelizador (†

1396).

27 S. Simeão, apóstolo [dos 70], parente do Senhor, bispo de Jerusalém, mártir († 107).

28 Ss. Jasão e Sosípatro, apóstolos [dos 70] (séc. I) 29 Nove santos Mártires de Cizico (†

322) 30 S. Tiago, apóstolo, irmão de S. João Evangelista († 42).

23 de abril: São Jorge, megalomártir

No dia 23 de abril, tanto as Igrejas do Oriente como a católico-romana celebram o grande mártir, São Jorge. Porém, enquanto a última reforma litúrgica para a Igreja latina viu retroceder a importância desse santo, para os fiéis ortodoxos ele será sempre o "megalomártir, vitorioso e taumaturgo" em honra do qual a festa não se celebra somente em 23 de abril, mas ainda no dia 3 de novembro, quando, por toda parte, se comemora a reconstrução da igreja dedicada a ele, em Lydda (atualmente em Israel), onde foi deposto o seu corpo glorioso. Há uma tradição que aponta o ano 303 como ano da sua morte. Como a liberdade de culto para os cristãos se deu somente dez anos depois dessa data, supõe-se que também a igreja em honra de São Jorge tenha sido construída por vontade do imperador Constantino.

Em ambas as festas repete-se o mesmo tropário conclusivo:

"Libertador dos cativos e defensor dos pobres, médico dos enfermos, sustentáculo dos reis, ó vitorioso e grande mártir Jorge, pede a Cristo Deus que salve nossas almas."

À etimologia do nome, relacionado à terra e a quem a cultiva, faz alusão em sentido espiritual o hino encontrado no Ofício dos dias 23 de abril e 3 de novembro:

"A tua vida foi digna do teu nome, Jorge glorioso: tomada a cruz de Cristo em teus ombros, beneficiaste o terreno tornado estéril pelo embuste do demônio e, tendo extirpado como arbusto espinhoso o culto dos ídolos, plantaste o cepo da verdadeira fé. Por isso consegues a cura para os fiéis de toda a terra e te mostras bom cultivador da Santa Trindade. intercede, to pedimos, pela paz do mundo e pela salvação das nossas almas."

Apesar das escassas notícias biográficas, nem sempre concordantes, os elogios tecidos pelas duas orações apresentadas delineiam uma figura excepcional do santo. Nascido na Capadócia de pais cristãos, foi predestinado para empreendimentos nobres. Um velho manual russo assim diz de São Jorge: Tendo ingressado para o serviço militar, "distinguiu-se pela inteligência, coragem, capacidade organizativa, força física, porte nobre." Mas é sobretudo na Passio Georgii (tida por muitos como apócrifa) que encontramos descritos os detalhes dos inúmeros suplícios aos quais o valoroso militar cristão foi submetido ao confessar a sua fé até o fim, até sua degolação. No Oriente, enquanto alguns atribuem a responsabilidade da condenação de São Jorge ao imperador dos Persas Daciano, para a maioria foi o imperador Diocleciano o responsável. Algumas recentes publicações, como o Minéon de abril, publicado em 1985 aos cuidados do Patriarcado de Moscou, relatam os diversos suplícios aos quais foi submetido o Santo: aprisionado, espancado, esfolado por uma roda cheia de pregos, sepultado numa fossa, obrigado a correr calçando botas de ferro incandescente ... e outros mais. Com a ajuda de Deus e dos seus anjos, Jorge sai-se sempre vitorioso e incólume e revida com respostas corajosas e cheias de fé aos seus perseguidores, muitos dos quais se convertem ao cristianismo.

Em algumas representações e especialmente nos icones, o mártir Jorge aparece montado num cavalo, quase sempre branco, no ato de matar um dragão que está aos seus pés. Na cena de fundo é possível ver com freqüência, próximas de uma janela, algumas pessoas, entre as quais uma donzela destinada a ser vítima do monstro faminto, se não tivesse intervido o "Vitorioso." Esse episódio, porém, é relatado numa época mais tardia em relação às primeiras "paixões" . Entre os ícones, existe um, antiqüíssimo, pintado com a técnica da encáustica e conservado no mosteiro do Sinai (talvez do séc.VI) onde os santos Jorge e Teodoro aparecem eretos, ladeando a Mãe de Deus sentada num trono.

O culto de São Jorge, ininterrupto no Oriente e bem cedo assumido também pelo Ocidente como símbolo de virtude intrépida, é muito difundido, quer na dedicação de igrejas e instituições, quer na piedade popular: desde Jerusalém, onde já no século VI existiam um mosteiro e uma igreja dedicados ao santo, até Bizâncio onde era venerado num orfanato; desde a Inglaterra, onde a famosa Ordem da "Jarreteira" é na realidade a "Ordem de São Jorge" e onde também o calendário anglicano conserva a festa, até a Rússia, onde a imagem do santo aparecia no brasão da cidade de Moscou, e onde desde a primeira introdução do cristianismo muitas igrejas e mosteiros lhe foram dedicados. A mesma cidade de Roma julga possuir o crânio do santo mártir, conservado na igreja de São Jorge al Velabro.

A Geórgia - uma das 15 repúblicas que constituíam a então União Soviética - acredita ter uma ligação peculiar com São Jorge, também pela semelhança do nome. Mas também no monte Athos, a montanha sagrada do monaquismo ortodoxo, o santo é muito venerado e representado. A Etiópia e em geral os fiéis coptos conhecem muito bem o "megalomártir," celebrado também por eles em 23 de abril. Entre os maronitas, o culto desenvolveu-se especialmente depois das Cruzadas.

No Mínéon do mês de abril, publicado em 1985 em Moscou, os dados biográficos do santo informam:

"Ele morreu quando ainda não tinha trinta anos. Apressando-se para se juntar à armada celeste, entrou na história da Igreja com o apelido de Vitorioso."

Maio

1 S. Jeremias, profeta (séc. VI a.C.).

2 Trasladação das relíquias de S. Atanásio, o Grande (373).

3 Ss. Timóteo e Maura, mártires († 304) Esl.: S. Teodósio das grutas junto de Kiev,

mon.(1074) 4 S. Pelágia de Tarso, mártir (séc. III-IV).

5 S. Irene, mártir (séc. I-II).

6 S. Jó, o Justo provado, profeta

7 Aparição da Santa Cruz em Jerusalém (351).

8 S. João Teólogo, apóstolo e evangelista (séc. I) S. Arsênio, o Grande († c. 445).

9 S. Isaías, profeta (séc. VIII a.C). S. Cristovão, mártir († c. 250) Esl.: Trasladação das

relíquias de S. Nicolau, de Mira para Bari

10 S. Simão Zelota, apóstolo (séc. I).

11 Esl.: Ss. Cirilo e Metódio, mon., Mestres dos Eslavos († 869 e 885) Fundação e

Dedicação de Constantinopla a Maria (330) S. Múcio, mártir (início do séc. IV).

12 S. Epifânio, bispo de Chipre († 403) S. Germano, bispo de Constantinopla († 733).

13 S. Glicéria, virgem, mártir († e. 150).

14 S. Isidoro de Quios, mártir († c. 250)ver Quios ou Quio

15 S. Pacômio, o Grande († 346) S. Aquiles, taumaturgo, bispo de Larissa (séc. IV).

16 S. Teodoro, o Santificado, mon. discípulo de Pacômio (séc. IV).

17 Ss. Andrônico e Júnias, apóstolos [dos 70] (séc. †).

18 Ss. Pedro, André, Paulo, Dionísio e cc., mártires († c. 250).

19 Ss. Patrício de Prusa e cc., mártires (séc. II-III).

20 S. Talileu, mártir († 284).

21 Ss. Iguais-aos-Apóstolos, Constantino († 337) e Helena († 329), imperadores

Esl.: ícone da SS. Mãe de Deus de VIadimir

22 S. Basilisco, mártir († 307).

23 S. Miguel, confessor, bispo de Sínada († 826).

24 S. Simeão Estilita, o Moço, anacoreta († 596).

25 3ª Invenção da cabeça de S. João Precursor (823).

26 S. Carpo, apóstolo [dos 701] (séc. I).

27 S. Heládio, mártir (?).

28 S. Êutiques, bispo de Melitina, mártir (séc. I).

29 S. Teodósia, virgem, mártir († 307).

30 S. Isaac, mon. († 406) 31 S. Hérmias, mártir († c. 150).

9 de maio: Trasladação das relíquias de São Nicolau de Mira para Bari

São Nicolau taumaturgo, arcebispo de Mira, é conhecido no Ocidente como São Nicolau "de Bari." A festa principal é celebrada tanto no Oriente como no Ocidente no dia 6 de dezembro e tal permanece. No entanto, em 9 de maio os calendários litúrgicos eslavos, como também a cidade de Bari, capital da Apúlia na Itália, celebram o aniversário da chegada dos restos mortais do santo àquela cidade, ocorrida em 1087. A tradição bizantino-grega não comemora esse evento, por vezes recordado como o "roubo" dos marinheiros barenses. Já um antigo documento russo, talvez mais próximo à data da trasladação do santo, conhecido como "Lenda russa de Kiev," interpreta esse fato como um desígnio da Providência divina, uma vez que as relíquias foram levadas para uma terra cristã; com efeito, a cidade de Mira, fazia já alguns anos, estava sob o domínio dos turcos. O mesmo papa Urbano II fez questão de consagrar a cripta da nova igreja, onde haviam sido inumados os restos mortais em 29 de setembro de 1089. É de se considerar, ainda, que agradava aos russos poder acrescentar à festa principal de 6 de dezembro, época de frio rigoroso, uma outra festa primaveril em honra do tão amado taumaturgo, arcebispo de Mira. Os inúmeros ícones do santo que se vêem nas igrejas, nos museus, nas casas atestam esse amor do povo para com o taumaturgo.

É de fato excepcional a devoção a São Nicolau em todo o Oriente bizantino. Basta lembrar que cada quinta-feira do ano é dedicada, além dos Apóstolos, ao santo bispo de Mira. Em sua honra o Ofício dedica orações próprias que recorrem a cada um dos oito tons bizantinos, desde as Vésperas da quarta-feira (lembrando que o dia litúrgico oriental começa na tarde anterior). O tropário principal em honra de São Nicolau, morto em torno do ano 342, é comum aos de outros bispos. O kontákion, porém, é próprio e assim resume a vida do santo:

Kontákion (3º tom).

"Ó Santo Bispo, em Mira, foste ministro do divino sacrifício; em cumprimento do evangelho de Cristo deste a vida pelo teu povo e salvaste da morte os inocentes. Por isso foste santificado como grande pontífice da graça divina."

Nas regiões bizantinas eslavas existem Ofícios devocionais em honra de São Nicolau: Moleben ou Akáthistos, em que povo e clero, só para citar alguns atributos, o invocam como "regra da ortodoxia," "coluna da Igreja," "protetor das viúvas e dos orfãos," "consolador dos aflitos," "defensor contra as injustiças e sustentáculo da piedade," "lâmpada luminosíssima," "ajuda poderosa dos que estão em dificuldade na terra e no mar," "intercessor misericordioso e possante."

Voltando aos textos litúrgicos próprios do dia 9 de maio, constatamos que o nome da cidade italiana, que conserva os restos mortais do santo bispo, é várias vezes repetido. Eis o texto do tropárío principal:

Tropário (4º tom).

"Chegou o dia da festa luminosa: a cidade de Bari alegra-se e, com ela, o universo inteiro se rejubila com hinos e cânticos espirituais. É a sagrada solenidade da trasladação das gloriosas relíquias, que operam curas, do bispo e taurnaturgo Nicolau. Ele resplandeceu como sol radioso e que não tem ocaso, dissipando as trevas das tentações e dos males dos que o invocam confiantes: sendo nosso intercessor, salva-nos, ó grande Nicolau."

Provém do Oriente eslavo o precioso ícone, ainda hoje ali venerado, do Bispo de Mira que o rei Urósio da Sérvia quis doar à basílica barense. Alguns anos atrás, na cripta, bem próximo do corpo do santo que transpira o famoso "maná," foi acrescentada uma capela bizantina, onde os ortodoxos podem celebrar no próprio rito o sacrifício eucarístico e demais ofícios litúrgicos.

Uma lamparina de azeite arde diante dos restos mortais de São Nicolau. É alimentada dos dois lados com azeite doado respectivamente pelos cristãos do Oriente e do Ocidente e arde numa única chama.

11 de maío: santos Girilo e Metódio, "iguais-aos-Apóstolos"

No Oriente bizantino, o tropário mais repetido nas Horas do Ofício litúrgico e na Liturgia eucarística é este que segue:

Tropário (4º tom).

"Êmulos dos Apóstolos e Mestres dos países eslavos, sábios e santos Cirilo e Metódio, orai ao Senhor do universo para que todos os povos eslavos sejam fortalecidos na unidade e na fé ortodoxa, para que ao mundo seja concedida a paz e para que sejam salvas as nossas almas."

O Minéon do mês de maio registra a festa dos dois irmãos no dia 11. Essa data é importante especialmente para os povos eslavos. Mas, sendo o costume, ainda bastante difundido no Oriente, de usar para a liturgia o calendário juliano, atrasado de 13 dias em relação ao gregoriano, mais conhecido e adotado universalmente, tal data, na realidade, vem a coincidir com o nosso 24 de maio. É uma data já arraigada na consciência popular ao ponto que, mesmo naquelas regiões em que foi adotado oficialmente o calendário do "novo estilo," os fiéis bizantinos preferem manter a antiga data do 24 de maio. É possível avaliar quanto temos afirmado acima ao constatar o afluxo das muitas delegações (por exemplo, as da Bulgária) que, para honrar os "Mestres dos Eslavos," em Roma, a cada ano, nesse dia, se dirigem à basílica de São Clemente onde se conservam as relíquias dos santos Cirilo e Metódio. A herança cultural deixada por eles é, de fato, ampla e reconhecida ao ponto que, em alguns países balcânicos, enquanto 25 de dezembro é um dia de trabalho, o aniversário dos dois santos é também festa civil, portanto feriado.

Com insistência os textos litúrgicos convidam a celebrar os irmãos "iluminadores" dos povos eslavos, salvos com a luz da Trindade e de Cristo, "fontes do conhecimento divino, mediante as Escrituras" traduzidas por eles e que ainda hoje "estando na presença de Deus fervorosamente intercedem" por aqueles que os invocam.

Os textos dos hinos litúrgicos resumem os principais dados biográficos dos dois santos que de Constantinopla foram enviados, num primeiro momento somente Cirilo, aos árabes (Agarenos), depois os dois juntos, aos Khazares da Criméia e, em seguida, para a Grande Morávia, que se tornou o campo específico de sua obra evangelizadora. Em outros textos, ao invés, se hesita sobre as características pessoais de cada um. Pelo próprio das Vésperas chegamos a saber que Metódio, irmão mais velho, por primeiro se consagrou a Deus na vida monástica em Olimpo, na Bitínia. Ele foi:

"Habitante do deserto, e persistindo no silêncio, enriqueceu de frutos a sua alma," "tendo desprezado os bens do mundo por amor de Cristo, com o hábito angélico lutou na milícia do Rei celestial e tornou-se pura morada de oração."

Cirilo, ao invés, "tendo escolhido desde a infância a sabedoria como própria companheira, usou os talentos que Deus lhe dera para a sua glória," "dotado de palavras áureas alcançou uma altíssima sabedoria," tornando-se "fonte vivificante de espiritual conhecimento para dessedentar a aridez dos povos eslavos."

É sabido que os nomes dos dois irmãos são monásticos e, segundo a tradição, começam com a mesma letra do nome de batismo: Constantino, desde cedo apelidado de Filósofo, tornou-se em seguida o monge Cirilo.

Os dois irmãos "que conduziram até Cristo os povos eslavos, iluminando-os com seus ensinamentos" são celebrados em conjunto em 11 de maio. Porém as mais recentes edições dos livros litúrgicos eslavos trazem os textos completos dos Ofícios próprios, também no aniversário de morte de cada um deles.

Os livros litúrgicos bizantinos dão aos dois santos a qualificação de "iguais-aos-Apóstolos e primeiros Mestres dos Eslavos." A primeira atribuição é reservada a pouquíssimos e a segunda é exclusiva dos santos Cirilo e Metódio. Está crescendo muito o interesse pelos dois santos por parte dos cristãos do Oriente, também fora da área eslava. Em Salonico, sua pátria, alguns anos atrás, foi construída uma bela igreja ortodoxa dedicada aos dois irmãos. Ali já se realizaram congressos internacionais de estudos cirilo-metodianos.

Entre os católicos, foram publicados importantes documentos pontifícios sobre os santos irmãos: desde a carta apostólica Grande munus do papa Leão XIII (1880) que introduzia a festa litúrgica dos santos Cirilo e Metódio no Ocidente, até aos discursos e à Encíclica do "papa eslavo," João Paulo II.

Sejam bem-vindas as comemorações dos santos Cirilo e Metódio celebradas pelas diversas tradições litúrgicas. Elas nos ajudarão a entender a unidade da Europa do Atlântico aos Urais e a herança cristã comum, visível no relacionamento entre as culturas gregas, eslavas e latinas. Ademais, os dois santos irmãos evangelizadores, sustentados por Constantinopla e Roma, poderão ser nossos guias e intercessores para a reaproximação ecumênica.

Junho

1 Ss. Justino Filósofo e cc., mártires († 165) S. Simeão de Siracusa (it.-gr. † 1037).

2 S. Nicéforo, o Confessor, bispo de Constantinopla († 829).

3 S. Luciliano, mártir (séc. III).

4 S. Metrófanes, bispo de Constantinopla († 314).

5 S. Doróteo, bispo de Tiro, hieromártir († 372).S. Pedro Spine, mon. cálabro (it.-gr. †

séc. XII).

6 S. Bessarião Taumaturgo (fim do séc. V).

S. Hilarião, o Moço, mon. († 845).

7 S. Teódoto, bispo de Ancira, mártir († 303).

8 Trasladação das relíquias de São Teodoro Tiron,

megalomártir (319).

9 S. Cirilo, arcebispo de Alexandria († 444).

10 Ss. Alexandre e Antonina, mártires († 313).

S. Timóteo, bispo de Prusa, hieromártir († c. 362).

11 S. Bartolomeu, apóstolo (séc. I).

S. Barnabé, apóstolo [dos 70] (séc. I).

12 S. Onófrio, anacoreta († séc. V).

S. Pedro Atonita, mon. († 890).

13 S. Aquilina, mártir († 293).

S. Trifilio, bispo de Chipre (séc. IV).

14 S. Eliseu, profeta (séc. IX a.C.).

S. Metódio, arcebispo de Constantinopla († 847).

15 S. Amós, profeta (séc.VIII a.C.).

S. Jerônimo de Estridão, mon. († c. 420).

16 S. Ticon, bispo de Amatonte († c. 430).

17 Ss. Emanuel, Sabel, e Ismael, mártires (séc. IV).

18 S. Leôncio, mártir († c. 75) 19 S. Judas Tadeu, apóstolo (séc. I).

20 S. Metódio, bispo de Olimpo, hieromártir († 312).

21 S. Julião de Tarso, mártir (séc. III-IV).

22 S. Eusébio, bispo de Samosata, hieromártir († 380).

23 S. Agripina, mártir († c. 255).

Esl.: ícone da SS. Mãe de Deus de VIadimir

24 Nascimento do glorioso e venerável profeta São João,

Batista e Precursor

25 S. Febrônia, mártir (início do séc. IV).

26 S. Davi de Tessalônica, mon. († 530).

27 S. Sansão Hospitaleiro (séc. VI).

28 Trasladação das relíquias dos santos Ciro e João, anárgiros (c. 400).

29 Ss. Pedro e Paulo, gloriosos e ilustres apóstolos, protocorifeus († 64-67).

30 Sinaxe dos Doze santos, gloriosos e ilustres apóstolos

24 de junho: Nascimento do glorioso e venerável

profeta e precursor, São João Batista

Em 24 de junho, os cristãos do Oriente e do Ocidente celebram o Nascimento de São João Batista. Também coincide, nas duas tradições, a data em que se celebra o seu martírio em 29 de agosto. No Oriente bizantino, porém, as comemorações do grande profeta e precursor são sem dúvida mais numerosas. Ele é comemorado todas as terças-feiras do ano. Em 24 de fevereiro se faz memória da primeira e segunda "invenção" da cabeça de São João Batista (em Jerusalém a primeira e em Emesa da Síria a segunda). Em 25 de maio se comemora o terceiro reencontro da preciosa cabeça do santo, por longo tempo venerada em Constantinopla. Ademais, em 7 de janeiro, é comemorado como o batizador do Cristo.

Com relação ao nascimento, os calendários bizantinos assinalam, no dia 23 de setembro, a data da concepção do "glorioso profeta, precursor e batizador João." Antigamente também os martirológios latinos registravam essa comemoração em 24 de setembro; porém a partir do século XV foi abolida, talvez para que não houvesse confusão com a festa da Concepção da Santíssima Mãe de Deus, a única que ficou isenta do pecado original.

Apresentamos as duas orações principais, repetidas pelos cristãos de tradição constantinopolitana em 24 de junho e no dia seguinte:

Tropário (4º tom).

"Profeta e Precursor da vinda do Cristo, mesmo querendo te honrar, não conseguimos celebrar-te dignamente. A esterilidade de tua mãe e o mutismo de teu pai cessam com o teu glorioso e venerável nascimento: por ele a encarnação do filho de Deus foi anunciada ao mundo."

Kontákion (3º tom).

"Isabel, antes estéril, hoje gera o Precursor do Cristo: com ele se cumprem todas as profecias. No Jordão, João, conforme os profetas haviam preanunciado, ao impor as mãos sobre Jesus, mostra-se ao mesmo tempo profeta, arauto e precursor do Verbo divino."

Em 24 de junho, tanto os católicos romanos como os fiéis bizantinos lêem na liturgia eucarística o primeiro capítulo do Evangelho de Lucas, em que são descritas em detalhes as circunstâncias do nascimento de João. No Oriente, tais textos são lidos também quando se faz a memória da concepção do Precursor.

O próprio do Ofício de 24 de junho é pródigo em atributos dirigidos ao santo: "voz da Palavra," "prenunciador da Luz," "pregador do ledo anúncio," "profeta maior que os demais profetas," "paraninfo," "amigo do Esposo," "resplendor do Sol de justiça," "filho da estéril, portador de alegria," "arauto da penitência," "candeeiro do lume de glória," "primeiro Apóstolo, anjo terrestre e homem celeste," "adorador do Cordeiro que tira o pecado do mundo," "ornamento do deserto," "testemunha da verdade," e se poderia continuar.

Nas leituras bíblicas do Antigo Testamento, nas Vésperas, são tratados os temas seguintes: O anúncio do filho de Sara (Gn 17); Sansão nascerá de uma estéril (Jz 13) e "uma voz grita no deserto" (Is 40 e outros versículos de capítulos seguintes). Entre os hinógrafos da festa, foram-nos legados os nomes de André de Creta, João Damasceno e da Monja Cássia de Bizâncio († 857).

A referência a São João Batista como um "anjo" faz lembrar que não raramente nos ícones ele é representado com asas de anjo. Com efeito "era mais que um homem," como diz o evangelho, e a palavra "mensageiro" em grego torna-se "anjo." Sendo um dos santos mais venerados no Oriente bizantino, é compreensível que muitos sejam também os ícones que representam São João, chamado sobretudo de Precursor. Encontramo-lo representado sozinho, ou com episódios da sua vida, especialmente o da sua degolação. Nos grupos da Déesis (ou Intercessão) ele aparece à esquerda do Cristo; à direita está a Mãe de Deus, ambos intercedendo, de cabeça um pouco inclinada, em atitude de súplica.

Merece ser transcrito o tropário que toda terça-feira é cantado ou recitado em honra de São João Batista:

"A memória do justo é digna de elogios. Mas quanto a ti, ó Precursor, basta o testemunho do Senhor. Revelaste-te o mais venerável entre os profetas, pois foste julgado digno de batizar nas águas aquele que por eles apenas tinha sido anunciado. Por ter lutado corajosamente em favor da verdade, foi-te concedido o poder de anunciar com alegria, aos que estavam no Hades, a aparição do Deus feito carne; aquele que tira o pecado do mundo e que nos concede copiosa misericórdia."

29 dejunho: santos Pedro e Paulo, gloriosos e ilustres protocorifeus dos apóstolos

Foi bem na véspera da festa dos santos Pedro e Paulo, em 1980, que João Paulo II dirigiu uma primeira e solene exortação aos membros da Cúria Romana, reunidos para una celebração ecumênica, para que "aprendessem de novo a respirar plenamente com dois pulmões, o pulmão ocidental e o pulmão oriental." Torna-se oportuno relembrar brevemente o conteúdo da celebração litúrgica de 29 de junho no Oriente bizantino. Desde as Vésperas o tropário principal é repetido várias vezes nas diversas Horas e durante o sacrifício eucarístico:

Tropário (1º tom).

"Prototronos dos Apóstolos e Doutores do universo, rogai ao Senhor de todas as coisas para que conceda paz ao mundo e grande misericórdia às nossas almas."

Nos países eslavos os ortodoxos prolongam as celebrações litúrgicas, acrescentando o Ofício matutino em forma de "vigília" como acontece nas tardes que precedem os domingos e as grandes festas. A hinografia própria do dia é muito rica. Mesmo sem contar as Pequenas vésperas (quase sempre omitidas), há mais de oitenta textos que honram de maneira específica os santos Pedro e Paulo; alguns textos exaltam os dois santos juntos, outros são dirigidos ao santo que "tem as chaves do Reino," outros se voltam para o "doutor dos gentios." Nos hinos se faz menção dos dados biográficos transmitidos pela Sagrada Escritura em relação aos dois santos e, ao dirigir-se a eles, se exalta a missão providencial no seio da Igreja e no mundo, suplicando-lhes, por fim, em favor de todos. São conhecidos os nomes dos autores de algumas das composições poético-litúrgicas. São João Damasceno é o autor dos dois Cânones matinais, respectivamente em honra de São Pedro e de São Paulo. Alguns hinos das Vésperas têm como autor Santo André de Creta.

É dele o hino que se segue:

"Com quais hinos espirituais poderemos exaltar Pedro e Paulo? Eles são as asas do divino conhecimento difundido até os confins da terra e que se ergue até o céu; são as duas mãos do Evangelho da graça e os dois pés da pregação da verdade; são os dois rios da sabedoria e os dois braços da cruz, com a qual Cristo, o muito misericordioso, aniquila o orgulho dos demônios."

Também rico em imagens, como costuma ser a hinografia oriental, é o texto que se segue, de autoria "de João, o monge," isto é, do Damasceno:

"Ó cidadãos da celeste Jerusalém: rochedo da fé um, arauto da Igreja de Cristo outro, prediletos da Trindade e pescadores do mundo! Deixando esta terra após ter sofrido a paixão, sobem para Deus e com confiança lhe suplicam para que salve as nossas almas."

Diversas vezes, nos textos do Ofício, é nomeada a cidade onde Pedro e Paulo foram martirizados. Atesta-o o hino que se segue:

"Urna festa jubilosa hoje ilumina os confins da terra: a soleníssima memória dos sábios e protocorifeus dos apóstolos, Pedro e Paulo. Exulta Roma com hinos e cânticos de alegria, e nós todos celebramos este solene dia aclamando: Alegra-te, ó Apóstolo Pedro, amigo verdadeiro do teu mestre, Cristo nosso Deus! Alegra-te, ó muito amado Paulo, pregador da fé e instrutor do universo! Ambos santos e privilegiados, pedi com coragem ao Cristo nosso Deus para que salve as nossas almas."

O kontákion, dentro do Ofício, ocupa sempre importância particular. Eis o que se canta no dia 29 de junho:

"Acolhe, Senhor, no gozo e no descanso dos teus bens, os príncipes dos apóstolos, pregadores infalíveis e inspirados; pois preferiste suas provações e sua morte a qualquer sacrifício. Tu, o único que conhece os segredos do coração."

Os fiéis ortodoxos e católicos de rito bizantino observam, ainda hoje, o jejum em preparação à festa dos santos Pedro e Paulo. Faz parte dos quatro períodos de jejum do ano litúrgico bizantino. Sua duração é variável porque começa na segunda-feira que se segue ao domingo de Todos os Santos (1º depois de Pentecostes). É a única festa de santos, precedida por um tempo de jejum.

Também a iconografia dá um destaque particular aos príncipes dos Apóstolos. É admirável a fidelidade com a qual no Oriente foi transmitida a fisionomia característica dos dois santos. Isso nos faz pensar em testemunhas oculares e representações, hoje perdidos, próximos à época em que viveram. Pedro é sempre reproduzido com a fronte baixa, os cabelos grisalhos e um pouco encaracolados, a barba curta e arredondada; tem na mão as chaves e usualmente porta a cártula, em que a inscrição mais freqüente é a proclamação de fé: "Tu és o Cristo, filho do Deus vivo" (Mt 16:16). Paulo, ao invés, tem um aspecto mais jovem, com poucos cabelos; a fronte alta é evidenciada também pela calvície e a barba desce mais longa e lisa. Se já Eusébio na sua Hístóría da Igreja (VII,18) podia afirmar "já vi diversos retratos do Salvador, de Pedro e de Paulo..." não devemos nos admirar pois, se em diferentes regiões geograficamente distantes umas das outras, encontramos o mesmo e persistente modelo iconográfico. No Ocidente São Paulo é quase sempre retratado segurando a tradicional espada, ao passo que no Oriente, com freqüência, nós o vemos tendo nas mãos o livro das suas Epístolas. É assim que o admiramos no belíssimo ícone do maior iconógrafo russo, o monge Andrej Rublëv. O ícone, do século XV, foi pintado para a Iconostase da catedral de Zvenigorod. Fazendo pendant com o ícone de São Paulo, estava também o de São Pedro, infelizmente desaparecido. Nas Déesis ampliadas, de fato, além das imagens da Virgem e de São João Batista, voltados para o Cristo central, no trono, estão sempre as imagens dos dois grandes apóstolos, atrás dos Arcanjos Miguel e Gabriel, respectivamente à direita e à esquerda do Salvador e que convergem para ele, às vezes de corpo inteiro e às vezes de meio-busto.

As particularidades das duas fisionomias permitem reconhecer Pedro e Paulo também em ícones em que os dois santos aparecem juntos com outras pessoas, como, por exemplo, no ícone de 15 de agosto, Dormição da Mãe de Deus, ou no de Pentecostes. Mais tardios são os ícones onde os Príncipes dos Apóstolos aparecem no grupo dos Doze. As Igrejas do Oriente celebram a festa dos Doze Apóstolos no dia 30 de junho. Neste ícone os santos Pedro e Paulo, no centro, seguram dos dois lados o edifício de uma Igreja, em formato reduzido. É um simbolismo evidente do papel único dos dois na sociedade instituída por Cristo para a continuação da sua obra salvífica entre os homens.

Julho

1 Ss. Cosme e Damião, taumaturgos e anárgiros, már-

tires (início do séc. IV).

2 Deposição da preciosa veste da SS. Soberana Mãe de

Deus em Blaquerne (458).

3 S. jacinto, mártir (início do séc. II).

S. Anatólio, arcebispo de Constantinopla († 458).

4 S. André, bispo de Creta († 740).

5 Ss. Atanásio Atonita e Lampâdio, taumaturgo, monges

(c. séc. X).

6 S. Sisoé, o Grande, mon. († 429).

7 Ss. Tomás e Acácio, mon. (séc. X eVI).

S. Ciríaca, megalomártir (início do séc. IV).

8 S. Procópio, megalomártir († 303).

9 S. Pancrácio, bispo de Taormina, hieromártir (séc. †).

10 Ss. 45 Mártires de Nicópolis na Arinênia († 319).

11 S. Eufêmia, megalomártir († 304).

12 Ss. Proclo e Hilário, mártires (c. 110).

13 Sinaxe do arcanjo Gabriel Domingo que segue: Ss. Padres dos seis primeiros Concílios

Ecuniênicos

14 S. Áquila, apóstolo [dos 70] (séc. I) S. José, bispo de Tessalônica († 832).

15 Ss. Quírico e sua mãe Julita, mártires (séc. III-IV).

16 Ss. Atenógenes e cc., mártires (séc. IV).

17 S. Marina, megalomártir († c. 268).

18 S. Emiliano, mártir († c. 362).

19 S. Macrina, a Jovem, virgem (t 379) S. Dios, mon. († 431).

20 S. Elias, profeta (séc. IX a.C.).

21 Ss. Simeão e João, "loucos"por Cristo (séc. VI).

22 S. Maria Madalena, "igual-aos-Apóstolos," mirrófora (séc. I).

23 Trasladação das relíquias de S. Focas, mártir (séc. I) S. Ezequiel, profeta (séc. VI a.C).

Ss. Apolinário e Vital de Ravena, mártires (séc. I).

24 S. Cristina, megalomártir († c. 220) S. Fantino de Tauriana, (it.-cr. † 1130) Esl.: Ss.

Boris e Gleb = Romão e Davi († 1015).

25 Dormição de S. Ana, mãe da Theotókos

26 S. Parasceve, mártir († c. 140) Ss. Hermolau, Hermipo e Hermócrates, mártires († 312).

27 S. Pantaleimon, megalomártir e médico († e. 305).

28 Ss. Prócoro, Nicanor, Timão e Pármenas, diáconos e apóstolos [dos 70] (séc. I) Esl.:

Ícone da Mãe de Deus Odíghftria de Smolensk

29 Ss. Calinico e Teódota, mártires (início do séc. IV).

30 S. Silas, Silvano, Crescente, Epêneto e Andrônico, apóstolos [dos 70] (séc. I).

31 Pré-festa da Santa Cruz S. Eudócimo, o justo († 840).

20 de julho: Santo Elias, profeta

Muitos são os santos do Antigo Testamento contemplados pelo calendário litúrgico bizantino e celebrados num dia particular. Em geral não encontramos a celebração correspondente no contexto católico-romano. No dia 20 de julho no Oriente se comemora o profeta Elias, "santo e glorioso," conforme aparece no título do Minéon. Não possuímos escritos desse profeta que viveu no IX século antes de Cristo, mas ele se destaca entre os "profetas de ação" em Israel. Inúmeras vezes, nos livros sagrados, se fala do seu zelo em defender a verdadeira fé e piedade, como também da sua vida austera e rica em milagres, que se concluiu de maneira extraordinária. Com efeito Elias, num carro de fogo, "subiu no turbilhão para o céu" na presença de Eliseu, que herdou seu espírito. É um detalhe, esse, muito evidenciado no Oriente. Dão testemunho disso os muitos ícones, mormente russos, que representam Elias arrebatado da terra para as esferas celestes, numa carruagem puxada por cavalos chamejantes. Desde as Vésperas, já encontramos uma alusão a esse episódio e, nos tropários sucessivos, se fala do seu epifânico conhecimento de Deus, que se lhe manifestou no monte Horeb como no meio de uma "brisa suave." Os textos falam também da morte dos falsos profetas, depois da prova no monte Carmelo, da longa estiagem, sinal da punição divina e de outros episódios da sua vida. As três leituras bíblicas, excepcionalmente longas, lidas na tarde do dia 19 de julho, são extraídas do terceiro livro dos Reis (correspondente a lReis da Vulgata). Primeiramente se lê o capítulo 17 inteiro, depois uma boa parte dos capítulos 18 e 19. Na última leitura se lêem os versículos finais do capítulo 19, que tratam da vocação de Eliseu, e 2Reis (2,1-14) em que é narrado o episódio do manto que caíra dos ombros de Elias e que Eliseu apanhara, herdando assim também o seu espírito.

No tropário conclusivo, e no kontákion, assim é lembrado o profeta que apareceu junto com Moisés, na Transfiguração de Cristo:

Tropário (4º tom).

"Anjo na carne, fundamento dos profetas, segundo precursor da vinda do Cristo, o glorioso Elias, que do alto faz descer a graça sobre Eliseu, afasta as doenças e purifica os leprosos. Sobre os que o veneram faz jorrar as curas."

Kontákion (2º tom).

"Profeta de sublime nome, Elias, que prevês os grandes feitos do nosso Deus e submetes à tua palavra as nuvens portadoras de chuva, roga por nós ao único Amigo dos homens."

O profeta, nascido em Tesbes, além do Jordão, no país de Galaad, desde a primeira infância teve sonhos prodigiosos. Essa tradição foi transmitida por Santo Epifânio de Chipre e a encontramos escrita numa estrofe da Ode primeira do Cânon:

"Na hora do teu nascimento, ó profeta bem-aventurado, teu pai teve a revelação dum grande milagre, pois te viu nutrido por uma chama e envolvido em faixas chamejantes; por teus rogos, pois, livra-nos do fogo eterno."

O nome do profeta Elias significa "o-meu-Deus-é-Javé" - indica pois um programa de vida. Isso é demonstrado em numerosos episódios que o "próprio" do Ofício bizantino no dia 20 de julho, como sempre marcadamente baseado na Bíbia, várias vezes recorda e exalta. Em um breve hino das Vésperas encontramos:

"Tu paraste as águas do céu e por um corvo foste nutrido, confundiste os reis e fizeste morrer os sacerdotes de Baal; do alto do céu fizeste descer o fogo e por duas vezes fizeste perecer cinqüenta homens; tu alimentaste a viúva de Sarepta com o óleo e o pouco de farinha que lhe restava e por tua oração ressuscitaste-lhe o filho; acendeste o fogo sobre o altar encharcado e andaste sobre as águas do rio jordão; enfim foste arrebatado ao céu sobre um carro de fogo e agraciaste duplamente a Eliseu: intercede sem cessar junto de Deus, pela salvação das nossas almas."

A figura austera do profeta, suscitado por Deus para combater a idolatria no povo de Israel sob o reinado de Acab e de Ocozias, é ainda hoje venerado também pelos hebreus e pelos árabes. Para os cristãos bizantinos, a figura de Elias é ocasião de lembrar o ensinamento evangélico, como no texto deste ikos que apresentamos como conclusão:

"Ao ver a grande iniqüidade dos homens e o grande amor de Deus para com eles, o profeta Elias irritou-se e, indignado, dirigiu-se ao Deus de misericórdia com palavras impiedosas dizendo: 'ó justo juiz, vinga-te contra os que transgridem a tua lei!' Mas Deus, em sua ternura, não quis punir os que o haviam ofendido: como sempre, o único amigo dos homens aguarda a conversão de todos."

22 de julho: Santa Maria Madalena

Os cristãos do Oriente e do Ocidente celebram juntamente, nesse mesmo dia, Santa Maria Madalena.

A partir do papa Gregório Magno, na Igreja latina se começou a identificar a pessoa de Maria de Magdala com a homônima irmã de Lázaro e com a pecadora descrita pelo evangelista Lucas (7:36-50), e muitos foram os escritores eclesiásticos seguidores dessa teoria da unicidade das três mulheres. Já a Igreja constaritincipolitana sempre as distinguiu, dando destaque particular a Maria Madalena que vem apresentada como mirrófora e como "igual-aos-Apóstolos," título reservado a bem poucos.

Os dados essenciais sobre a santa os encontramos nos evangelhos. Nascida em Magdala (na época, província da Síria) tinha sido curada por Jesus: "da qual haviam saído sete demônios" (Lc 8,2) e a gratidão para com o Salvador se manifestou numa vida nova no seguimento dele.

Em seu coração ardia tamanha fé e amor para com Jesus Cristo que nada no mundo conseguiu apagá-los. Ao seu Senhor ela entregou inteiramente o seu espírito e o seu coração. Em Jesus se concentravam todos os seus pensamentos, desejos, esperanças. Em Jesus se encerrava o tesouro do seu coração e a vida da alma. Seguindo Jesus Cristo com profunda fé, Maria amava-o com ardor e desprendimento... Por Jesus era instruída sobre os mistérios do reino de Deus e o servia com os seus bens. Mesmo quando todos, abandonando-o, fugiram (Mc. 14:50), ela não se afastou do Salvador... Sem temer a fúria dos seus inimigos, desafiando a multidão que injuriava o Crucificado, ela o acompanhou até o GóIgota, aproximou-se da cruz para participar do seu sofrimento, com a sua presença confortou, na medida do possível, a imensa dor da puríssima Mãe de Jesus. Quis assistir ao sepultamento e à unção com os aromas perfumados.

Em seguida é narrado o que aconteceu a Maria de Magdala após a ressurreição de Cristo. Entre os textos litúrgicos bizantinos, próprios da santa, que se encontram no Minéon de julho no dia 22, eis o tropário conclusivo.

"Seguiste o Cristo, nascido para nós da Virgem, ó venerável Maria Madalena, observando seus preceitos e suas leis; e nós que celebramos tua santíssima memória, esperamos, através de tuas preces, ser libertados dos pecados."

Nas Vésperas se insiste sobre a presença da santa junto ao túmulo de Jesus e sobre o privilégio da primeira aparição do Ressuscitado:

"Preparaste aromas para o Cristo deposto no sepulcro, para aquele que doa a ressurreição a todos os mortos; e tendo-o visto por primeira, ó teófora Maria, em prantos te prosternaste diante dele. Roga-lhe para que conceda às nossas almas a paz e a graça da salvação."

É freqüente, nos textos litúrgicos bizantinos, a dramatização de cenas, nas quais são colocados nos lábios dos protagonistas os seus sentimentos. Várias vezes encontramo-la também no Ofício desse dia em que, por exemplo, enquanto está junto à cruz, a santa exclama:

"Que maravilha é esta? Como pode ser entregue à morte e perecer o destruidor da morte, que por sua natureza é a Vida?" (Ode oitava).

No segundo domingo depois da Páscoa o Oriente bizantino celebra as mirróforas, entre as quais está Maria Madalena, nomeada sempre em primeiro lugar. Também na festa de 22 de julho se relembra a sua "compaixão, na qual, misturando suas lágrimas, preparou os aromas" para o amado Mestre.

Também para o título "igual-aos-Apóstolos," que a liturgia bizantina lhe deu, encontramos textos alusivos, como neste ikos:

"A Luz do mundo, Cristo, vendo a vigilância da tua fé e a fidelidade do teu amor, apareceu por primeiro a ti, ressurgido do túmulo, enquanto te apressavas em levar a ele, o Inacessível, o miron unido às tuas lágrimas. Por recompensa te concedeu o que o Espírito reservava aos apóstolos: o mesmo poder e a mesma vontade; te enviou, pois, a anunciar a boa nova da sua ressurreição àqueles que tinham sido iniciados por ele; e tu intercedes pelo mundo em todo o tempo."

Na Ode quinta do Cânon se diz de Maria Madalena: "Após a maravilhosa ascensão do Salvador, percorreste o mundo para anunciar-lhe a sua palavra sagrada, tu discípula do Verbo..."

Agosto

1 Procissão com a preciosa e vivificante cruz Ss. Sete irmãos Macabeus, mártires (séc. II

a.C). S. Eleazar, mártir (séc. II a.C.).

Começa o período de jejum para a festa da Dormíção da

Mãe de Deus

2 Trasladação das relíquias de S. Estêvão, protomártir

(c.428).

3 Ss. Isaac (séc. I), Dalmato († 440) e Fausto († 451), mon.

4 Ss. Sete Crianças dormentes de Éfeso (c. 250).

5 Pré-festa da Transfiguração

S. Eusígnio, mártir († 362).

6 Transfiguração de Nosso Senhor, Deus e Salvador

Jesus Cristo

7 S. Domécio, o persa, mon. e mártir († 362).

8 S. Emiliano, confessor, bispo de Cízico († c. 735).

9 S. Matias, apóstolo [dos 70] (séc. I).

10 S. Lourenço, arquidiácono, mártir († 258).

11 S. Éuplio de Catânia, mártir († 304).

12 Ss. Fócio e Aniceto, mártires († 305).

13 Conclusão da festa da Transfiguração

Trasladação das relíquias de S. Máximo, o Confessor (c.680).

14 Pré-festa da Dormição da Mãe de Deus S. Miquéias, profeta (séc. VIII a.C.).

15 Dormição da Toda Santa, nossa Soberana, Mãe de Deus e sempre Virgem Maria

16 Trasladação de Edessa para Constantinopla da imagem " Aquiropita" do Nosso Senhor

Jesus Cristo (944) S. Diomedes, mártir (início do séc. IV).

17 S. Miro, mártir († c. 250) S. Elias de Enna (it.-gr. † 903).

18 Ss. Floro e Lauro, mártires (séc. II).

19 Ss. André, tribuno militar e cc., mártires (fim do séc. III) S. Bartolomeu de Semeri

(† 1130).

20 S. Samuel, profeta (c. 1.010 a.C.).

21 S. Bassa e filhos, mártires (início do séc. IV) S. Tadeu, apóstolo [dos 70] (séc. I).

22 Ss. Agatônico, Zófico e cc., mártires

23 Conclusão da festa da Dorniíção da Mãe de Deus S. Lopo, mártir (séc. IV).

24 S. Eutiques, hieromártir (séc. I).

25 Trasladação das relíquias de S. Bartolomeu, apóstolo (séc. VI) S. Tito, apóstolo [dos 70]

(séc. I).

26 Ss. Adriano e Natália, sua mulher, mártires (fim do séc. III).

27 S. Pímen, anacoreta († c. 450).

28 S. Moisés Etíope, anacoreta (séc. IV).

29 Degolação de S. João Batista, o Precursor (jejum).

30 Ss. Alexandre († 337), João II († 518) e Paulo († 784), arcebs. de Constantinopla

31 Deposição da preciosa cintura da SS. Mãe de Deus em Xalcopratia (séc. VI).

10 de agosto: São Lourenço, mártir

O diácono e mártir Lourenço, morto em Roma dia 10 de agosto do ano 258, é celebrado na mesma data, seja pelos católicos, seja pelos ortodoxos. O fato de ele, sendo romano de nascença, ter sacrificado a própria vida ao Cristo quase ao lado do seu pontífice, o papa Sixto II, que era grego de Atenas, dá uma atualidade ecumênica à sua figura, que bem cedo atraiu a admiração dos fiéis. Não existe uma Passio dedicada somente a ele, mas muitos documentos antigos fazem referência a São Lourenço e já o propunham como exemplo em seus escritos ou discursos: Santo Ambrósio, Santo Agostinho, São Máximo de Turim e outros ainda.

Roma sempre se distinguiu pela veneração do ilustre "protodiácono": a basílica que surgiu no Agro Verano foi erguida por ordem do imperador Constantino e é considerada a quinta em ordem de importância, após as de São João no Latrão, São Pedro, São Paulo e Santa Maria Maior. Foi, porém, o papa Pelágio II (579-590) que mandou construir uma outra basílica ad corpus, isto é, no nível do sepulcro de São Lourenço, subterrânea, muito próxima da constantiniana (à superfície do solo) e ligada a ela por escadas. Na atual basílica, do século XIII, o altar papal corresponde ao lugar onde foi sepultado o santo mártir, como o confirmaram os trabalhos de reconstrução que o papa Pio XII mandou executar para reparar os danos do bombardeio aéreo ocorrido em 19 de julho de 1943.

Mas a fama do santo estava espalhada por toda a parte.

"Filho da luz, filho do dia, gloriosíssimo mártir Lourenço, maravilhosamente te levantaste do Ocidente como sol para iluminar de vívido esplendor os confins do universo."

Assim canta uma estrofe do Cânon do dia 10 de agosto, ainda hoje em uso entre os ortodoxos e os católicos de rito bizantino.

É bem verdade que, dada a importância excepcional da festa da Transfiguração, com os seus sete dias de pós-festa, às vezes é omitido o segundo Cânon do santo, mas todo o Ofício, comumente com um "próprio" bastante extenso, ainda hoje permite que no Oriente São Lourenço seja conhecido e venerado. Os textos põem em evidência o seu particular martírio, sofrido no fogo. Desde as Vésperas iniciais encontramos:

"Das chamas materiais foste transformado em sacrifício de agradável odor e tornado digno das alegrias celestes"; "consumiste os carvões do culto aos falsos deuses deixando-te queimar e para nós tu és uma brasa que sempre alumia com seu claror os fiéis que elevam hinos à tua memória."

O kontákion do dia assim nos apresenta o santo:

"Teu coração ardia pelo fogo divino enquanto o fogo das paixões estava apagado, sustentáculo dos que sofrem, ó teóforo mártir Lourenço, e ao sofrer exclamaste com fidelidade: nada me separará do amor de Cristo."

A figura do arquidiácono Lourenço, representado sempre como um moço bonito, comumente revestido com a dalmática, e por vezes na atitude de distribuir os bens eclesiásticos (assim como fez também o beato Angélico), foi sempre fascinante e sobre ele se concentra a atenção, embora saibamos que no martírio estavam incluídas outras pessoas: o subdiácono Cláudio, o presbítero Severo, o leitor Crescenciano e o ostiário Romano. Como eles, quatro dias antes, tinham entregado a própria vida para o Cristo, o papa Sisto II, eleito no ano 257, e decapitado com outros seis diáconos no cemitério de Calisto, todos vítimas do segundo edito de perseguição de Valeriano. Também o soldado Hipólito, que tinha sido carcereiro de São Lourenço e por ele convertido à fé e, batizado, sofreu o martírio no ano 258.

Na Ode nona do Cânon bizantino de 10 de agosto, assim é exaltado o mártir Lourenço: "Ó maravilha! Como um sol, grande e glorioso, te elevaste do Ocidente, ó Bem-aventurado, para iluminar toda a Igreja com teus resplendores e aquecer o mundo com o ardor da tua fé."

Pouco depois outro texto assim reza:

"Ilustre e grande mártir que participas da exultação das legiões celestiais e do coro dos mártires junto do trono da fulgente Trindade, pede a luz e a paz para os fiéis que celebram tua esplendorosa memória e com júbilo te glorificam, santo arquidiácono Lourenço."

 

Para concluir

O Ano Litúrgico é a celebração do mistério de Cristo que se reatualiza para a nossa salvação e para a nossa divinização. Com gratidão elevamos a nossa oração repetindo o tropário que no livro litúrgico bizantino se encontra no dia 12 de setembro, primeiro dia do ano litúrgico bizantino, mas que agora é usado também no dia 1º de janeiro:

Tropário (2º tom).

"Ó Criador de todo o universo, que submeteste ao teu próprio poder as estações e os tempos, abençoa o início do ano que a tua bondade nos concede. Guarda, Senhor, na paz, os que nos governam, e assim todas as nações: pelas orações da Mãe de Deus, salva-nos."

 

Livros litúrgicos bizantinos

Apóstolos: Livro que contém os Atos dos Apóstolos, as Epístolas Paulinas e as

Epístolas Católicas, divididas em perícopes para a leitura na liturgia .

eucarística

Efchológhion: (Eucológio) Livro com os ritos dos sacramentos e outras orações para

bênçãos.

Evangeliário: Texto completo dos quatro evangelhos com a indicação das perícopes a

serem lidas nas assembléias litúrgicas.

Ieratikón: Livro para os sacerdotes. Contém o formulário das três liturgias

eucarísticas e as orações sacerdotais dos diversos ofícios.

Minéa: "Livro dos meses," com os textos das partes próprias para cada dia do mês (Minéon), em doze volumes, começando pelo dia 1º de setembro.

Októichos: (= Oito-ecos) Livro que contém o "próprio" dos oito tons da música

eclesiástica bizantína, correspondentes a um ciclo de oito semanas, que se repetem no decorrer do ano. Distinguimos o Pequeno októichos, que contém unicamente os Ofícios dos domingos, do Grande októíchos (no grego: Paraklitiki) com os Ofícios dos sete dias de cada semana, para cada um dos oito tons.

Orológhion: É o livro da Liturgia das Horas, com o ordinário" dos Ofícios diários. Contém também as partes principais dos Minea, Októichos, Triódion, Pentikostárion e outros formulários das orações mais usadas.

Pentikostárion: Livro com os Ofícios a partir do domingo da Páscoa até o domingo depois de Pentecostes.

Triódion: Este livro contém os Ofícios da Grande Quaresma, começando dos três domingos que a precedem, até o sábado santo.

Saltério: Contém os 150 salmos bíblicos divididos em 20 seções chamadas katismas, para uso litúrgico.

Léxico de alguns termos litúrgicos

Akáthistos: Hino que deve ser cantado de pé, composto por um kontákion, doze estrofes mais longas que terminam com uma aclamação e doze mais breves, que se concluem com o "Aleluia." Famoso o hino em honra da Mãe de Deus, cantado no 5º sábado da Quaresma.

Cânon: (= regra fixa) Composição poética que faz parte do Órthros (= ofício das Matinas). O Cânon é composto de nove Odes, cada uma com alguns tropários e com referência a um cântico bíblico. A Ode segunda é usada somente na Quaresma. Nesse tempo litúrgico encontramos cânones com apenas duas ou três Odes. Os cânticos bíblicos (recitados apenas na Quaresma, excetuado o último, que se recita todos os dias) são: Ex 15,1-20; Dt 32,1-44; lRs 2,1-11; Hab 3; Is 26,9-21; Jó 2,3-11; Dn 3,57-88; Lc 1,46-55.

Enkómia: Lamentações exaltando a pessoa de Jesus. São cantadas no Ofício do sábado santo.

Exapostilário: Oração do Ofício do Órthros, cantado depois do Cânon e antes das Laudes.

Katisma: Grupo de salmos ou orações que se rezam depois deles, no Órthros (o termo significa a posição de sentar, durante a récita desses salmos ou orações).

Kontákion: Estrofe de origens antigas, que resume o mistério da festa ou as características do santo. É cantada na liturgia eucarística e repetida em todas as Horas do Ofício divino.

Litia: "Súplica." É uma parte das Vésperas festivas, freqüentemente acompanhada por uma procissão.

Lucernário: Nome que se dá, às vezes, ao Ofício das Vésperas, com alusão evidente às luzes que se acendiam ao morrer o dia.

Órthros: Ofício que se celebra ao nascer do dia (=Matinas), muito longo e variado e que termina com as Laudes (não separáveis).

Stiquirá: Série de tropários que se cantam ou recitam no fim das Vésperas e do Órthros, intercalados com versículos de salmos (por vezes chamados Apósticha).

Tropário: Breve composiçao poética de métrica variável, cujo ritmo está baseado sobre o acento tônico. Os tropários podem-se distinguir conforme o seu conteúdo (da ressurreição, da Mãe de Deus, etc.), ou conforme o lugar em que se coloca dentro de um Ofício divino. Há um tropário principal, ou do dia (às vezes dois) repetido em todas as Horas canônicas e durante a liturgia eucarística. Este tropário é chamado, pelos gregos: Apolítikion (= que conclui), porque a primeira vez que se canta é no fim das Vésperas (1ª Hora canônica do dia litúrgico).

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Holy Protection Russian Orthodox Church

2049 Argyle Ave. Los Angeles, California 90068

Editor: Bishop Alexander (Mileant)

 

(ano_liturgico_3.doc, 03-08-2000)