Santa

Comunhão

O Mais Importante Sacramento da Igreja

Bispo Alexander (Mileant)

Traduzido por Maria Helena Pereira Nunes / Padre Pedro Oliveira.

 

A Importância da Eucaristia. Orações antes da Comunhão. O Cânon para a Santa Comunhão.

Orações depois da Comunhão.

O Estabelecimento da Santa Comunhão. A Eucaristia nos Tempos Apostólicos. O Preparo para a Santa Comunhão. Conclusão.

Duas Descrições Antigas da Divina Liturgia. Excertos da "Primeira Apologia" do Mártir Justino o Filósofo. Excertos da "Constituição dos Santos Apóstolos"

 

 

A Importância da Eucaristia

O Sacramento da Eucaristia (que significa ação de graças), também conhecido como Santa Comunhão, ocupa um lugar central na Igreja Ortodoxa. Enquanto em outros sacramentos materiais como água ou óleo são tão somente santificados, na Santa Comunhão os materiais do Sacramento, pão e vinho, são não somente santificados mas verdadeiramente transformados no Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Como resultado, quando um Cristão recebe a Santa Comunhão, recebe o próprio Jesus Cristo e junta-se a Ele. Tão grande é esse mistério que nenhuma explicação possível pode ser dada, de como isso acontece, e pode-se apenas dizer com gratidão: "Obrigado, meu Senhor!"

Somente a Ortodoxia e algumas igrejas primevas que mantém a fé e a crença que a Comunhão é o verdadeiro Corpo e Sangue de Cristo. Muitas igrejas Cristãs contemporâneas pensam que a Comunhão é a observância comemorativa da Última Ceia.

Todo Cristão Ortodoxo deveria estar agradecido a Deus pelo privilégio dado a ele e deveria participar desse Sacramento, tão freqüentemente quanto possível para a remissão de seus pecados, para cura da alma e do corpo e para vida eterna.

Nesse livreto, nós incluímos primeiro as orações para antes e depois da Comunhão porque serão necessárias mais freqüentemente. A seguir comenta-se como a Eucaristia foi instituída e o significado desse sacramento. Como adendo, o leitor encontrará excertos de dois documentos que descrevem como a Liturgia era celebrada nos tempos antigos e como os Cristãos encaravam esse sacramento.

 

 

Orações antes da Comunhão

Pelas orações dos nossos santos pais, Ó Cristo Nosso Deus, tem piedade de nós. Amém.

Glória a Ti, Ó nosso Deus, glória a Ti!

Rei dos Céus, Consolador, Espírito de Verdade, Tu que estás presente em tudo e enches tudo, Tesouro de bens e Doador da vida, vem e habita em nós, purifica-nos de toda a impureza e salva as nossas almas, Tu que és bom.

Deus Santo, Santo Forte, Santo Imortal, tem piedade de nós! (três vezes).

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Santíssima Trindade tem piedade de nós. Senhor, purifica-nos dos nossos pecados. Mestre, perdoa-nos as nossas iniquidades. Tu que és Santo, cura, pelo Teu Nome, as nossas enfermidades e visita-nos.

Gospodi Pomiluj, Gospodi Pomiluj, Gospodi Pomiluj.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Pai nosso, que estás no Céus,

Santificado seja o Teu Nome,

Venha a nós o Teu Reino,

Seja feita a Tua vontade,

Assim na Terra, como no Céu.

O pão nosso de cada dia, nos dá hoje,

Perdoa as nossas dívidas,

Assim como nós perdoamos aos nossos devedores;

E não nos deixes cair em tentação,

Mas livra - nos do maligno.

Gospodi Pomiluj (12 vezes).

Vinde, adoremos e prostremo-nos diante de Deus, nosso Rei!

Vinde, adoremos e prostremo-nos diante de Cristo, nosso Rei e Nosso Deus

Vinde, adoremos e prostremo-nos diante de Cristo, nosso Rei e Nosso Deus

Salmo 22

O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor por longos dias.

Salmo 23

Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios. Quem subirá ao monte do Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação. Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, Ó Deus de Jacó. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.жQuem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos; ele é o Rei da Glória.

Salmo 115

Cri; por isso, falei: estive muito aflito. Eu dizia na minha precipitação: todo homem é mentira. Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, agora, na presença de todo o seu povo. Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos. Ó Senhor, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas ataduras. Oferecer-te-ei sacrifícios de louvor e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor; que eu possa fazê-lo na presença de todo o meu povo, nos átrios da Casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém!

 

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Aleluia, aleluia, aleluia. Glória a Ti, Ó Deus. (três vezes).

Gospodi Pomiluj, Gospodi Pomiluj, Gospodi Pomiluj

 

Tropário, Tom 8: Senhor, não consideres as minhas transgressões, Tu que nasceste de uma Virgem, e purifica o meu coração. Faz dele um templo para o Teu Corpo e Sangue imaculados. Não me lances fora da Tua presença, Tu cuja misericórdia não tem medida.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo.

Como posso, indigno que sou, ousar aproximar-me para a Comunhão de Teus Santos Dons? Pois que se ousaste aproximar-me de Ti junto daqueles que são dignos, meus trajes me trairiam, pois não são trajes de festa, causando a condenação da minha alma pecadora. Lava, Senhor, a sujeira da minha alma, e salva-me pois Tu amas a humanidade.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Infinitamente multiplicados são os meus pecados, ó Theotokos; a ti dirijo-me , ó Puríssima, implorando salvação. Visita minha alma enfraquecida, e roga a teu Filho e nosso Deus que me conceda o perdão pelo mal que fiz, ó tu, única abençoada

Durante a Santa e Grande Quaresma dizer:

Enquanto os gloriosos apóstolos eram iluminados na lavagem dos pés, Judas, o ímpio, era atingido e obscurecido pelo amor ao dinheiro. E aos juizes sem lei entregou a Ti, o Justo juiz. Vê, ó amante do dinheiro, aquele que por este amor enforcou-se; foge desta alma insaciável que ousou tais coisas contra o Mestre. Ó Tu que és bom para com todos, Senhor, glória a Ti.

 

Salmo 50

Tem misericórdia de mim, Ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares. Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faz-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, Ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário. Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão. Livra-me dos crimes de sangue, Ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor. Porque te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, Ó Deus. Abençoa a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém. Então, te agradarás de sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; então, se oferecerão novilhos sobre o teu altar.

E imediatamente após:

 

O Cânon para a Santa Comunhão.

Segundo Tom.

ODE I

Irmos: Vinde, ó povo, cantemos um hino a Cristo nosso Deus, que dividiu o mar e guiou Seu povo para fora da servidão do Egito, pois Ele é glorificado.

Refrão: Cria em mim, Ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

Possa o Teu Santo Corpo ser para mim o Pão da vida eterna, Ó Senhor compassivo, e o Teu precioso Sangue ser a cura para toda a enfermidade.

Refrão: Não me lances fora da Tua presença nem retires de mim o Teu Espírito Santo.

Corrompido por meus feitos indecentes, eu, o miserável, sou indigno da comunhão do Teu puríssimo Corpo e divino Sangue, Ó Cristo, que Tu Te dignaste conceder-me.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Ó abençoada noiva de Deus, ó solo fértil de onde brotou o Milho não semeado para a salvação do mundo, concede-me que seja salvo ao comungar d’Ele.

ODE III

Irmos: Estabelecendo-me na rocha da fé, Tu abriste a minha boca sobre os meus inimigos, por isto meu espírito rejubila quanto canto: Não há santo como o nosso Deus, nem justo como Tu, Ó Senhor

Cria em mim, Ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

Concede-me lágrimas, Ó Cristo, para a purificação de meu coração impuro, para que limpo e com a consciência tranqüila, eu possa aproximar-me com fé e temor, Ó Mestre, da Comunhão dos Teus divinos Dons.

Não me lances fora da Tua presença nem retires de mim o Teu Espírito Santo.

Que o Teu puríssimo Corpo e divino Sangue sejam para a remissão dos meus pecados, para a comunhão com o Espírito Santo e para a vida eterna, Ó Amigo dos homens, e para o afastamento das paixões e sofrimentos.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Ó Tu, santíssimo tabernáculo do Pão da Vida que por misericórdia veio do alto para dar a vida nova ao mundo, concede até mesmo a mim, indigno que sou, que como d’Ele com temor, e viva.

ODE IV

Irmos: De uma Virgem vieste, não como embaixador ou como um anjo, mas o próprio verdadeiro Senhor encarnado, e salvaste a mim, inteiramente homem. Por isto a Ti clamo: Glória ao Teu poder , Senhor.

Cria em mim, Ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

Ó Tu que encarnaste para nossa salvação, Misericordioso, Tu quiseste ser sacrificado como um cordeiro pelos pecados da humanidade. Por isto rogo a Ti que apagues também os meus pecados.

Não me lances fora da Tua presença nem retires de mim o Teu Espírito Santo.

Cura as feridas da minha alma, Ó Senhor, e santifica-me por inteiro, e concede a mim, miserável que sou, participar de Tua divina Mística Ceia.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Propicia-me também aquele que veio de teu ventre, ó Senhora, e conserva imaculado e sem culpa, a mim teu servo, para que obtendo a Pérola espiritual eu possa ser santificado.

ODE V

Irmos: Ó Senhor, Doador da luz e Criador das eras, guia-nos na luz dos Teus mandamentos, pois não conhecemos outro Deus.

Cria em mim, Ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

Como predisseste, Ó Cristo, que assim seja para comigo, Teu servo iníquo, e como prometeste habita em mim; para isto, vê, como do Teu divino Corpo e bebo do Teu Sangue.

Não me lances fora da Tua presença nem retires de mim o Teu Espírito Santo.

Ó Verbo de Deus e Deus, possa a brasa viva do Teu Corpo ser luz para mim que estou nas trevas, e o Teu Sangue lave a minha alma impura.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Ó Maria, mãe de Deus, precioso tabernáculo de perfume, pelas tuas orações, torna-me um vaso escolhido, para que eu possa partilhar do Sacramento de teu Filho.

 

ODE VI

Irmos: Arrastado para o abismo do pecado, apelo para o insondável abismo da Tua compaixão: Levanta-me da corrupção Ó Deus.

Cria em mim, Ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

Ó Salvador, santifica o meu pensamento, minha alma, meu coração e meu corpo, e concede-me que sem condenação, Mestre, possa aproximar-me dos Teus temíveis Mistérios.

Não me lances fora da Tua presença nem retires de mim o Teu Espírito Santo.

Concede-me que eu possa livra-me das paixões e ser assistido pela Tua Graça, e ser fortalecido pela comunhão de Teus Santos Mistérios, Ó Cristo.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Ó Santo verbo de Deus e Deus, santifica-me por inteiro assim como agora apresento-me para Teus divinos Mistérios, pelas orações da Tua santa Mãe.

Gospodi pomiluj. (3 vezes)

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Kontakion, Tom 2: Não me consideres indigno, Ó Cristo, de receber agora o Pão que é o Teu Corpo e o Teu divino Sangue, e de compartilhar, Ó Mestre, dos Teus puríssimos e temíveis Mistérios, apesar de ser o miserável que sou. Não permitas que isto seja para mim motivo de julgamento, mas para a vida imortal e eterna.

ODE VII

Irmos: As sábias crianças não serviram ao ídolo de ouro, mas foram lançadas as chamas e insultaram os deuses pagãos. Em meio as chamas clamaram e o anjo fez chover o orvalho sobre eles: As preces de vossos lábios já foram ouvidas.

Cria em mim, Ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

Que a comunhão dos Teus Mistérios imortais, a fonte de bênçãos, Ó Cristo, possa ser para mim agora luz, e vida, e temperança, e que eu possa prosperar e crescer nas diviníssimas virtudes, Ó Único Bom, para que eu possa glorificar-Te.

Não me lances fora da Tua presença nem retires de mim o Teu Espírito Santo.

Para que possa ser libertado das paixões, dos inimigos, necessidades, e de todo o sofrimento, aproximo-me agora com temor, amor e respeito, dos Teus imortais e divinos Mistérios, Ó Amigo do homem. Concede-me Te louvar: Bendito és Tu, Ó Senhor Deus de nossos pais.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Ó Tu que és cheia de graça, que incompreensivelmente deste a luz a Cristo Salvador, eu, teu servo impuro, rogo-te, ó Toda Pura: Lava-me de toda a impureza da carne e do espírito, a mim que a gora aproximo-me dos puríssimos Mistérios.

ODE VIII

Irmos: O Deus que desceu sobre os jovens hebreus na fornalha e transformou as chamas em orvalho, louvai-O como Senhor, ó obras Suas, e exaltai-O por todos os séculos.

Cria em mim, Ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

De Teus celestes e temíveis Mistérios, Ó Cristo, de Tua divina Mística Ceia, concede-me partilhar, Deus meu Salvador, até mesmo a mim, miserável que sou.

Não me lances fora da Tua presença nem retires de mim o Teu Espírito Santo.

Buscando refúgio em Teu amor, Ó Único Bom, com temor clamo-Te: Habita em mim, Ó Salvador, e eu, como disseste, em Ti. Para isto, na esperança da Tua misericórdia, como de Teu Corpo e bebo de Teu Sangue.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Tremo consumindo-me em fogo, deixa-me ser consumido como cera e grama. Ó temível Mistério! Ó amor de Deus! Como pode ser que eu, que não sou senão argila, ao comungar o divino Corpo e Sangue, seja feito incorruptível?

ODE IX

Irmos: O Filho do incriado Pai, Deus e Senhor, apareceu para nós encarnado da Virgem, para iluminar aqueles que estavam nas trevas e para reunir os dispersos. Por isto nós te glorificamos, ó Theotokos.

Cria em mim, Ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.

Provai e comei, Isto é Cristo! Para nossa salvação, o senhor fez-se como nós, e ofereceu-se em sacrifício a Seu Pai, e para sempre será sacrificado, santificando, assim, aqueles que d’Ele participam.

Não me lances fora da Tua presença nem retires de mim o Teu Espírito Santo.

Que eu seja santificado em alma e corpo, Ó Mestre, que eu seja iluminado, salvo, e torne-me a Tua morada pela comunhão dos Teus santos Mistérios, tendo a Ti com o Pai e o Espírito habitando em mim, Ó Benfeitor cheio de misericórdia.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo.

Possam o Teu Corpo e o Teu preciosíssimo Sangue, meu Salvador, ser em mim como fogo e luz, consumindo a substância do pecado, e queimando os espinhos das paixões, iluminando-me por inteiro para que eu possa louvar a Tua Divindade.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Deus tomou carne do teu puro sangue; por isto todas as gerações te louvam, ó Senhora, e multidões de seres celestes te glorificam, pois através de ti, revestido da nossa natureza humana, foi claramente visto Aquele que regula todas as coisas.

E logo em seguida:

Verdadeiramente, é digno e justo que Te bendigamos, ó Bem aventurada Mãe de Deus. Tu mais venerável que os querubins e incomparavelmente mais gloriosa que os Serafins, deste a luz o verbo de Deus, conservando intacta a Glória da tua virgindade. Nós te glorificamos, ó mãe do nosso Deus

Deus Santo, Santo Forte, Santo Imortal, tem piedade de nós! (3 vezes)

Santíssima Trindade tem piedade de nós. Senhor, purifica-nos dos nossos pecados. Mestre, perdoa-nos as nossas iniquidades. Tu que és Santo, cura, pelo Teu Nome, as nossas enfermidades e visita-nos.

Pai nosso, que estás no Céus,

Santificado seja o Teu Nome,

Venha a nós o Teu Reino,

Seja feita a Tua vontade,

Assim na Terra, como no Céu.

O pão nosso de cada dia, nos dá hoje,

Perdoa as nossas dívidas,

Assim como nós perdoamos aos nossos devedores;

E não nos deixes cair em tentação,

Mas livra - nos do maligno.

Tropário do Dia, se for a festa da Natividade de Cristo. Se for Domingo, o tropário daquele Domingo no respectivo tom. Se não, serão estes a seguir:

Tom 6: Tem piedade de nós, Senhor, tem piedade, pois sem nenhuma outra defesa, nós pecadores, oferecemos esta oração a Ti, Mestre: tem piedade de nós.

Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo.

Tem piedade de nós, Senhor, pois em Ti depositamos nossa esperança, não Te enfureças conosco nem Te lembre das nossas iniquidades; mas na Tua compaixão lança o Teu olhar sobre nós e livra-nos dos nossos inimigos pois Tu és o nosso Deus e nós somos o Teu povo; somos obras das Tuas mãos e invocamos o Teu nome.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Abre sobre nós as portas da compaixão, bendita Theotokos, não nos deixes perecer pois em ti depositamos nossa esperança; livra-nos das adversidades pois tu és a salvação do povo cristão.

Gospodi pomiluj. (40 vezes) (fazer tantas reverências – pequenas e grandes metanóias – quanto se queira)

E em seguida:

Se desejas, ó homem, comungar o Corpo do Mestre,

Aproxima-te com temor, deixa-te arder, pois Ele é chama.

E quando fores tomar do Divino Sangue na comunhão,

Reconcilia-te, primeiro, com aqueles que te causaram o mal

Só então ousa comungar o Místico Alimento.

E ainda:

Antes de participar do maravilhoso Sacrifício do Corpo doador da vida do Mestre, depois disto ora com tremor.

Oração de São Basílio, O Grande, 1:

Senhor Jesus Cristo, nosso Deus Soberano, fonte da vida e imortalidade, Criador de todos os seres visíveis e invisíveis, Filho eterno e unigênito de Deus eterno, que pela Tua inefável benevolência desejaste nos últimos dias Te revestir de corpo, ser crucificado e sepultado por causa de nós, indignos e maldosos, e renovar com Teu Sangue, nossa natureza corroída pelo pecado: Tu, Rei imortal, receba a penitência deste pecador, reclina-Te para mim e ouve-me: pequei, Senhor, pequei perante o Céu e perante Ti, e já não sou digno de olhar para as alturas de Tua glória. Enfureci Tua bondade, transgredi as Tuas leis e desobedeci Tua vontade. Mas Tu, Bondoso Senhor, paciente e misericordiosíssimo, não me deixaste perecer com toda a minha iniquidade, sempre aguardando o meu arrependimento. Tu disseste, Ó Senhor, a Teus profetas: Não desejo a morte do pecador, mas que ele se arrependa e viva eternamente. Tu não desejas, Ó Soberano, que a obra de Tuas mãos pereça, nem Te apetece a perdição do homem, mas desejas que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Por isso e eu, mesmo sendo indigno do Céu, da Terra e desta vida passageira, pois estou submerso no pecado, afundado nas paixões e maculei a Tua imagem. Porém sou obra e criatura de Tuas mãos e por isso não me desespero da salvação, mas me entrego todo à Tua infinita misericórdia. Receba-me, Ó Senhor benevolente, como recebeste a meretriz, o ladrão, o publicano e o pecador, e perdoa todos os meus pesados pecados, Tu que redimiste os pecados do mundo, que curas as doenças dos sofredores; que chamas a Si os trabalhadores e sofredores e os consolas; que vieste para chamar não os justos, mas os pecadores para o arrependimento e penitência. Limpa-me de toda a iniquidade do corpo e da alma, e ensina-me a praticar a santidade do Teu temor. E, tendo assim, limpa a consciência, e recebendo os Teus Santos Dons, me junte aos Teus Santíssimos Corpo e Sangue e tenha a Ti vivendo em mim com o Pai e o Teu Espírito Santo. Ó Senhor Jesus Cristo, Deus meu, que esta comunhão dos Teus Santos Dons não seja para meu juízo, nem para enfraquecimento do corpo e da minha alma, pois sei que estou recebendo-Os indignamente. Porém, Senhor, até o meu último suspiro permita-me receber sem condenação os Teus Santos Mistérios, unir-me ao Espírito Santo, receber a vida eterna e uma sentença favorável no Teu Juízo Final. Para que, assim, eu esteja entre os Teus escolhidos e seja participante dos bens eternos, que preparaste, Senhor, para que os que Te amam, nos quais És bendito por todos os séculos. Amém.

Oração de nosso Pai entre os Santos, João Crisóstomo, 2:

Senhor meu Deus, sei que não sou digno de que entres sob o teto do templo da minha alma, pois tudo está vazio e decaído e não tens em mim um lugar digno para repousares a Tua cabeça. Mas assim como do alto Tu desceste para nossa salvação, desce também agora até a minha baixeza, e assim como consentiste deitar-Te numa gruta e na manjedoura de animais mudos, consente também deitar-Te na manjedoura da minha alma irracional e entrar em meu corpo impuro. Assim como não Te recusaste a entrar e ceiar com os pecadores na casa de Simão, o leproso, concede-me entrares na casa da minha alma leprosa e pecadora. Assim como não rejeitaste a meretriz e pecadora como eu quando ela aproximou-se e tocou-Te, sê compassivo também para comigo quando eu me aproximar e tocar-Te. Assim como não Te enfureceste contra os lábios dela, impuros e indignos, que Te beijaram, também não Te enfureças contra os meus lábios indignos, contra a minha boca abominável e impura, nem contra minha língua poluída e suja. Permite que a brasa ardente do Teu santíssimo Corpo e do Teu precioso Sangue seja para minha santificação e iluminação, saúde para a minha alma e meu corpo, para o alívio da carga de tantos pecados, para a preservação contra as artimanhas do demônio, para a expulsão e a proibição dos meus hábitos vis , para mortificação das paixões, para a manutenção dos Teus mandamentos, para a aplicação da Tua divina graça, para a aquisição do Teu reino. Pois não é com escárnio que me aproximo de Ti, Ó Cristo Deus, mas como alguém que crê na Tua inefável bondade, e para que não me torne presa do lobo espiritual por abster-me da Tua comunhão. Por isto Te rogo, Ó Único Santo: Mestre, santifica a minha alma e o meu corpo, minha mente e o meu coração, meu ventre e meu interior e renova-me inteiramente. Instala em meus membros o temor de Ti, tornando inalienável para mim a Tua santificação. Sê o meu socorro e defesa, guiando a minha vida em paz. Concede-me também estar a Tua direita com os Teus santos, pelas súplicas e intercessões de Tua puríssima Mãe, dos Teus ministros imateriais e hostes imaculadas, e de todos os santos que pelos séculos têm sido agradáveis a Ti. Amém.

Oração de Simeão Metafrastes, 3:

Senhor puro e sem pecado que pela inefável compaixão do Teu amor pelos homens tornaste toda nossa substância do puro e virgem sangue daquela que sobrenaturalmente carregou-Te pela descida do Espírito Divino e boa vontade do Pai eterno; Ó Cristo, Sabedoria de Deus, Paz e Poder, Tu que ao assumires a nossa natureza tomaste sobre Ti Tua vivificante e salvadora Paixão – a Cruz, os cravos, a lança e a morte: mortifica as paixões do meu corpo que corrompem a minha alma. Tu que pelo Teu sepultamento tornaste cativo o reino do hades, sepulta com bons pensamentos meus esquemas malignos e destrói os espíritos do mal. Tu, que pela Tua vivificante Ressurreição ao terceiro dia ergueste nossos ancestrais decaídos, ergue-me a mim que escorrego em direção ao pecado, colocando a minha frente os caminhos do arrependimento. Tu que pela Tua gloriosíssima Ascensão deificaste a carne que tomaras e a honraste com um lugar à direita do Pai, concede-me que, ao participar dos Teus santos Mistérios, eu obtenha também um lugar à Tua direita junto aqueles que foram salvos. Tu que pela descida do Teu Espírito, o Consolador, tornaste Teus santos discípulos vasos dignos, mostra-me também como ser um receptáculo para Sua descida. Tu que virás de novo para julgar o mundo com justiça, digna-Te a permitir que eu também Te encontre, nos céus, meu Juiz e meu Criador, com todos os Teus santos; que eu possa incessantemente glorificar e louvar a Ti, e Teu Santíssimo, bom e vivificante Espírito, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Do Divino Damasceno, 4:

Ó Mestre, Senhor Jesus Cristo, nosso Deus, Tu que és o Único com autoridade para perdoar os pecados dos homens: Tu, que és Bom e amas a humanidade, releva todas as minhas ofensas, quer tenham sido cometidas com conhecimento ou em ignorância. E concede-me participar sem perigo de condenação dos Teus Divinos, gloriosos, imaculados e vivificantes Mistérios: não como opressão, nem castigo, nem para aumento dos pecados, mas para purificação e santificação, e como promessa de vida e do reino que há de vir, como baluarte e socorro, para a destruição dos inimigos, e para apagar as minhas muitas transgressões. Pois Tu és um Deus de misericórdia, compaixão e amor pela humanidade, a Ti damos glória, com o Pai e o Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém

De São Basílio, o Grande, 5:

Senhor, sei que indignamente participo do Teu imaculado Corpo e de Teu precioso Sangue, e que sou culpado, e assim como e bebo condenação para mim não reconhecendo Teu Corpo e Teu Sangue, nem Cristo e meu Deus; mas tirando coragem da Tua compaixão aproximo-me de Ti que disseste: quem come a Minha Carne e bebe Meu Sangue, estará em Mim e Eu nele. Mostra a Tua compaixão, Senhor, e não me acuses, pecador que sou, mas trata-me segundo a Tua misericórdia; e que estes Santos Dons sejam para a cura, a purificação, a iluminação, a preservação, a salvação e a santificação da alma e do corpo; para o afastamento de toda a fantasia, das práticas maldosas, e das atividades que o demônio mentalmente articula sobre meus membros; para a confiança e amor por Ti, para a correção da vida, para a firmeza, o crescimento das virtudes e da perfeição, para o cumprimento dos mandamentos, para a comunhão do Espírito Santo, como condição para a vida eterna, como defesa aceitável no Teu temível tribunal e não para julgamento ou condenação.

Uma oração de São Simeão, o novo Teólogo, 6:

De lábios imundos, de um coração abominável, de uma língua impura, de uma alma obscurecida, aceita, Ó Cristo, a minha súplica, e não me desprezes, nem as minhas palavras, nem os meus caminhos, nem a minha falta de vergonha. Concede-me, meu Cristo, humildemente dizer o que desejo. Ou antes, ensina-me o que devo fazer e dizer. Pequei mais do que a mulher pecadora que, sabendo onde Te encontravas, Trouxe-Te mirra e ousou ungir Teus pés, meu Deus, meu Mestre e meu Cristo. Ó Verbo, assim como não a rejeitaste quando ela aproximou-se de Ti, não Te enfureças comigo, mas concede-me Teus pés para que Eu Os seque e beije, e que minhas lágrimas, como preciosa mirra, ousem ungi-Los. Lava-me e purifica-me com as minhas lágrimas, Ó Verbo, apaga as minhas transgressões e concede-me o perdão. Tu conhece a multidão das minhas maldades, Tu também conheces as minhas dores e curas as minhas feridas; conheces também a minha fé e observas as minhas boas intenções e ouves o meu pranto. Nada Te é oculto, nem as lágrimas, nem uma parte dela. Minhas ações ainda não cometidas Tu já as viste, e em Teu livro mesmo aquilo que ainda não foi feito está escrito por Ti. Vê a minha baixeza, vê a minha labuta, como é grande, e retira de mim todos os meus pecados, Ó Deus de tudo: com um coração puro, tremor em meus pensamentos e uma alma contrita, possa eu participar dos Teus imaculados e santíssimos Mistérios, pelos quais aquele que come e bebe com pureza de coração é prontamente deificado. Tu disseste, Mestre: quem come a Minha Carne e bebe Meu Sangue está em Mim e Eu nele. Verdadeiras são todas as palavras de meu Mestre e Deus; pois qualquer que participe da divina e deificante graça não está mais sozinho mas está Contigo, meu Cristo, a Luz tríplice que ilumina o mundo. E possa eu nunca ficar sozinho sem Ti, Doador da vida, meu Fôlego, minha Vida, meu Júbilo, Salvação do mundo, por isto lanço-me em Tua direção, como podes ver, com lágrimas e a alma contrita. Suplico-Te, Ó Resgate de minhas ofensas, que me recebas e que eu possa participar de Teus vivificantes e perfeitos Mistérios sem risco de condenação, que Tu permaneças comigo, triplamente indigno que sou, como Tu prometeste, para que o enganador, encontrando-me sem a Tua graça, ardilosamente não se apodere de mim, e tendo me logrado, lance-me para longe das Tuas deificantes palavras. Assim prostro-me diante de Ti e com fervor Te clamo: como recebeste o filho pródigo e a mulher pecadora, Ó Compassivo, recebe também a mim, pródigo e devasso que sou. Com a alma contrita venho a Ti. Sei, meu Salvador, que ninguém pecou contra Ti como eu, nem cometeu as iniquidades que cometi. Mas sei também que nem a magnitude das minhas ofensas nem a multidão dos meus pecados ultrapassam o abundante sofrimento do meu Deus e Seu ilimitado amor pela humanidade; mas misericordiosamente Tu purificas e iluminas aqueles que se arrependem, e os fazes partícipes da luz da Tua divindade sem restrição. E estranho aos anjos e a mente dos homens tu conversaste com eles muitas vezes como com Teus verdadeiros amigos. Estas coisas tornam-me arrojado, elas dão-me asas, Ó Cristo. E tirando coragem da riqueza das Tuas bênçãos sobre nós, rejubilando e tremendo, participo do Fogo, eu que sou erva. Estranha maravilha! Ardo sem ser consumido, como a sarça de outrora. Com o pensamento e o coração agradecidos, com gratidão em meus membros, alma e corpo, louvo-Te agora, e glorifico-Te, meu Deus, pois bendito és Tu, agora e pelos séculos.

Outra oração de S. J. Crisóstomo, 7:

Ó Deus, desata, apaga e perdoa as minhas transgressões pois pequei contra Ti, por palavras, atos e pensamento, voluntária ou involuntariamente, consciente ou inconscientemente; perdoa-me tudo pois Tu és bom e amas a humanidade. E pela intercessão da Tua puríssima Mãe, de Teus ministros noéticos, das santas hostes e de todos os santos que através dos séculos Te foram agradáveis, concede-me sem perigo de condenação Teu santo e imaculado Corpo e precioso Sangue, para a cura da alma e do corpo e para a purificação dos meus maus pensamentos. Pois a Ti pertence o reino, o poder e a glória, com o Pai e o Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Do mesmo santo, 8:

Mestre e Senhor, não sou digno que entres sob o teto da minha alma, mas porque amas a humanidade, ouso aproximar-me de Ti: vem e habita em mim. Tu ordenaste: devo abrir as portas que Tu criaste de maneira a que Tu entres e ilumines o meu pensamento obscurecido. Creio ser este o Teu desejo pois tu não rejeitaste a mulher pecadora quando a Ti ela veio em lágrimas, nem rejeitaste o publicano arrependido, nem o ladrão que reconheceu Teu Reino, nem deixaste o acusador arrependido entregue a si mesmo; todos eles vieram ter Contigo arrependidos e Tu os contaste dentre os Teus amigos, Ó Tu que és o Único bendito, agora e sempre, e eternamente. Amém.

Do mesmo Santo, 9:

Senhor Jesus Cristo meu Deus, desata, apaga, lava e perdoa o Teu servo pecador, inútil e indigno, as minhas transgressões e ofensas e quedas no pecado que cometi contra Ti desde a minha juventude até este dia e hora, consciente ou inconscientemente, em palavras e atos, em pensamento e imaginação, por hábito e com todos os meus sentidos. E pela intercessão daquela que sem semente deu-Te a luz, a puríssima e Sempre Virgem Maria, Tua Mãe, minha única esperança, mediação e salvação, concede-me sem perigo de condenação participar dos Teus imaculados, imortais, vivificantes e maravilhosos Mistérios, para a remissão dos pecados e para a vida eterna, para santificação e iluminação, força, cura e saúde da alma e do corpo, e para consumir e destruir completamente os meus maus pensamentos, as intenções, os preconceitos e fantasias noturnas inspiradas pelos espíritos malignos; pois a Ti pertence o reino, o poder, e a glória, e a honra e o louvor, com o Pai e o Teu Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Outra oração de São João Damasceno, 10:

Estou de pé diante das portas do Teu templo pois ainda não me libertei dos meus pensamentos malignos. Ó Cristo Deus, Tu que justificaste o publicano, que tiveste misericórdia da mulher de Canaã, que abriste as portas do paraíso ao ladrão arrependido, abre para mim as profundezas do Teu amor pela humanidade e recebe-me, a mim que venho e toco em Ti, como recebeste a mulher pecadora e a que tinha um fluxo de sangue, pois uma foi facilmente curada ao tocar a orla das Tuas vestes e a outra por tocar Teus pés teve os pecados absolvidos. Indigno que sou, ouso receber Teu Corpo inteiro. Não me deixes ser consumido pelo fogo, mas como Tu as recebeste, recebe-me também, e ilumina os meus sentidos espirituais, queimando meus erros pecaminosos; pela intercessão daquela que sem semente deu-Te a luz, e dos poderes celestes, pois Tu és bendito pelos séculos dos séculos. Amém.

Outra oração de S. J. Crisóstomo:

Creio e confesso, Senhor, que Tu és, em verdade, o Cristo, Filho de Deus Vivo, vindo a este mundo salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Creio também que estes Dons são o Teu santíssimo e puríssimo Corpo e o Teu Sangue venerável e precioso. Aceita-me hoje, Senhor, à Tua mística Ceia como um conviva, Ó Filho de Deus, pois eu não desvendarei os Teus Mistérios aos Teus inimigos, eu não Te darei um beijo como Judas, mas, como o bom ladrão, eu Te confesso: lembra-Te de mim, Senhor, no Teu Reino. Que a recepção dos Teus Santos Mistérios, Senhor, não seja para mim motivo de julgamento e de condenação, mas sirva para a cura da minha alma e do meu corpo. Senhor, eu não sou digno de que entres em mim, mas diz uma só palavra e minha alma será salva.

Ao aproximar-se da Comunhão, dizer consigo estas palavras de S. Metafrastes:

Vê, aproximo-me da Divina Comunhão.

Ó Criador, não me deixes queimar pela comunhão.

Pois Tu és o Fogo, que consome aquele que é indigno.

Antes, purifica-me de toda a impureza.

Depois dizer de novo:

Da Tua mística Ceia, Ó Filho de Deus, recebe-me hoje como partícipe; pois eu não desvendarei os Teus Mistérios aos Teus inimigos, eu não Te darei um beijo como Judas, mas, como o bom ladrão, eu Te confesso: lembra-Te de mim, Senhor, no Teu Reino.

A seguir, estas linhas:

Teme, ó mortal, ao ver o deificante Sangue;

Pois que Ele é o fogo que consome o indigno.

O Divino Corpo deifica-me e nutre-me.

Ele deifica o espírito e maravilhosamente nutre o pensamento.

A seguir, os Tropários:

Tu me adoçaste com Teu amor, Ó Cristo, e com Teu zelo, Tu me transformaste. Consome meus pecados no fogo imaterial e concede-me ser tomado de alegria em Ti. Que eu possa, jubiloso, glorificar as Tuas duas vindas.

Na radiante companhia dos Teus santos, como posso eu, o indigno, entrar? Pois se ouso entrar na câmara nupcial, minhas vestes me traem, pois que não são próprias para as bodas, e então serei lançado para fora por Teus anjos. Ó Senhor, limpa a minha alma poluída e salva-me, pois Tu amas a humanidade.

A seguir, esta oração

Ó Mestre que amas a humanidade, Senhor Jesus Cristo, meu Deus, não deixes que estes Santos Dons sejam motivo de julgamento, pois sou indigno, mas sirvam para a purificação e a santificação da alma e do corpo, como uma promessa de vida e do reino que hão de vir. Pois é bom para mim ser fiel a Deus, e ter no Senhor a esperança da minha salvação.

E de novo:

Da Tua mística Ceia, Ó Filho de Deus, recebe-me hoje como partícipe; pois eu não desvendarei os Teus Mistérios aos Teus inimigos, eu não Te darei um beijo como Judas, mas, como o bom ladrão, eu Te confesso: lembra-Te de mim, Senhor, no Teu Reino.

 

Orações depois da Comunhão

Glória a Ti, o Deus! (3 vezes).

Primeira Oração

Agradeço-Te, ó Senhor meu Deus, por não teres rejeitado, a mim pecador, mas tornaste-me compartilhante de Teus Santos Mistérios.

Agradeço-Te por teres me permitido, embora indigno, receber (comungar) os Teus Puríssimos Dons Celestiais. Porém, Senhor Benevolente, que morreste e ressuscitaste por nossa causa, e destenos estes temíveis e Vivificantes Mistérios para o bem e Santificação de nossas almas e corpos, concede para que em mim eles sejam para a cura do corpo e da alma, para a libertação de todo o inimigo, para a iluminação dos olhos do meu coração, para a paz das minhas forças espírituais, para uma fé inquebrável, para um amor sincero, plenitude da sabedoria, cumprimento os Teus mandamentos, aumento da Tua Divina Graça e ajuntar-me ao Teu Reino; para que mantido por Eles na Tua Santidade, sempre me lembre da Tua graça e não viva mais para mim, mas para Ti, nosso Soberano e Benfeitor. E assim, ao partir desta vida na esperança da vida eterna, possa alcançar o descanso eterno onde é constante a voz dos que se rejubilam e incessante a felicidade dos que contemplam a beleza indizível de Tua face.

Pois Tu És, ó Cristo nosso Deus, o desejo verdadeiro e a felicidade inefável dos que Te amam, e a Ti louva toda a criação por toda a eternidade. Amém.

Segunda Oração

(de São Basilio o Grande)

O Cristo Deus Soberano, Rei dos séculos e Criador de todas as coisas, agradeço-Te por todos os bens que me tens dado e pela comunhão dos Teus Puríssimos e Vivificantes Mistérios. Rogo-Te, misericordioso e amante da humanidade, guardame sob a Tua proteção, à sombra de Tuas asas, e conceda-me com consciência pura, até o meu último suspiro, receber dignamente os Teus Santos Dons, para a remissão dos pecados e alcançar a vida eterna. Pois Tu És o Pão da Vida, a Fonte da Santidade, Doador dos bens: a Ti rendemos glória, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, agora e sempre pelos séculos dos séculos. Amém.

Terceira Oração

(de São Simeão Metafrastes)

Por Tua vontade me deste o Teu Corpo em alimento, ó Fogo que consome os indignos, não me consumas, o meu Criador. Porém, entra em meus membros, em todo o meu ser, no coração e na alma. Queima os espinhos de todos os meus pecados. Purifica a alma, santifica os pensamentos, firma as ligaduras juntamente com os ossos. Ilumina os meus sentidos, fixa todo o meu ser no Teu temor. Guarda, protege e livra-me sempre de toda ação ou palavra destruidora da alma. Purifica-me, lava e adorna: torna-me bondoso, compreensivo e iluminado. Faça-me morada somente de Teu Espírito, e nunca a do pecado. Que desta Tua casa, pela entrada da Comunhão, fuja, como do fogo, todo o mal e todo o vício. Ponho diante de Ti as orações de todos os santos, das potestades angelicais, do Teu precursor, dos sábios apóstolos, juntamente com Tua pura e imaculada Mãe, cujas preces, ó Cristo meu, aceita com compaixão e faze deste Teu servo um filho da luz. Somente Tu trazes, ó Bondoso, a santidade e a luz às nossas almas, e diariamente nós te rendemos a glória, que a Ti é devida com Deus e Senhor.

Quarta Oração

Que o Teu Santo Corpo seja para a minha vida eterna, ó Senhor Jesus Cristo, nosso Deus, o Teu Precioso Sangue para a remissão dos pecados. Que seja este agradecimento para minha alegria, saúde e satisfação, e no dia do Teu terrível segundo advento permita-me ficar à mão direita da Tua glória, pelas orações de Tua Mãe puríssima e de todos os santos.

Quinta Oração

Santíssima Soberana, Mãe de Deus, luz de minha alma obscurecida, minha esperança, abrigo e refúgio, minha consolação e alegria minha; agradeço-Te por teres permitido, que embora eu indigno, recebesse o puríssimo Corpo e preciosíssimo Sangue de Teu Filho. Tu, de quem nasceu a Verdadeira Luz, ilumina os olhos da sabedoria de meu coração. Tendo dado nascimento à Fonte da Imortalidade, renova minha vida, morta pelo pecado. Bondosa Mãe de Deus misericordioso, tem misericórdia de mim e dá-me humildade em meus pensamentos, coração contrito e devoção e liberdade à minha mente escravizada. Torna-me digno, até meu último suspiro, de receber sem condenação a satisfação destes Puríssimos Sacramentos, para a cura da alma e do corpo. E dá-me lágrimas de arrependimento e confissão, para que eu possa louvar-Te e glorificar-Te todos os dias de minha vida, porque Tu És bendita e gloriosa por todos os séculos. Amém.

Agora Senhor, deixas ir em paz o Teu servo, segundo a Tua palavra. Porque os meus olhos viram a Tua salvação que preparaste ante a face de todas as nações. Luz para a iluminação dos povos e glória de Teu povo Israel.

Santo Deus, Santo Poderoso, Santo Imortal, tem piedade de nós. (3 vezes).

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Santíssima Trindade, tem piedade de nós; Senhor, purifica-nos de nossos pecados; Soberano, perdoa nossas faltas; Santo, vinde e cura as nossas enfermidades, pela glória de Teu Nome.

Senhor, tem piedade. (3 vezes).

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Pai nosso que estás no Céus, santificado seja o Teu Nome, venha a nós o Teu Reino, seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.

Pois Teu é o Reino, o Poder e a Glória do Pai e do Filho e do Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

De Teus lábios como iluminação do fogo, brilhou a Graça e iluminou o mundo; não procurou para o mundo dos tesouros da avareza, mas mostrou-nos a altura da humildade. Ó Pai João Crisóstomo, cujas palavras nos instruíram, roga ao Verbo Cristo Deus, que as nossas almas sejam salvas.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

Do Céu recebeste a graça Divina e por Teus lábios ensinas a todos a adorar o único Deus na Trindade. Ó João Crisóstomo, Santo e bem aventurado, dignamente te louvamos, Tu és nosso mestre; pois mostra-nos as coisas divinas.

Agora e sempre, e pelos séculos do séculos. Amém.

Firme Protetora dos cristãos, constantemente intercedendo junto ao Criador, não desprezes o apelo dos pecadores; mas na Tua bondade ajuda-nos, a nós que confiadamente clamamos por Ti. Sê solícita em ouvir as nossas petições, pronta em defender-nos, ó Mãe de Deus, que sempre proteges àqueles que te veneram.

Senhor, tem piedade. (12 vezes).

Mais honorável que os Querubins e incomparavelmente mais gloriosa que os Serafins, que ao Verbo de Deus déste nascimento sem mácula, És verdadeiramente, ó Mãe de Deus, e nós Te exaltamos.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo agora e sempre e pelos séculos dos séculos: Amém.

 

 

 

O Estabelecimento da Santa Comunhão

Algum tempo antes de estabelecer o Sacramento da Eucaristia, Jesus Cristo explicou a necessidade dela em Sua conversa a respeito do Pão da Vida. Essa conversa teve lugar no dia seguinte ao em que se alimentou a multidão com cinco pães e sete peixes. O povo veio a Ele esperando que Ele continuaria a alimenta-los em base regular, mas o Senhor explicou que o milagre dos cinco pães era simplesmente o protótipo de um milagre muito mais importante no qual eles iriam partilhar do Pão Celeste. "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo" (João 6:51). Os Judeus evidentemente entenderam as palavras de Cristo literalmente e começaram a se perguntar, "Como nos pode dar este a sua carne a comer?" (João 6:52)

O Senhor não contou aos Judeus que eles O haviam mal entendido mas com maior força e clareza reassegurou a eles: "Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último Dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu, nele" (João 6:53-56).

Seus discípulos também tiveram dificuldade em aceitar as palavras de Cristo literalmente e diziam uns aos outros: "Duro é este discurso; quem o pode ouvir" (João 6:60). O Salvador para convence-los da possibilidade de tão miraculoso alimento, indica-lhes então outro milagre, que iria acontecer durante Sua Ascensão ao Céu: "Isto vos escandaliza? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do Homem para onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida" (João 6:61-63).

O Salvador sabe que Seu ensinamento sobre o Pão da Vida requer fé. Não querendo que Suas palavras sobre o Pão da Vida fossem entendidas "metaforicamente", Ele acrescenta, "Mas há alguns de vós que não crêem" (João 6:64). Suas palavras são "espírito e vida" porque elas não falam de saciar a fome física mas testemunhar que aquele que partilha de Seu Corpo e Sangue terá vida eterna e será ressuscitado para o Reino de glória no último dia. Isso acontecerá porque aqueles que partilham do Corpo e Sangue entram na mais íntima comunhão com a Divindade de Jesus Cristo.

O verdadeiro estabelecimento do Sacramento da Eucaristia teve lugar durante a Última Ceia que é descrita por três Evangelistas. No Evangelho de Mateus é dito: "Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados" (Mateus 26:26-28). No evangelho de Lucas lemos: "E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós" (Lucas 22:19-20).

As palavras "Isto é o meu Corpo ... isto é o meu Sangue" são completamente claras e definitivas, e não permitem nenhuma outra interpretação que não seja a mais direta. Elas estão em completo acordo com a promessa feita pelo Salvador durante Sua conversa acerca do Pão da Vida.

Tendo dado Comunhão aos discípulos, o Senhor ordenou: Fazei isto em memória de Mim." Como o Apóstolo Paulo nos instrui, o Mistério instituído na Última Ceia deve ser realizado em lembrança de Jesus Cristo até Sua Segunda Vinda (1 Cor. 11:25-26). A necessidade do Sacramento da Eucaristia para todas as gerações subsequentes de Cristãos seguem também as palavras do Salvador: "Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos." Por isso, a Eucaristia foi recebida pela Igreja desde os primeiros dias como o maior de todos os mistérios da salvação, e sua instituição é preservada com o maior cuidado e reverência.

 

 

A Eucaristia nos Tempos Apostólicos

A respeito da celebração da Santa comunhão nos tempos Apostólicos na Igreja de Cristo, podemos ler nos Atos dos Apóstolos que os Cristãos "perseveravam na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" (2:42, 46; 20:6-7). A expressão "partir do pão" que é usada repetidamente no livro dos Atos e em outros escritos do começo do Cristianismo designa comunhão.

Em sua epístola aos Coríntios o Apóstolo Paulo relembra aos Cristãos que na Eucaristia eles participam do grande mistério da união com o Senhor: "Porventura, o cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão" (1 Cor. 10:16-17). E um pouco adiante Ele acrescenta, "Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem" (1 Cor. 11:26-32). Nas palavras acima o Apóstolo nos instrui com que reverência e auto preparo um Cristão deve se aproximar desse Sacramento porque não se trata simplesmente de comer e beber, mas sim da recepção do verdadeiro Corpo e Sangue de Cristo.

Desde o tempo dos Apóstolos o "partir o pão" teve lugar no "dia do Senhor" (Kyriake) também chamado de "dia do sol," como em inglês Sunday. Esse era o primeiro dia da semana, que comemorava a Ressurreição de Cristo. Gradualmente o informal "partir o pão" tornou-se um ofício Cristão mais elaborado com leitura das Escrituras, orações e ações de graça musicadas e arranjadas numa ordem bem definida. Era chamada Liturgia, que significa ofício comunal ou oração pública. Os Cristãos se juntavam para participar na Liturgia, e todos partilhavam a Santa Comunhão. No adendo desse livreto o leitor encontrará duas breves descrições da Liturgia no segundo e terceiro séculos A. D.

Como nos tempos Apostólicos, o Sacramento da Eucaristia é composto de dois momentos: a mudança ou transformação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue do Senhor, e a Comunhão desses Santos Dons. Durante a consagração, o padre repete as palavras que o Senhor proferiu na primeira Eucaristia,, "Tomai e comei..." Depois que o padre repete essas palavras o coro canta, "Nós Te louvamos, nós Te bendizemos, nós Te damos graça, ó Senhor, e humildemente Te apresentamos as nossas súplicas, ó nosso Deus." O padre, invocando o Espírito Santo sobre os Dons oferecidos, abençoa-os com uma oração para Deus Pai: Faz deste pão o Corpo precioso do Teu Cristo, e do que contém esse cálice, o Sangue precioso do Teu Cristo; mudado-os pelo poder do Teu Espírito Santo." Aqui o pão e o vinho são efetivamente mudados para o Corpo e o Sangue pela descida do Espírito Santo. Depois desse momento, apesar de nossos olhos verem pão e vinho no Altar, na sua verdadeira essência, invisivelmente para os olhos sensoriais, trata-se do verdadeiro Corpo e verdadeiro Sangue do Senhor Jesus Cristo.

Cada vez que participamos na Divina Liturgia deveríamos perceber que ali o milagre da Encarnação é repetido diante de nossos olhos. Assim como durante a Concepção o Espírito Santo desceu sobre o ventre da Virgem Maria e tomou dela carne para o corpo de Jesus Cristo, o mesmo Espírito Santo desce sobre o pão e o vinho no Altar e os transforma no Corpo e Sangue de Jesus Cristo.

A Comunhão com nosso Senhor Jesus Cristo tem lugar no fim da Divina Liturgia. Esse é o tempo no qual nós pessoalmente encontramos Jesus Cristo e O convidamos para dentro de nossa alma. Assim o Filho Encarnado de Deus, por assim dizer, transfunde Seu próprio precioso, sagrado e vivificante Sangue para a nossa corrente sangüínea para nos dar nova força e nova vida. A Comunhão pode ser assemelhada à participação nos frutos da Árvore da Vida, plantada por Deus no Jardim do Éden. No Céu também existiria uma Árvore da Vida, cujas "folhas são para a cura das nações," como nos conta o Apocalipse (Gen. 2:9, Apocalipse 22:2). São Isaac o Sírio escreve assim sobre o mistério da Comunhão: Bendito é aquele que comeu o Pão do amor que é Jesus Cristo. Enquanto ainda nesse mundo, ele respira o ar da ressurreição, no qual os justos se deliciarão depois que eles ressuscitarem dos mortos."

 

O Preparo para a Santa Comunhão

Quando nós pensamos na grandeza da Comunhão, uma questão natural assoma à nossa cabeça: somos merecedores de receber Cristo em nós? Os Padres da Igreja dos primeiros tempos nunca sugeriram que um Cristão deveria refrear-se em tomar a Santa Comunhão por conta de seus sentimentos de não merecimento. Um dos documentos Cristãos mais antigos, a Didaque, diz, "se qualquer um for santo, que ele vinha receber [a Comunhão]; se ele não é, que se arrependa e venha." Nós precisamos nos dar conta que nunca seremos merecedores de receber Jesus Cristo. A Comunhão não é uma questão de merecimento mas sim de misericórdia de Deus. Não é uma recompensa mas um presente de Deus! É adequado que nos sintamos não merecedores para que venhamos sempre a permanecer humildes e agradecidos a Deus.

No entanto, alguma preparação para participar da Eucaristia é necessária, pois ela nos ajuda a adquirir a atitude correta para com esse grande Sacramento. São Paulo escreve, "Examine-se pois o homem a si mesmo, e assim coma deste Pão e beba deste Cálice" (1 Cor. 11:28). Seguem algumas sugestões específicas para aqueles que desejam participar da Comunhão.

1. Auto-análise é algo a ser praticado regularmente por todo Cristão durante suas orações diárias e enquanto lê as palavras de Deu, e torna-se especialmente importante antes de alguém se aproximar do Cálice para receber a Comunhão. O propósito da auto-análise é nos conduzir a termos consciência de nossas faltas. Essa consciência leva-nos ao arrependimento e a uma melhoria.

2.Os Cristãos Ortodoxos fazem abstinência de carne e laticinios em praticamente todas as Quartas e Sextas feiras do ano(as exceções são as poucas semanas que se seguem a algumas grandes festas da Igreja). Durante um período de quaresma dever-se-ia abster-se desses produtos todos os dias.Quando se vai comungar,na noite anterior,não se come carne e com uma antecedencia de doze horas não se ingere nenhum alimento sólido nem nenhum líquido. No entanto, devemos lembrar que não existe conexão rígida entre jejum e Comunhão. Não devemos nunca permitir que uma ênfase exagerada no jejum venha a se constituir num muro que nos separe de Cristo Que deseja nos renovar. Não devemos nunca permitir que uma ênfase própria ainda que justa nas chamadas "regras do jejum" venham a destruir a importantíssima relação com Jesus Cristo. Os Padres da Igreja enfatizaram que o verdadeiro jejum é se abster do pecado e da malignidade.

3. O Livro de Orações Ortodoxo contém algumas orações escritas pelos Padres da Igreja que são designadas a serem lidas antes e depois da Comunhão. Todas essas belas orações contém o grito de humildade, imerecimento e penitência, como expresso nesse exemplo: "...Mestre e Senhor, não sou digno que entres sob o teto da minha alma, mas porque amas a humanidade, ouso aproximar-me de Ti: vem e habita em mim. Tu ordenaste: devo abrir as portas que Tu criaste de maneira a que Tu entres e ilumines o meu pensamento obscurecido. Creio ser este o Teu desejo..." Essas orações nos dão a atitude própria para a recepção da Comunhão.

4. Arrependimento. Devemos nos aproximar de Jesus Cristo com uma súplica por misericórdia e perdão. É a fé sincera e o arrependimento, e não a perfeição, que nos fazem dignos de Comunhão freqüente. Apesar de não ser necessário confessar-se antes de cada Comunhão, se se recebe a comunhão freqüentemente, é necessário no entanto que se procure o perdão através das orações. Cabe ao nosso padre confessor decidir com qual freqüência cada um deve confessar.

5. Perdão daqueles a quem nós ferimos de alguma forma deve ser procurado antes da Comunhão. Nós devemos nos aproximar do Altar "com temor de Deus, com fé e com AMOR." Nós somos obrigados a compartilhar com outros o amor que perdoa que recebemos de Jesus Cristo. Amor é a única coisa que nós devemos orar por antes de chegar perto do Altar. Nenhuma hostilidade, ou rancor ou dissensão devem ser levadas para perto do Altar. Deve existir penitência por falta de amor. Assim, nós nos preparamos para a Comunhão com auto-análise, jejum, oração, arrependimento e perdão.

A coisa mais maravilhosa sobre o homem é que ele foi criado para conter Deus. Esse é o milagre dos milagres! Cada um de nós foi feito para ser um templo de Deus, um cálice dourado, um tabernáculo da presença de Deus. O Deus infinitamente grande Que Se revelou em Jesus Cristo como o grande Deus do amor espera por tomar residência em nós. Ele se posta na porta de nossa alma e bate até que ouçamos Sua voz e Suas batidas para abrirmos e deixar Ele vir e cear conosco no banquete celeste (Ap. 3:20). Ele não descansará enquanto não invadir nosso coração e dele fizer o Seu trono.

 

Conclusão

Portanto o Pão e o Vinho da Eucaristia não são simples sinais ou símbolos relembrando-nos a Última Ceia, como os protestantes pensam, mas são os verdadeiros Corpo e Sangue de Cristo, como o Salvador disse, "Porque a Minha carne verdadeiramente é comida, e Meu sangue verdadeiramente é bebida," e, "Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele."

O sacrifício Eucarístico não é uma repetição do Sacrifício do Salvador na Cruz, mas é uma oferta do Corpo e Sangue sacrificados uma vez oferecido por nosso Redentor na Cruz. O sacrifício no Gólgota e o sacrifício na Eucaristia são inseparáveis, compreendendo um único sacrifício. Quando um Cristão recebe a Santa Comunhão, ele assimila o ato redentor que Jesus Cristo cumpriu na Cruz.

Na Comunhão nos unimos da maneira mais íntima com o Senhor. A Santa Comunhão nutre nossa alma e nosso corpo e ajuda nosso fortalecimento e crescimento da vida espiritual. Ela serve para nós como uma promessa da futura ressurreição e da vida eternamente bendita. Tudo isso nos lembra da necessidade de nos aproximarmos da Santa Comunhão com temor de Deus, fé e amor. Amém.

 

Adendo

Duas Descrições Antigas

da Divina Liturgia

A descrição mais antiga da liturgia está preservada nos capítulos 65-67 do livro First Apology (Primeira Apologia) de Justino o Filósofo que mais tarde tornou-se mártir. Essa Apologia (defesa da fé Cristã) foi escrita na primeira metade do segundo século A.D. Outra descrição muito antiga é encontrada no livro chamado Constituições dos Santos Apóstolos. Apesar desse livro conter algumas adições posteriores (possivelmente feitas até o quarto século), a maior parte de seu conteúdo vem do primeiro e segundo séculos A.D. A seguir alguns excertos desses dois documentos muito antigos e muito importantes.

Excertos da "Primeira Apologia"

do Mártir Justino o Filósofo

Após termos limpado (batizado) a pessoa que crê e que se juntou as nossas fileiras, nós o conduzimos para onde aqueles que chamamos "irmãos" estão reunidos para oferecer orações em comum para nós mesmos, para aquele que acabou de ser iluminado, e para todos os homens em todos os lugares. É nosso desejo, agora que nós viemos a conhecer a verdade, sermos achados dignos por fazer boas obras e obedecer os mandamentos, obtendo assim salvação eterna.

Quando terminamos de orar, cumprimentamo-nos uns aos outros com um beijo (Na nossa Liturgia este momento está preservado na exclamação do diácono: Amemo-nos uns aos outros ...").

Então pão e uma taça contendo vinho misturado com água são trazidos para ele que preside sobre os irmãos (o bispo ou o padre). Ele os pega e oferece orações, glorificando o Pai de todas as coisas através do nome do Filho e do Espírito Santo. Então ele profere longa ação de graças porque o Pai nos julgou dignos desses dons. (Justino se refere as orações que o padre lê quando o coro canta " Nós Te louvamos, nós Te bendizemos..." Na Liturgia de São Basílio essas orações são maiores que aquelas da Liturgia de São João Crisóstomo, mas nos tempos antigos essas orações eram sempre improvisadas e eram muito longas. Quando a oração de ação de graças termina, todo povo presente dá sua concordância com um "Amém!")

Quando o presidente já deu graças e o povo todo já deu sua concordância, aqueles que nós chamamos diáconos distribuem o pão e o vinho com água, sobre os quais foram faladas as ações de graças, para cada um dos que estão presentes. Eles também levam para aqueles que estão ausentes ... (Note-se que todos os Cristãos tomavam a Comunhão, mesmo aqueles que estavam doentes e não eram capazes de ir ao ofício).

Esse alimento nós chamamos "Eucaristia," e ninguém deve partilhar dele a menos que creia que nossos ensinamentos sejam a verdade, e que tenha sido limpo pelo banho do perdão dos pecados e renascimento, e viva como Cristo ensinou. Pois nós não recebemos essas coisas pensando que elas são comida ou bebida ordinária ou comum. Assim como Jesus Cristo nosso Salvador foi feito carne através da palavra de Deus e tomou carne e sangue para nossa salvação, assim também (nós fomos ensinados) através das palavras de orações que vieram dele, o alimento sobre o qual a ação de graças foi dita torna-se carne e sangue de Jesus Cristo encarnado, de maneira a nos nutrir e transformar nossa carne e sangue. Pois, nas memórias que os apóstolos compuseram e as quais chamamos de Evangelhos, eles nos contaram que eles eram comissionados assim: Jesus Cristo tomou o pão e, tendo dado graças, disse: "Fazei isso em memória de mim. Isso é o meu corpo," e do mesmo modo ele tomou o cálice e, tendo dado graças, disse: "Isso é o meu sangue." E Ele deu essas coisas para eles...

Desde aquele tempo, nós constantemente relembramos esses eventos entre nós. Se temos qualquer coisa, nós ajudamos todos os necessitados, e estamos constantemente unidos uns aos outros. E por tudo que comemos nós agradecemos ao Feitor de tudo através de Seu Filho Jesus Cristo e do Espírito Santo. E no dia nomeado pelo sol (Domingo – Dia do Senhor em português), todos os que moram na cidade ou no campo se juntam, e as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos tão longamente quanto o tempo permite. Quando o leitor termina, o presidente dirige-nos a palavra, admoestando-nos e nos exortando a imitar as esplêndidas coisas que terminamos de ouvir. Então todos nos pomos de pé e oramos, e, como foi dito antes, quando terminamos de orar, pão, vinho com água são trazidos. O presidente oferece orações de ação de graças de acordo com sua habilidade, e o povo dá sua concordância com um "Amém!"

A seguir, os dons sobre os quais as ações de graças haviam sido ditas são distribuídos, e cada um participa deles, enquanto eles também são enviados via os diáconos para os irmãos ausentes. Os ricos que estiverem desejosos de fazer uma contribuição, tanto quanto queiram, o fazem, e a coleta é entregue ao presidente, que ajuda viúvas e órfãos, os que estão necessitados por estarem doentes ou por alguma outra razão, os presos, e visitantes estrangeiro; em resumo, ele cuida de todos os necessitados. A razão pela qual nos reunimos no Domingo é que ele é o primeiro dia: o dia no qual Deus transformou escuridão e matéria e criou o mundo, e o dia no qual Jesus Cristo nosso Salvador ressuscitou dos mortos...

 

Excertos da

"Constituição dos Santos Apóstolos"

Quando você (essa é uma instrução para um novo bispo) chamar para uma reunião na Igreja, como alguém no comando de uma grande embarcação, providencia para que a assembléia seja feita do melhor jeito possível, encarregando os diáconos como marinheiros a preparar lugares para os irmãos como se fossem passageiros, com todo cuidado devido, e decência. E primeiro, que o edifício [da igreja] seja longo, com sua cabeça voltada para o leste, com sua sacristia dos dois lados do final do prédio, na extremidade leste, e assim ele será como uma embarcação. Faça com que o trono do bispo seja colocado no meio, e de cada lado dele faça assento para os presbíteros [padres] sentarem; e faça os diáconos ficarem perto, à mão, em vestes justas e cintadas, pois eles são como marinheiros e gerentes da embarcação.

Com respeito a isso, que os leigos sentem do outro lado, (os ofícios eram muito longos, e o povo era autorizado a sentar durante as leituras do velho testamento e durante os sermões) com toda quietude e boa ordem. E que as mulheres sentem por si próprias. Elas também se manterão em silêncio. No meio, o leitor se colocará sobre alguma coisa mais alta e lerá os livros de Moisés, de Josué, dos Juizes, dos Reis e as Crônicas, e aqueles escritos depois do retorno do cativeiro; e além desses, os livros de Jó e de Salomão (Provérbios), e dos dezesseis profetas. Mas quando houver duas lições lidas severamente, que alguma outra pessoa cante os hinos de Davi [Salmos], e que o povo cante junto na conclusão dos versos.

A seguir que sejam lido nossos Atos (livro dos Atos dos Apóstolos), e as Epístolas de Paulo nosso companheiro de trabalho, as quais ele enviou para as igrejas sob a condição do Espírito Santo. Depois que um diácono ou um presbítero leia os Evangelhos, os dois que Mateus e João enviaram para você, e aqueles que companheiros de trabalho de Paulo receberam e deixaram com você, Lucas e Marcos. E durante a leitura do Evangelho, que todos os presbíteros e diáconos, fiquem em pé em grande silêncio; pois está escrito: "Faça silêncio e ouça, ó Israel." (Na nossa Liturgia isso corresponde à exclamação do diácono: "Sapiência, de pé, escutemos o Santo Evangelho!")

Em seguida, que os presbíteros, um por um, não todos juntos, exortem o povo, e o bispo por último, como sendo o comandante. Que os porteiros se coloquem nas entradas dos homens, e os observem. Que as diaconisas também se coloquem na entrada das mulheres, como marinheiras. Pois a mesma descrição e modelo estão tanto no tabernáculo das testemunhas quanto na templo de Deus. Mas se alguém se for encontrado sentado fora do seu lugar, que ele seja recriminado pelo diácono, como se esse fosse um gerente de embarcação, e que seja removido para o lugar próprio para ele; pois a Igreja não é somente como uma embarcação, mas também como um cercado para ovelhas. E como os pastores colocam todas as criaturas brutas separadamente, eu explico, bodes e ovelhas, de acordo com seu tipo e idade e ainda assim todas andam juntas, assim do mesmo jeito, deve ser na Igreja. Que as pessoas jovens se sentem por si próprias, se existirem lugares para eles; se não, que eles permaneçam em pé. Mas aqueles que já estão machucados pelos anos sentem em ordem. Para as crianças que permanecem, que seus pais e mães cuidem deles. Que as mulheres jovens também se sentem por si, se existir lugar para elas; mas se não existir que elas se coloquem atrás das mulheres. Que as mulheres que são casadas e tem crianças, se coloquem por si mesmas; mas que as virgens, as viúvas e as mulheres idosas, se coloquem e se sentem antes de todas as outras; e que o diácono seja o colocador de cada um em seu lugar, de modo que todos que cheguem possam ir para seu lugar próprio, e não se sente na entrada. Da mesma maneira o diácono observa o povo, para que ninguém murmure, nem cochile, nem ria, nem cabeceie; pois todos devem estar na Igreja sabiamente, sobriamente e atentamente, tendo sua atenção fixada na palavra do Senhor.

Depois disso, que todos se levantem com um consentimento, e olhando para o leste, depois que os catecúmenos (aqueles que se preparam para o batismo) e os penitentes foram para fora, orem a Deus virados para o leste, pois Ele ascendeu ao céu dos céus pelo leste; relembrando também a antiga situação do paraíso no leste, de onde o primeiro homem quando cedeu a persuasão da serpente, desobedecendo o mandamento de Deus, foi expelido. Quanto aos diáconos, quando a oração tiver terminando que alguns deles atendam a oblação da Eucaristia, ministrando o Corpo do Senhor com temor. Que outros deles observem a multidão, e mantenha-a em silêncio. Que o diácono que esteja a mão do padre mas graduado diga ao povo, Que ninguém tenha desavença com ninguém; que ninguém se aproxime com hipocrisia. Então que os homens com os homens, e as mulheres com as mulheres, se dêem o beijo do Senhor. Mas que ninguém beije com dolo, como Judas traiu o Senhor com um beijo. Que depois do beijo o diácono ore por toda a Igreja, pelo mundo todo, e por muitas partes dele, e pelos frutos dele; pelos padres e pelos administradores, pelo padre mais graduado e pelo rei, e pela paz no universo.

Que depois dessa oração, o padre mais graduado ore pelo povo, e o abençoe, como Moisés comandou os sacerdotes a benzer o povo com essas palavra: "Que o Senhor vos abençoe e vos mantenha. Que o Senhor faça Sua face brilhar sobre vós, e vos dê a paz." Que a seguir o bispo ore pelo povo, e diga: "Ó Senhor, salve Teu povo e abençoa a Tua herança que Tu obtiveste com o precioso sangue do Teu Cristo, e chamaste de sacerdócio real, e de santa nação."

Depois disso, que o sacrifício [o ofertório de pão e vinho] siga o povo de pé e orando silenciosamente; e quando a oblação tiver sido feita que cada categoria partilhe por si do Corpo do Senhor, e do precioso sangue em ordem, e se aproxime com reverência e santo temor, como o do corpo de seu rei. Que as mulheres se aproximem com a cabeça coberta, (a cobertura da cabeça para as mulheres é uma tradição apostólica) seguindo a ordem das mulheres; mas que as portas sejam observadas, para que nenhum descrente, nem nenhum ainda não iniciado se aproxime.

 

 

 

Folheto Missionário número P15

Holy Trinity Orthodox Mission

466 Foothill Blvd, Box 397, La Canada, Ca 91011

Editor: Bishop Alexander (Mileant)

(prayers_communion_p.doc, 10-05-2001)

 

 

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